Reitor Marcos Sunye toma posse no Ministério da Educação

Combater a evasão acadêmica é uma meta da gestão 2024-2028 destacada na fala do professor do Departamento de Informática da UFPR

A cerimônia de posse do reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), professor Marcos Sunye, eleito pela comunidade universitária em setembro por meio de consulta pública, ocorreu nesta quarta-feira de janeiro (29), no Ministério da Educação (MEC), em Brasília.

A parceria com a docente Camila Fachin, atual superintendente do Complexo Hospital de Clínicas (CHC) da UFPR — e vice-reitora que será empossada em março —, recebeu destaque no discurso do novo reitor, assim como o comprometimento da gestão 2024-2028 com todas as pautas da campanha. A previsão de uma ampla reforma administrativa na universidade é uma delas.

Um dos desafios que preocupa e já fomenta ações neste início de atividades à frente da instituição é a evasão. Para Sunye, um problema multifatorial.

“E não é óbvio como ele deve ser combatido. Atuar fortemente na moradia estudantil é uma meta. Estamos avançando nessa pauta junto à Prefeitura, à Superintendência do Patrimônio da União no Paraná e ao Ministério da Saúde. Pedimos apoio para a Itaipu e também pediremos ao MEC”.

O número de inscritos no Vestibular 2025 da UFPR chegou a 36.970 — um aumento de 2,2% em relação ao do processo seletivo anterior. Para o reitor, a expectativa é de que esse movimento seja um ponto de virada. Titular no Setor de Ciências Exatas, o professor é egresso da graduação em Processamento de Dados (1986), e o fundador do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) da Federal.

Este foi o primeiro vestibular realizado pela UFPR após a atualização da Lei de Cotas, que no fim de 2023 introduziu a reserva de vagas para quilombolas.

“Recebemos as duas primeiras quilombolas, mas ainda há vagas sendo preenchidas pelo processo seletivo simplificado”, celebrou.

Eleições nas universidades

O presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), José Daniel Diniz, ressaltou a importância da eleição de reitores de forma democrática.

“As universidades federais respondem por mais de 90% do conhecimento produzido no Brasil, nunca é demais lembrar. Estaremos juntos construindo um Brasil cada vez melhor”.

Alexandre Brasil, secretário de Educação Superior do MEC, agradeceu o engajamento do Sunye e de Camila para assumir a liderança da UFPR. “O MEC está totalmente à disposição para construir junto, para ouvir críticas e elogios”, frisou.

Em nome do presidente Lula, o ministro de Estado da Educação, Camilo Santana, agradeceu a contribuição da UFPR para a ciência e para o Brasil. O MEC está de portas abertas para parcerias com as universidades, garantiu a autoridade, ao fazer menção ao alcance do Sistema de Seleção Unificada (SiSU) no país.

“Nós somos um time e as universidades fazem parte do ecossistema da educação brasileira. Que nenhum reitor seja indicado sem ter sido eleito. Apoiamos o projeto que assegura a democracia interna nas universidades federais”, concluiu.

Vice-reitora cita equidade de gênero

O representante do presidente quebrou o protocolo durante a solenidade e passou a palavra à Camila.

“É uma grande honra, e tenho a exata medida da responsabilidade de administrar, com Sunye, a mais antiga universidade do Brasil. Minha história pessoal passa pela UFPR, onde meus dois pais se formaram em Direito”. Formada em Medicina pela Federal, a professora coordenou projetos de extensão e a primeira equipe de cirurgia fetal do HC.

A superintendente do CHC pontuou a relevância da Andifes como local de acolhimento e discussões importantes; falou de equidade de gênero — e fez um apelo para que os homens se engajem nessa luta; e, ainda, lembrou: a nova gestão nomeou na maioria mulheres para os cargos de gestão.

A chapa Movimento UFPR, composta por Sunye e Camila, obteve quase 62% dos votos úteis na Consulta Paritária realizada em dois turnos no segundo semestre do ano passado.

Em 13 de dezembro, Sunye participou de cerimônia tradicional que tem como ponto alto a transferência do colar reitoral e da pelerine branca, no Teatro da Reitoria, em Curitiba.

Foto: Angelo Miguel/MEC

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