Pró-reitorias de Permanência Estudantil (P4E) e de Ações Afirmativas (Proafe) lançaram nesta Semana dos Calouros rede de escuta permanente para o enfrentamento de trotes vexatórios e de práticas abusivas
Recepcionar calouros e calouras de forma acolhedora é respeitar escolhas individuais e repassar a ideia de pertencimento à Universidade Federal do Paraná (UFPR), sem promover exclusão.
Essas são as recomendações da Rede de Escuta e Apoio Estudantil: Enfrentamento de Trote criada neste ano pela UFPR para estimular recepções acolhedoras de calouros e calouras, bem como para coibir trotes humilhantes e violentos.
Chamado de campanha Chega Junto — que foi delineada com representantes estudantis e foco no público discente —, o lançamento reúne manual de boas-vindas e um formulário por meio do qual denúncias podem ser realizadas de forma anônima e com o apoio de equipe técnica multidisciplinar.
Também é possível solicitar ajuda por mensagem de WhatsApp, no telefone (41) 98490-0026. Podem submeter informações quem foi vítima e quem presenciou trotes ou outras situações abusivas.
No caso da Semana dos Calouros, a campanha contrapõe os conceitos de recepção de calouros — feita com acolhimento e respeito às decisões de alunas e alunos — e de trotes, que surgiram com o intuito de ridicularização.
“A palavra ‘trote’ tem sido associada, cada vez mais, a práticas abusivas, humilhantes e violentas, o que gerou uma conotação negativa. Historicamente, o trote foi visto como um rito de passagem universitário, mas, com o tempo, casos de excessos e abusos levaram a uma maior conscientização sobre seus impactos negativos”, diz Daiana Kloh Khalaf, docente do Departamento de Enfermagem da UFPR e coordenadora de Atenção à Saúde integral (Caise) da P4E.
Na visão da equipe, as tentativas de transformar o significado da palavra foram insuficientes, por causa da pressão cultural em torno do assunto.
“Termos como ‘trote solidário’ e ‘trote acolhedor’ surgiram como tentativas de ressignificar essa recepção aos ingressantes. No entanto, reconhecemos que o termo carrega um histórico de práticas excludentes e, por isso, nosso foco está na promoção de um acolhimento genuíno, que fortaleça o pertencimento dos novos estudantes sem reproduzir qualquer tipo de constrangimento ou violência. Nosso compromisso é garantir que a chegada à universidade seja uma experiência positiva, baseada no respeito, na integração e na valorização da diversidade”, afirma.
Frente a isso, universidades, entre elas a UFPR, optaram por trabalhar pelo enfrentamento dessas práticas, promovendo ações que substituam o trote por formas de integração mais saudáveis e inclusivas. Por isso a campanha incentiva eventos culturais, campanhas solidárias, ações sustentáveis e doações de sangue — escolhas mais compatíveis com um ambiente de formação intelectual e profissional.
Formulada pela Pró-Reitoria de Pertencimento e Políticas de Permanência Estudantil (P4E), em parceria com a Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Equidade (Proafe), a rede tem o objetivo é informar, orientar, acolher e combater atitudes desrespeitosas, violentas e que violem direitos e garantias individuais e institucionais.
A ideia é que permaneça com local de escuta da comunidade da UFPR em qualquer época do ano. Seu papel é organizar estratégias para oferecer acolhimento, orientação, atividades socioeducativas e encaminhamentos, de acordo com as particularidades de cada caso.
Todas as comunicações serão recebidas e tratadas com compromisso de confidencialidade. O formulário on-line pode ser acessado neste link.
A rede não substitui outros espaços de escuta da UFPR, tais como a unidade de acolhimento da Proafe (por e-mail e presencial, no Prédio Histórico da UFPR em Curitiba) e a Ouvidoria Geral da instituição.
Com Aline Fernandes
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