A 5ª Edição do Prêmio Profhistória de melhor dissertação – turma 2020, avaliou 26 dissertações de diferentes instituições associadas, entre maio e setembro de 2023, que foram defendidas até 28 de fevereiro. A dissertação indicada pelo Mestrado Profissional em Ensino de História (ProfHistória) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), foi da Mestranda em Ensino de História, Denise Aparecida Ribeiro da Cruz, que ficou com o primeiro lugar. “Eu fiquei muito feliz e muito honrada por ter sido escolhida a minha dissertação porque é um tema que ele é polêmico em sala de aula e é fruto de um trabalho bastante intenso meu, da professora Martha”, disse Denise.
Com o tema: “O jogo não acabou: Jogos de cartas e de tabuleiro para o estudo do Feminismo no Brasil (XIX-XXI)”, o trabalho da professora Denise tem por objetivo a execução dos jogos nas aulas de História no 9° ano do Ensino Fundamental. A dissertação está dividida em quatro capítulos, que perpassam as relações entre educação, jogos e feminismo. Um trabalho que foi desenvolvido durante a pandemia para alunos de uma Escola do Campo na cidade de São José dos Pinhais, município do Paraná, que participaram da aplicação de um questionário, ponto inicial e crucial para a compreensão da professora Denise sobre o desenvolvimento dos jogos e as relações de gênero que precisavam ser tocadas em sala de aula.
Abordada por suas alunas sobre a história e o direito das mulheres em épocas passadas e no cenário atual, Denise percebeu que nos livros didáticos não se falava muito sobre o feminismo, principalmente o feminismo brasileiro e foi a partir desta vivência docente, que percebeu que deveria explorar mais o tema. “Eu tinha muita dificuldade de trabalhar a temática das mulheres dentro da disciplina de História. Mas isso não era algo que vinha de mim, mas era algo que vinha das minhas estudantes e eu não encontrava facilmente as resposta para elas nos livros didáticos”, afirmou.
A ideia da professora Denise era trabalhar a temática de uma forma lúdica e interessante para os alunos. “Eu fui buscar na história do feminismo a das feministas britânicas. Elas tinham uma estratégia que era trabalhar com os jogos. Esses jogos que elas mesmos desenvolviam tinham duas coisas: era para arrecadar dinheiro para o movimento, mas era pedagógico. Então eu pensei que se elas, lá em 1900s fizeram isso porque eu não poderia trazer para a atualidade a mesma estratégia delas de uma forma leve e lúdica, mas que trouxesse os estudantes algo relevante e algo significativo para o seu conhecimento”, pontuou.
Outros professores também podem acessar todo o material da dissertação e aplicar em suas salas de aula por este link ou por aqui. “Eu espero receber na minha caixa de e-mail que um professor colocou esses jogos em sala de aula, que foi efetivo, que as crianças gostaram, que elas jogaram, que elas aprenderam e que possam reelaborar seu conhecimento”, acrescenta.
Denise foi orientada pela professora associada do Departamento de História da UFPR, Martha Daisson Hameister que comentou sobre o trabalho de pesquisa. “A pesquisa toda que ela fez vem nos trazer o quanto essas conquistas vêm de longo tempo e vem também através de muita luta, muita batalha. Então, acho que veio num momento em que era necessário. O material da Denise foi necessário”, conclui.
A forma lúdica de aprender:
Os jogos criados são: o jogo de cartas “Memória Feminista” que traz a biografia e a luta de 12 feministas; o jogo de cartas “Linha do Tempo das Conquistas e Direitos das Mulheres” que permite que os discentes conheçam e ordenem cronologicamente as conquistas das mulheres; o jogo de cartas “Junte-se à Luta” que desafia os alunos a derrotar os preconceitos com cartas de estratégias feministas e o jogo de tabuleiro “No Caminho do feminismo: É verdade ou Mentira?” em que o discente ao percorrer o tabuleiro vai descobrindo sobre o feminismo e as feministas.
Denise ainda comenta a satisfação com a criação dos jogos: “Foi muito gratificante porque daí eu vi esses jogos realmente trazendo a eles a ludicidade, a curiosidade, a descoberta.”
Mas eles foram além das salas de aula do 9º ano. A convite da professora Lennita Oliveira Ruggi, que atua como professora da Educação na UFPR, Denise foi convidada para palestrar para os estudantes do curso de Pedagogia da UFPR. “Eu fui convidada para mostrar esses jogos nos estandes da Pedagogia. Eu fui convidada para palestrar e falar sobre a produção e para que eles joguem também. Então eram duas temáticas, era pra falar sobre o feminismo, mas era pra falar também sobre a produção de material sobre esse tema para ser colocado em sala de aula. Então além deles conhecerem o meu trabalho, eles jogaram essas partidas e foi uma parte muito importante pra eles conhecerem a dinâmica de como fazer o jogo, mas também de como ele pode ser aplicado dentro de sala de aula”, pontua.
Para a orientadora Martha, foi um desafio a ser trabalhado. “Eu achei simplesmente maravilhoso, porque eu gosto de desafios e eu gosto muito de coisas que apontam para a educação”.
Sobre o ProfHistória
O ProfHistória, Mestrado Profissional em Ensino de História, é um programa de pós-graduação stricto sensu em Ensino de História e tem como objetivo proporcionar formação continuada que contribua para a melhoria da qualidade do exercício da docência em História na Educação Básica, visando dar ao egresso qualificação certificada para o exercício da profissão de professor de História.
As instituições de Ensino Superior que fazem parte da Rede Nacional do ProfHistória são denominadas Instituições Associadas e são responsáveis pela execução do curso. Um projeto que foi aprovado em agosto de 2013, pelo Conselho Técnico-Científico da Educação Superior (CTC-ES) e a Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), tendo como público-alvo os professores da educação básica que atuam nas redes públicas.
Sua primeira reunião do Pleno Nacional – composto pela comissão Acadêmica Nacional ( CAN), ocorreu na Capes e desde então, a CAN realiza reuniões ordinárias mensais e, duas vezes por ano, reúne-se em sessões com todos os coordenadores locais.
Para saber mais sobre o ProfHistória, acesse o histórico completo do programa.
Ministra-chefe das Relações Institucionais, Gleisi Hoffman, e diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Enio Verri, foram recebidos pela gestão […]
Pesquisadores do Centro de Estudos do Mar estão instalando sistemas de permacultura para tratar águas residuais em áreas […]
Por Núcleo de Concursos UFPR Termina no dia 6 de junho o prazo para inscrições no Vestibular 2026 […]
Um projeto de Iniciação Científica do Departamento de Educação Física da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, […]