A voz de Wesley Leonardo Garcia chama a atenção em forma de poesia para a realidade vivenciada. “Tentativas excessivas em nos assassinar já são maiores do que os nossos ancestrais no mar. A minha dor tu não deves abafar”, declamou o estudante de Economia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e membro do coletivo Frente Negra. As palavras escritas no poema “Soneto meu – parte 1”, de sua autoria, ganharam voz no Sarau Negro, que ocorreu no Centro Politécnico e no pátio da Reitoria durante a programação do Mês da Consciência Negra da UFPR.
O sarau contou com declamação de poemas, música e dança de estudantes durante cerca de duas horas. Para Wesley, esse é um espaço não apenas de conscientização, mas também de identidade. “Ser negro não é só uma questão de cor, mas você também se sentir uma pessoa negra. Eu carrego toda uma história atrás de mim, então é importante eu saber quem eu sou. É uma questão identitária”, diz.
Desde criança Wesley escreve poemas, que declamou pela primeira vez em 2017 no Slam Contrataque, que ocorre no Largo da Ordem, em Curitiba. “Algumas pessoas se identificaram e foi bem legal. Aí continuei escrevendo e declamando”, conta. “A verdade nua e crua: ainda não sou livre no andar”, terminou o poema “Soneto meu – parte 1” entoado por Wesley no pátio da Reitoria da UFPR.
O Dia Nacional da Consciência Negra é celebrado no Brasil em 20 de novembro e a UFPR promove, durante o mês inteiro, uma série de ações artístico-culturais nos diversos campi da instituição para discutir temas relacionados à consciência negra. A iniciativa é promovida por meio de uma articulação entre Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proec), Superintendência de Inclusão, Políticas Afirmativas e Diversidade (Sipad), núcleos de pesquisa e extensão, coletivos de estudantes e grupos artísticos.
A programação completa do Mês da Consciência Negra na UFPR pode ser conferida neste link