Chatbot: Triagem de Aconselhamento Genético para Autismo de forma gratuita

22 agosto, 2023
14:56
Por Bruna Soares
UFPR

A prevalência global de Autismo é de 1 para cada 100 pessoas, e vem aumentando nas últimas décadas

Estima-se que 90% dos casos de autismo tem uma influência genética. E uma das principais dúvidas a serem respondidas é: Qual a probabilidade de um bebê nascer com autismo? Pergunta que o Chatbot, desenvolvido no Laboratório Genetika, irá responder. O robô responde às perguntas de casais que se preocupam se terão um filho Autista. A conversa funciona como uma triagem e de forma gratuita, apontando as condições de acordo com o histórico familiar. Essa é a primeira ferramenta para aconselhamento genético sobre autismo desenvolvida no Brasil e no mundo. 

 Foto: Reprodução/Laboratório Genetika

Ao iniciar a conversa com o chatbot e obter as informações científicas necessárias, o casal decide se irá passar por um aconselhamento genético ou até mesmo testes genéticos, para entender com mais precisão sobre os riscos de terem um filho com autismo – explica Salmo Raskin, médico geneticista idealizador do projeto e diretor do laboratório Genetika, em Curitiba.

Tendo o interesse pelo assunto, a pessoa faz um breve cadastro, com informações básicas como nome, e-mail e telefone, e a pessoa é direcionada para o Whatsapp por onde conversa com a Dika, a ferramenta de chatbot. Ali começa o primeiro passo da triagem com a seguinte pergunta: Você ou teu parceiro(a) ou alguém da tua família tem diagnóstico de Autismo? 

No decorrer da conversa, novas perguntas são feitas e o chatbot começa a analisar o caso daquela pessoa a partir de outras doenças – caso existam, e que podem estar relacionadas com o transtorno do espectro autista. “É uma prevalência muito alta e que vem aumentando muito nos últimos anos de modo que é um problema da saúde pública para todas as populações, inclusive para população brasileira. É importante que esse grande número de famílias possa ter acesso às informações sobre riscos de virem a ter um outro filho autista”, concluiu Salmo. 

Se o casal não tiver diagnóstico de autismo na família, o robô informa a prevalência de autismo na população em geral “A prevalência global de Autismo é de 1 para cada 100 pessoas, e vem aumentando nas últimas décadas. “Cerca de 2% da população das crianças são diagnosticadas com autismo nos Estados Unidos  até os 8 anos de idade, mas essa frequência também mostra que 97,5% das crianças não terão autismo”, informação dada pelo robô no momento da triagem, aponta o geneticista Salmo. 

O geneticista explica sobre a ideia de criar o chatbot “Surgiu de uma reflexão da falta de acessibilidade das pessoas e as informações sobre genética e do pequeno número de médicos geneticistas do Brasil. O chatbot tem sido utilizado não para fazer o papel do médico porque essa não é a intenção do chatbot e sim de uma triagem”. 

Salmo Raskin possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), especialização em Pediatria pela UFPR e em Genética Médica pela Universidade de Vanderbilt, Nashville, Tennessee. Mestrado em Genética pela UFPR e migrou para Doutorado em Genética também pela UFPR. É diretor do Centro de Aconselhamento e Laboratório Genetika, em Curitiba. Atualmente é membro titular da Sociedade Brasileira de Genética Médica, Presidente Científico do Departamento de Genética da Sociedade Brasileira de Pediatria. Foi Presidente por dois mandatos da Sociedade Brasileira de Genética Médica. Médico geneticista do Hospital do Trabalhador/CAIF e do Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG). Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Genética Molecular e Genética Médica, atuando principalmente nos seguintes temas: diagnóstico molecular e clínico de doenças genéticas.

Salmo Raskin, médico geneticista e diretor do laboratório Genetika, em Curitiba.

“A Universidade Federal do Paraná é onde eu fiz a minha formação. Graduação no curso de Medicina seguido imediatamente na residência em pediatria, no Hospital das Clínicas, de onde fui apoiado para fazer a minha especialização em genética nos Estados Unidos. Recentemente fui convidado para fazer parte da Pós-Graduação da criança e do adolescente no Departamento de Pediatria da UFPR. A UFPR tem um papel extremamente importante dentro da minha carreira profissional”, diz Salmo. 

Uma curiosidade particular sobre o Raskin é que seu pai, Aizik Raskin também se formou na turma de 1953, em medicina pela Universidade Federal Do Paraná (UFPR) e sua filha passou no vestibular 2023 da UFPR, em primeiro lugar para o curso de Publicidade e Propaganda. 

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