Evento ocorrido no Salão Nobre do Setor de Ciências Jurídicas reuniu autoridades, estudantes e movimentos sociais, em prol de compromisso com um Brasil soberano e democrático
Em uma demonstração de engajamento acadêmico e social, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) foi palco de um importante ato em defesa da soberania nacional, organizado pela Federação Nacional de Estudantes de Direito (FENED) em parceria com o Direção do Setor de Ciências Jurídicas, e a Reitoria da universidade. O evento, que aconteceu na última terça-feira (12), contou com o apoio da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Paraná (OAB-PR), e marcou um momento significativo de articulação entre universidade, movimentos sociais e entidades da sociedade civil.
A mesa diretiva foi composta por Sabrina Kurscheidt, estudante de Direito; Melina Fachin, diretora do Setor de Ciências Jurídicas da UFPR; Camila Fachin, reitora em exercício da UFPR; Aldo José Gorgatti Zarbin, vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e professor da UFPR; e Maíra Silva Marques da Fonseca, diretora da Escola Superior de Advocacia da OAB-PR.
O salão nobre do prédio histórico, espaço que acolheu o ato, atingiu sua capacidade máxima. Por essa razão, muitos participantes acompanharam a programação a partir do hall adjacente e de uma sala de apoio, que contava com transmissão ao vivo.
“Enquanto brasileiros, é fundamental nos mobilizarmos nesta pauta”, afirmou a estudante Sabrina Kurscheidt. “Eu vejo que essa ação partindo dos estudantes de direito é fundamental, visto que o direito é o nosso objeto de estudo, e neste caso o estado democrático de direito vem sendo atacado. Então é fundamental que essa mobilização comece aqui na UFPR e repercuta para fora dos muros da universidade. O papel do estudante nesse caso é justamente fazer a tradução da pauta, é entender o porquê ela é importante e levar essa importância para fora da universidade”.
As falas dos representantes na mesa convergiram para uma mensagem clara e unânime: a soberania do Brasil não se negocia, se defende. “Soberania não é apenas um conceito jurídico; é a expressão mais concreta da liberdade de um povo de decidir seu próprio destino. É ela que nos permite escolher nossos caminhos políticos, econômicos e sociais sem submissão a interesses externos que não correspondam ao nosso projeto de nação”, afirmou Melina Fachin em seu discurso.
Durante o evento, destacou-se o papel estratégico da universidade pública como espaço de produção de conhecimento, de formação cidadã e de defesa intransigente dos valores democráticos e soberanos do país. “É preciso lembrar: a soberania é um bem que precisa ser cuidado e defendido todos os dias. Para isso, é preciso conhecimento, ciência e consciência coletiva”, disse a reitora em exercício Camila Fachin.
Para ela, em tal cenário as universidades cumprem um papel importante. “Temos uma inegável responsabilidade social, já que para além de excelentes técnicos, estamos aqui na UFPR e em todas as universidades públicas desse país formando cidadãos. A nossa universidade promove soberania todos os dias”, defendeu Fachin.
Por sua vez, o professor Aldo Zarbin também destacou seu orgulho pelo fato da UFPR ser palco do ato. Ainda, enfatizou que a SPBC, organização da qual é vice-presidente, “sempre agiu de modo a deixar bem claro que democracia e soberania são conceitos inegociáveis”. Para ele, nós perdemos nossa soberania “quando as nossas riquezas são usurpadas das nossas florestas, e a nossa biodiversidade dos nossos subsolos, por interesses estrangeiros, sem comprometimento com o Brasil”, disse.
Em seu discurso Maíra Silva ressaltou o papel dos advogados na defesa da soberania. “Como representante da OAB/PR cabe a mim reforçar o papel da nossa classe na preservação ativa da força da ciência do direito. Não somos apenas operadores do direito, por compromisso público e solene, estamos também para defende-lo institucionalmente”.
Um dos momentos mais simbólicos da cerimônia foi a leitura da Carta em Defesa da Soberania Nacional, feita por dois estudantes que representam a diversidade da comunidade acadêmica: Kenson Koskur Coelho, estudante de Jornalismo, e Valdenice Vilagelim, estudante de Terapia Ocupacional.
“A defesa da soberania, feita a partir de uma universidade pública federal, é muito importante, já que a educação pública, em especial de universidades, é comumente atacada por pessoas com síndrome de vira-lata que acham que tudo que é de fora é melhor. Eu acredito que ter uma mobilização com a potência que existe dentro da universidade pública é muito importante para assumirmos o nosso protagonismo na defesa da soberania do nosso país”, defendeu Koskur em entrevista.
O ato foi finalizado com o Hino Nacional, que foi entoado em coro pelos presentes, em um gesto coletivo de pertencimento. Neste contexto político e social delicado, a manifestação na UFPR se alinha ao movimento nacional que ganhou força com a adesão oficial da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) à Carta em Defesa da Soberania Nacional. A iniciativa já conta com mais de 18 mil assinaturas e com o apoio de diversas entidades da sociedade civil.
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