Por ocasião do centenário da UFPR, é de essencial importância o depoimento de pessoas que num determinado período, estiveram diretamente ligadas à instituição, como a professora Márcia Mendonça, vice-reitora na gestão 2006/2008 e a primeira mulher a assumir a Reitoria no período de 4 de junho de 2008 a 18 de dezembro de 2008.
“A UFPR, ao longo de 100 anos, tem acumulado vitórias, seja na esfera acadêmica como na administrativa. Passou por diferentes estágios e à semelhança de uma criança que enfrenta desafios próprios de cada etapa da vida, à medida que cresceu, a nossa instituição desenvolveu-se, vencendo etapas sucessivas e árduas até chegar ao que hoje é: uma das maiores universidades do Brasil, cujo brilho e pujança enchem de orgulho todos e cada um dos paranaenses”, saudou a professora. Segundo ela, a Administração Central, sob a gestão de vários reitores, encontrou diferentes configurações para atender a realidade socioeconômica e política. E, cada um à sua maneira, deu o seu melhor, contribuindo para que esta instituição realizasse a sua vocação de ser grande.
MUDANÇAS ─ A professora Márcia também falou sobre as mudanças e o crescimento acentuado que a UFPR tem apresentado. Considerou que são o resultado de políticas públicas acertadas: sejam de apoio à graduação, de manutenção de um apoio sustentado à pesquisa e pós-graduação e, especialmente, da redescoberta da extensão como forma de tradução do saber universitário em transformação social. Destacou ainda a implementação das iniciativas em Educação a Distância, ferramenta poderosa de democratização do saber, em especial num país de dimensões continentais como o Brasil.
Não menos relevante, na opinião da professora, são iniciativas como a criação de novos setores e departamentos acadêmicos, além da reestruturação de unidades administrativas, que com novo formato atendem melhor as demandas das mais diversas naturezas de toda a comunidade universitária. “Uma UFPR centenária, que alia a sabedoria da maturidade com o vigor da nossa comunidade universitária, encontra-se em consonância com a consolidação da democracia na sociedade brasileira”, complementou a professora Márcia.
CONQUISTAS ─ “Sinto-me muito honrada por ter servido a UFPR em diversos cargos administrativos, em particular na Reitoria. Meu período frente à Administração Central da UFPR foi curto, porém intenso. Enquanto vice-reitora um dos grandes desafios dizia respeito à implantação do Reuni, que apesar de todas as suas fragilidades, trouxe a possibilidade da entrada de recursos financeiros substanciais à instituição, alavancando projetos acalentados há muito tempo e que felizmente hoje florescem e tornam a nossa UFPR um canteiro de obras e flores”, refletiu.
Outras conquistas, continuou, dizem respeito à consolidação de políticas inovadoras tanto no que concerne ao ensino, pesquisa e extensão, iniciadas na gestão anterior, mas particularmente na gestão de processos e na valorização das pessoas. Nesta linha estão a elevação da Coordenação de Assuntos Estudantis ao status de Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e a reestruturação da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas. “Como reitora pro tempore, o centro dos esforços foi a manutenção da normalidade dos trabalhos universitários e a garantia de uma transição serena e democrática. Foi um período de trabalho árduo, mas contei com o auxílio inestimável de uma equipe de pró-reitores, coordenadores e demais auxiliares que tornaram possível a condução da nau em segurança ao porto. Cumprimos nosso dever, mantendo a tradição dos nossos antecessores”, ressaltou.
PERCURSO ─ São muitos os fatos marcantes daquela época, tantos que necessário seria muito tempo para destacá-los, sob o risco de cometer alguma injustiça, ponderou a professora Márcia. “Mas, em linhas gerais, para mim, enquanto gestora, o mais impactante foi realmente ter o privilégio de conhecer a UFPR. E aqui não falo de suas incontáveis unidades e instalações físicas, centralizadas ou não. Falo das iniciativas pontuais de cada centro de atividades, de cada docente, de cada laboratório, de cada técnico administrativo”, lembrou.
Complementando, contemplou a riqueza e a diversidade abrigadas pela UFPR: “são tão imensas que fazem pensar na instituição como um grande e mágico caleidoscópio. A UFPR é realmente de tirar o fôlego.”
Contou ainda, que enquanto pessoa, teve a oportunidade de conhecer o que de melhor e pior há na universidade. Presenciou, com tristeza, nas mais diversas situações, momentos de clara incompreensão, intolerância injustificada e absoluta falta de priorização para os interesses coletivos, institucionais, de todos nós. Por outro lado, disse que viveu momentos comoventes de ternura, abnegação e verdadeiro espírito universitário. “Desta forma, assim como são as pessoas, é a universidade. A UFPR somos nós. E nossa instituição será tanto melhor quanto mais comprometidos estivermos com seus objetivos e quanto mais estivermos empenhados em fazer dela uma real comunidade, com interesses, anseios e propósitos comuns”, explicou.
100 ANOS ─ Sobre o centenário da UFPR, a professora destacou que é um marco na emancipação política do povo paranaense e o arauto da autonomia intelectual do estado. Autonomia esta, precursora e sustentáculo do desenvolvimento social e econômico que todos almejamos. “Mas, nosso compromisso não para por aí. O caminho da democracia passa pela Educação. Questões fulcrais como liberdade, renda digna, representação política efetiva, equilíbrio econômico e social são todas frutos da Educação. A importância dos 100 anos da UFPR é a confirmação de nosso compromisso com a formação cidadã e o crescimento do país”, concluiu a professora.
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