O projeto foi criado para possibilitar acessibilidade da informação da cor, proporcionando autonomia e inclusão para pessoas com deficiência visual
A Universidade Federal do Paraná (UFPR) foi recentemente premiada com o Prêmio IUAD Award 2024 – Bronze, concedido pela International Association of Universal Design (IAUD), do Japão, pelo desenvolvimento do projeto See Color. O prêmio reconhece a contribuição da universidade na promoção da acessibilidade à informação de cor para pessoas cegas ou com deficiência visual, por meio de um método inovador e patenteado.
A premiação, além do reconhecimento internacional, também permite à UFPR utilizar o Selo Bronze da IAUD durante os próximos dez anos. Esse selo é um símbolo de excelência em design universal e estará disponível para ser aplicado nas ações de divulgação do projeto, com regras específicas de uso.
O método See Color
O método See Color foi criado pela pesquisadora Sandra Regina Marchi, doutora em Engenharia Mecânica pela UFPR. Seu trabalho no See Color, iniciado durante sua tese de doutorado defendida em 2019, tem gerado impacto positivo, transformando a vida de muitas pessoas e ampliando o acesso à informação de cor.
Baseado na Teoria das Cores, o método utiliza o conceito de alto relevo para criar símbolos táteis, facilitando a identificação de cores por pessoas com deficiência visual. A metodologia é simples e intuitiva, com um ponto de referência e uma linha dinâmica que gira ao redor deste ponto, semelhante ao ponteiro de um relógio. Esse sistema permite que, com o toque, sejam identificadas até 94 cores, incluindo o conceito de “Incolor/Transparente”. Esse conceito no contexto do método See Color refere-se à representação de cores que não possuem tonalidade visível, como o caso da transparência ou da ausência de cor em um objeto. Para pessoas com deficiência visual, esse conceito é importante porque, ao tocar o símbolo tátil criado pelo método, a pessoa pode identificar que o item em questão não possui cor visível ou é transparente, ou seja, não há distinção cromática. Isso permite que o deficiente visual compreenda a natureza de um objeto que não tem cor ou é transparente, como vidro, água ou certos plásticos, por exemplo
A proposta pedagógica do See Color é um avanço significativo para o ensino das cores, facilitando a compreensão das cores primárias, secundárias e neutras. Em apenas 20 minutos de treinamento, uma pessoa com deficiência visual pode aprender a identificar diversas cores, promovendo maior independência e interação com o ambiente.
O projeto também se destaca por atender a um público amplo, incluindo pessoas daltônicas. Estima-se que 10% da população mundial tenha algum tipo de daltonismo, e o See Color oferece uma solução para melhorar sua experiência no cotidiano. Além disso, com cerca de 6,978 milhões de pessoas com deficiência visual no Brasil, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inclusão social proporcionada pelo See Color é de grande importância.
Impacto e aplicações
O método See Color pode ser aplicado em diversos contextos, desde roupas e utensílios domésticos até o ambiente corporativo, facilitando a inclusão de pessoas com deficiência visual e daltônicas no mercado de consumo. Sua implementação também pode contribuir para fortalecer a imagem de empresas engajadas com causas sociais relevantes.
Além do Prêmio IUAD Award 2024, o projeto See Color já foi agraciado com diversos outros prêmios, como o Prêmio Viva Inclusão 2018 e o Prêmio Empreendedora Curitibana 2019. Em 2024, recebeu também o Prêmio Sérgio Mamberti, concedido pelo Ministério da Cultura. Esses reconhecimentos consolidam o See Color como uma das soluções mais inovadoras para a acessibilidade no mundo.
Premiações nacionais – Inclusão e Acessibilidade
A UFPR também recebeu destaque no Workshop Internacional de Tecnologia Assistiva, realizado em Curitiba, onde duas pesquisas da instituição foram premiadas. No evento, que contou com a avaliação de 36 trabalhos, a UFPR conquistou o primeiro e o segundo lugares. O primeiro prêmio foi concedido à pesquisa de Maria Lilian Barbosa, que trabalhou na impressão de código tátil de cores por meio da técnica embossing. O objetivo da pesquisa é criar uma alternativa acessível e de baixo custo para a criação de etiquetas em braile, permitindo que deficientes visuais possam identificar cores de forma mais independente. A pesquisa de Dominique Adam, que mapeou tecnologias multimodais para deficientes visuais, garantiu o segundo lugar no evento.
Essas pesquisas foram orientadas pela professora Maria Lúcia Okimoto e destacam o esforço da UFPR em promover soluções práticas e eficientes para a inclusão de pessoas com deficiência.
Reconhecimento pelo prêmio Viva Inclusão
Dois outros projetos da UFPR receberam destaque no Prêmio Viva Inclusão, organizado pela prefeitura de Curitiba, que reconhece inovações em inclusão social. A doutoranda Sandra Regina Marchi foi premiada pelo projeto See Color, que traz um código tátil de cores para deficientes visuais. Com um sistema simples de aprendizado e aplicação, o projeto facilita a compreensão das cores por pessoas cegas ou com baixa visão e já conta com 94 cores codificadas.
Além disso, Bruna Brogin, doutoranda em Design na UFPR, recebeu reconhecimento pelo seu trabalho na criação de moda funcional para deficientes. O projeto Co-wear busca desenvolver roupas adaptadas, com funcionalidades específicas para pessoas com deficiência física, como botões de ímã e alças para facilitar o vestir. O projeto envolve a cocriação de peças de vestuário com deficientes, garantindo que atendam às suas necessidades de autonomia, conforto e qualidade de vida.
Acesse a galeria de fotos da solenidade do Prêmio Viva Inclusão clicando aqui.
As premiações e reconhecimentos obtidos pela UFPR destacam a universidade como uma líder em inovação e pesquisa voltada para a inclusão de pessoas com deficiência. Com projetos como o See Color e as iniciativas de moda funcional e tecnologias assistivas, a UFPR não só tem avançado na criação de soluções acessíveis, mas também se dedicado por uma sociedade mais inclusiva e igualitária.
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