UFPR participa do Programa Nacional de Popularização da Ciência, lançado pelo MCTI

27 outubro, 2023
15:28
Por Juliana Marques
Ciência e Tecnologia

Programa Nacional de Popularização da Ciência (POP Ciência), lançado esta semana pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), é uma iniciativa que representa um passo importante para que o Brasil desenvolva a cultura científica de uma maneira institucionalizada, mais estruturada, democrática e em rede, com tecnologia e inovação conectadas à inclusão e à diversidade.

Para isso, diversas práticas devem ser fortalecidas e novas políticas construídas, que atendam aos eixos do Programa. Entre as novidades, está a criação da Virada da Ciência, que será mais voltada aos trabalhadores e pessoas fora do ambiente escolar, e aposta na inclusão e na diversidade.

Para chegar a essa proposta e todos os direcionamentos do POP Ciência, foi estabelecido formalmente o Comitê de Popularização da Ciência e Tecnologia. “Um comitê que, de fato, tem a representação da sociedade e diversos atores que se unem pela popularização da ciência”, destacou a diretora de Ciência, Popularização e Educação Científica do MCTI, Juana Nunes . A missão desse grupo é atuar na proposição de ações e estratégias, fazer a articulação política e mobilizar diferentes setores do governo e da sociedade civil para alcançá-las.

O pró-reitor de Extensão e Cultura da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Rodrigo Reis, explica que a iniciativa consolida uma política, que vinha atuando no Brasil desde 2004 na área de popularização e divulgação da ciência. “O decreto dá força tanto para o MCTI quanto para os demais órgãos do governo para o desenvolvimento e fortalecimento de ações relacionadas ao tema. O POP Ciência diz, por exemplo, que o fomento dessas ações vai se dar por meio de editais específicos para a área e seus diferentes eixos”, ressalta Rodrigo.

A coordenadora geral da Agência Escola UFPR, pesquisadora de divulgação científica, Regiane Ribeiro, também participou da elaboração do POP Ciência e acrescenta mais pontos positivos desse plano. “Além de englobar todas as iniciativas que já acontecem nessa área há muitos anos, e que já são consolidadas, como a Semana Nacional da Ciência e Tecnologia, por exemplo, abre espaço para se pensar novos eixos, entre eles a diversidade da ciência não só nas questões identitárias, mas também na abertura de espaço institucionalizado para saberes tradicionais e suas tecnologias. Vale ainda reforçar a oportunidade de relacionarmos ciência e arte promovendo uma interação entre artistas, educadores populares e cientistas no fortalecimento de uma cultura científica”, reforça.

Ciência em rede

A ciência é coletiva e essa visão deve ser ampliada com o estabelecimento de “redes de ciência” previsto no POP Ciência. O Paraná tem a primeira rede estadual na área: a Paraná Faz Ciência, que conta com o apoio da Fundação Araucária e também do MCTI. “Espero que possa servir como modelo para os demais estados para a organização das redes. A ideia é que as redes possam organizar as diferentes iniciativas, como museus e feiras de ciência, por exemplo, a partir da perspectiva do território ou da região onde estão inseridas”, explica Rodrigo Reis, que também é articulador do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (Napi) Paraná Faz Ciência.

A rede paranaense foi criada para reunir profissionais e estudantes que trabalham com divulgação científica e, assim, conhecer melhor as ações e espaços com esse foco para ampliar trocas e parcerias. A pró-reitora de Extensão e Cultura da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e assessora da Fundação Araucária, Débora Santana, acredita que o Programa traz a possibilidade de expansão das ações que já são executadas. “Considero que o Paraná, atualmente, está entre os estados mais organizados na divulgação científica e com maior potencial de crescimento nessa área. A rede tem contribuído nesta organização e divulgação e, com os novos apoios e financiamentos, contribuirá ainda mais. A Fundação Araucária tem investido muito em divulgação científica, como nunca foi visto na história local e certamente da maioria dos estados do Brasil. Seu papel tem sido fundamental para os avanços que temos acompanhado”, opina Débora.

Desafios

Alguns desafios para o comitê e divulgadores da ciência são:

  • Combater a desinformação;
  • Aumentar a consciência sobre as mudanças climáticas;
  • Ampliar a diversidade na ciência;
  • Fortalecer as ações que tenham como pauta o enfrentamento das desigualdade sociais.

Para essas conquistas, a diretora de Ciência, Popularização e Educação Científica do MCTI explica que é necessário melhorar a qualidade do ensino na escola pública, ofertar educação científica de qualidade para as crianças e jovens e, além disso, atuar além do público escolar. As ações precisam atingir trabalhadores, pessoas da terceira idade, populações vulneráveis, reconhecer o conhecimento dos povos originários e quilombolas. Tudo isso em uma agenda interministerial. “Democratizar o conhecimento é fazer chegar a nossa riqueza, o que fazemos e produzimos, para a sociedade e reconhecer que a sociedade também produz conhecimento”, explica Juana Nunes.

Confira o decreto

O anúncio do POP Ciência foi feito pela ministra Luciana Santos durante o lançamento do programa Saúde com Ciência, no dia 24 de outubro, uma iniciativa interministerial coordenada pelo Ministério da Saúde e a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Confira aqui o decreto que institui o Programa Nacional de Popularização da Ciência (Pop Ciência) e o Comitê de Popularização da Ciência e Tecnologia (Comitê Pop).

Acesse a matéria na íntegra: Pop, democrática e com diversidade: MCTI lança Programa Nacional de Popularização da Ciência.

Por Alice Lima/ Agência Escola UFPR
Foto de destaque: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)

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