Equipe de Luta Olímpica treina para viajar à Turquia e ao Irã

Recém chegada do Campeonato Panamericano de Luta Olímpica na Guatemala, no qual conquistou duas medalhas de ouro, duas de prata e várias de bronze, a equipe brasileira de Luta Olímpica, virá participar dos treinamentos junto com a equipe da UFPR, na Universidade Federal do Paraná, em parceria com a FEPALA – Federação Paranaense de Lutas Amadoras, que já iniciou os treinamentos para participar dos Jogos Universitários Mundiais, marcados para Setembro na Turquia. O Brasil enviará dois representantes classificados no 1º Campeonato Brasileiro Universitário de Luta Olímpica, realizado em abril deste ano, na cidade de Vitória do Espírito Santo.

Os resultados alcançados na Guatemala, foram alguns dos mais expressivos da Luta Olímpica do Brasil e a equipe paranaense recebeu recentemente dois reforços de peso. No masculino, o atleta Fábio Cunha, hepta campeão brasileiro e titular da seleção do País em diversos eventos, além de esposo da também campeã brasileira Maria Laura Staskolviak, que veio com ele para Curitiba, onde estão vivendo e treinando. E no feminino, a volta da atleta Regiane Koswoski e chegada da americana Lisa, aluna de Odontologia da UFPR, que já treinou com um dos maiores astros da Luta Olímpica americana e mundial, Don Gable.

“Também estamos investindo nos atletas masters, entre eles José Luiz Fonseca dos Santos, 49, vice-campeão sul americano de Luta Olímpica e o penta campeão brasileiro Jefferson Cardoso, 35, que, assim como eu, estão se preparando para disputar o Mundial Master de Estilo Livre, também em setembro, no Irã”, comenta o professor Sérgio dos Santos, 50, antigo campeão brasileiro e coordenador da equipe da UFPR.

Projeto Social – Também em parceria com a FEPALA, a UFPR deverá iniciar em breve um projeto social visando à inclusão de meninos e meninas em situação de risco social por meio da Luta Olímpica. “Já fizemos uma solicitação em Brasília, pedindo verbas para construir um ginásio de lutas no Centro de Educação Física da universidade. Queremos que ele abrigue um tapete de treino que recebemos como doação do Comitê Olímpico Brasileiro”, diz Santos. “Com o projeto já queremos ir fazendo uma detecção de talentos para preparar futuros atletas internacionais.”

Treinamentos – Os treinamentos da equipe da UFPR acontecem sempre nas segundas, quartas e sextas-feiras, das 7h30min às 9h30min, no Departamento de Educação Física, Campus Jardim Botânico. Ao todo são 30 atletas, entre eles oito mulheres, alunos e não alunos da universidade. Qualquer pessoa interessada e que se enquadre nas condições físicas e de saúde necessárias para a pratica de qualquer atividade física e também da Luta Olímpica pode se inscrever para os treinamentos. Basta procurar o Departamento de Educação Física e participar de uma avaliação.

Sobre a Luta Olímpica – As primeiras lutas olímpicas surgiram no Egito por volta dos 3.000a.C. Entre alguns praticantes conhecidos estavam Alexandre O Grande, Sócrates, Platão, Aristóteles, Lênin e Napoleão Bonaparte. A Luta Olímpica e sua simbologia também foram utilizadas por Pierre de Coubertin para criação dos Jogos Olímpicos Modernos em 1886.

Atualmente, a Luta Olímpica disputa 72 medalhas olímpicas em três estilos distintos: livre, greco-romano e feminino, esta última uma conquista recente nas Olimpíadas de Atenas em 2004, quando as mulheres participaram das disputas pela primeira vez.

Ao todo, são mais de 170 os países que possuem equipes da modalidade. Países em que a Luta Olímpica é tão importante quanto o Futebol no Brasil. “O problema é que ela ainda é muito confundida com o tele-cach antigo”, comenta Santos. “Aquelas lutas de pessoas fantasiadas transmitidas pela televisão. Só que o esporte não tem qualquer relação com o espetáculo televisivo e sim com o alto rendimento e os Jogos Olímpicos. Curitiba, juntamente como o Rio de Janeiro, deverá pleitear a candidatura como a sede dos Jogos Olímpicos para 2012. A UFPR tem tudo para ser um centro em luta: espaço físico (7.5 alqueires), professores altamente qualificados e material humano. Por isso estamos tentando construir o espaço ideal e difundir cada vez mais a Luta Olímpica como um esporte realmente importante e de inúmeras possibilidades para realizar a tão almejada inclusão social”, finaliza.

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