Alexandre França Tetto. Foto: Marcos Solivan/Sucom UFPR

Ciência UFPR: Alexandre Tetto comenta o que falta na prevenção a incêndios florestais no Brasil 

05 novembro, 2024
10:49
Por Camille Bropp
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Ciência e Tecnologia

Especialista em prevenção e combate a incêndios florestais, docente do Departamento de Ciências Florestais da UFPR dá seu ponto de vista sobre as queimadas que afetam o país e o que poderia ser feito para mitigá-las

Os biomas brasileiros e sua biodiversidade são as vítimas diretas das queimadas que escalaram em número no país a partir de meados de julho. De acordo com dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), considerando os períodos entre janeiro e setembro das últimas duas décadas, o ano de 2024 é o segundo com mais área queimada no país (mais de 381 mil km²), atrás somente de 2010 (cerca de 420 mil km²). 

Nem todo fogo no Brasil é ilegal — sob condições, queimadas ainda são autorizadas para agricultura e, bem mais raramente, para manutenção de ecossistemas específicos. Segundo a terminologia da área, ligada à agricultura tradicional, a queima controlada, autorizada ou não, é a que segue critérios técnicos, os incêndios são problemáticos porque não há controle, e os focos de calor são pontos com temperatura acima de 47ºC captada por satélites, logo indicativos de presença do fogo.

Os números de focos de calor deste ano, porém, chamam atenção para condutas ilegais, visto que o fogo tem ameaçado unidades de conservação. O que, na prática, ocorre todos os anos no país, nem sempre em escala tão grande, mas sempre causando perdas. Muitas delas — caso da Área de Preservação Ambiental Triunfo do Xingu, no Pará, que fica na sensível Terra do Meio da Amazônia Legal — já são territórios pressionados por pecuária e mineração em qualquer época do ano.

Para o professor Alexandre França Tetto, coordenador do Laboratório de Incêndios Florestais (Firelab) e do Laboratório de Unidades de Conservação (Lucs) no Setor de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o fato de áreas protegidas virarem cinza anualmente é o aspecto mais grave da descontinuidade de políticas de prevenção a incêndios florestais.

“Quando eventos extremos acontecem há, geralmente, uma comoção por parte da população, que leva políticos a se posicionarem rapidamente”, avalia. “Quando o fato deixa de ser notícia, não há um monitoramento desses encaminhamentos por parte da mídia ou da população, fazendo com que em cinco, dez anos, a história seja semelhante”.

Leia a entrevista completa, com infográfico, no site da Ciência UFPR

Foto de destaque: Marcos Solivan/Sucom UFPR

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