No dia dos Povos Indígenas, a UFPR lembra iniciativas e histórias de destaque
Há doze anos, a Universidade Federal do Paraná formava sua primeira estudante indígena no curso de Odontologia, abrindo as portas para dezenas de outros indígenas que concluíram o ensino superior na UFPR nos anos seguintes.
No dia dos Povos Indígenas, comemorado nesta quarta-feira (19), conheça alguns projetos, ações e histórias protagonizadas pela cultura e pelos estudantes indígenas da UFPR.
Ações afirmativas
Um fato em comum a muitos estudantes indígenas é a dificuldade que enfrentam no início do processo, quando normalmente mudam-se para a cidade onde vão cursar a graduação. Além da questão financeira, há dificuldades com a inclusão em grupos, moradia e até mesmo o clima.
Pertencentes a várias etnias, os estudantes indígenas vêm de diversas partes do Brasil para a UFPR. A Superintendência de Inclusão, Políticas Afirmativas e Diversidade (Sipad), o Núcleo Universitário de Educação Indígena (NUEI) e as pró-reitorias adotam políticas para fortalecer, auxiliar e incentivar o convívio e a permanência dos indígenas na instituição.
O apoio aos estudantes indígenas na UFPR acontece por meio de fomento e de acompanhamento da trajetória do aluno ao longo do curso.
Atualmente, a UFPR tem 59 estudantes indígenas matriculados, sendo grande parte ingressantes pelo Vestibular dos Povos Indígenas do Paraná, promovido pela UFPR em parceria com universidades estaduais. As provas deste ano acontecem nos dias 7 e 8 de maio.
Egresso em destaque
Devido à situação de emergência pública causada pela Covid-19 e a pedido do Governo Federal, em 2020, a UFPR antecipou a colação de grau de estudantes da área da saúde que cumprissem 75% do período de internato médico ou de estágio supervisionado. Entre os formandos da primeira turma estava o médico João Paulo Guergolet, indígena da etnia Guarani Nhandewa da aldeia Laranjinha, localizada no município de Santa Amélia (PR), no Norte do Paraná.
No mesmo ano, João Paulo passou a atuar em uma Unidade de Pronto Atendimento de Matinhos, no Litoral.
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Língua indígena de sinais
Nas aldeias da etnia terena, localizadas principalmente no estado de Mato Grosso do Sul, a língua oral terena é amplamente utilizada. Os surdos dessa etnia também se comunicam com sinais diferentes dos pertencentes ao sistema linguístico utilizado pelos surdos no Brasil (Libras).
Para fortalecer o reconhecimento e a preservação das línguas de sinais indígenas, o acadêmico do curso de licenciatura em Letras Libras da UFPR, Ivan de Souza, retratou a língua indígena de sinais utilizada pelos surdos da etnia Terena, de forma pioneira, em uma história em quadrinhos. O trabalho de conclusão de curso chegou a ser indicado ao Oscar dos Quadrinhos em 2022.
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Documentário
O estudante de Odontologia da UFPR, Euller Miller, um jovem indígena da etnia Kaiwá foi o personagem principal do documentário “Euller Miller entre dois mundos”. Dirigido por Fernando Severo, o longa-metragem fez um registro original da complexidade existencial e das questões sócio-econômicas decorrentes de sua inserção na inclusiva política de educação universitária indígena.
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PET Litoral Indígena
O Programa de Educação Tutorial (PET) Litoral Indígena da UFPR lançou a primeira edição da Revista 305 durante a celebração dos 110 anos da universidade. A publicação semestral divulga atividades de ensino, pesquisa e extensão.
No Brasil, são cerca de 842 desses grupos, dos quais apenas 17 são constituídos pela população indígena, que constituem um papel fundamental e estratégico nas metas de democratização do ensino superior brasileiro.
Desde a sua criação em 2010, o projeto visa promover e afirmar a ciência, arte, cultura e principalmente a presença indígena na universidade e na sociedade de forma geral.
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