Allen Ginsberg e Jack Kerouac debatiam ideias que ajudaram a moldar a contracultura estadunidense durante a Guerra Fria (Foto: Universidade de Notre Dame/Reprodução)

Ciência UFPR: Cartas mostram como Ginsberg e Kerouac interpretaram o budismo

21 outubro, 2025
16:04
Por Livia Inacio
Ciência e Tecnologia

Estudo da UFPR analisa como escritores da geração beat recorriam a diferentes vertentes da religião budista para questionar o american way of life no pós guerra

“Expire completamente o ar e encha os pulmões o máximo que puder, feche os olhos devagar e comece não a respirar suavemente como uma criancinha, mas a ouvir o som do silêncio”. O trecho é de uma carta de 1955, em que Jack Kerouac (1922-1969) ensina Allen Ginsberg (1926-1997) a meditar. 

Ícones da geração beat, contrária ao materialismo do pós-guerra, o autor de On the Road (1967), romance que fez da estrada um símbolo de recusa às normas sociais, e o de O Uivo (1956), poema que rompeu convenções literárias e expôs o vazio espiritual do ocidente, buscavam em clássicos orientais os princípios para uma vida mais leve. A investigação dos amigos ajudou a formatar as bases da contracultura estadunidense, que ganharia força nos anos 1960.

Vertentes do budismo eram amplamente exploradas pelos escritores, que, embora ainda não conhecessem a Índia, berço dessa religião, analisavam textos sagrados com imenso fascínio. Para entender esse olhar, o discente do curso de História da UFPR (Universidade Federal do Paraná) Fábio Vinicyus Gessinger, orientado pela professora Renata Senna Garraffoni, que pesquisa a presença da cultura antiga na contemporaneidade, vem analisando correspondências entre Kerouac e Ginsberg escritas entre 1952 e 1956 e reunidas em uma coletânea de Bill Morgan e David Stanford, com tradução brasileira de Eduardo P. de Souza.

O trabalho será apresentado na 16ª Siepe (Semana Integrada de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFPR) e visa compreender os diferentes budismos presentes nessas interlocuções, à luz de teóricos que estudam a recepção de obras literárias.

Como textos tão antigos e de um contexto sociocultural tão diferente dos Estados Unidos dos anos 1950 eram recebidos por jovens estadunidenses vivendo em meio ao boom da sociedade do consumo? Em que medida o contato com diversas tradições budistas abria o caminho para novas formas de viver, pensar e criar? Esses são pontos centrais do estudo de Gessinger.

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