Rede Lusófona de Educação Ambiental promove o VIII Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades de Língua Portuguesa

07 agosto, 2025
14:01
Por Gabriela Santos

Entre os dias 21 e 25 de julho, foi realizado em Manaus (AM) o VIII Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades de Língua Portuguesa, um dos mais relevantes eventos da área no espaço lusófono. Com a presença de cerca de 1.600 participantes, o congresso reafirmou o compromisso coletivo com a justiça climática, a preservação ambiental e o fortalecimento de redes de cooperação internacional.

A Universidade Federal do Paraná (UFPR), por meio do Centro de Educação Ambiental e Preservação do Patrimônio (CEAPP), foi uma das instituições organizadoras do evento. A participação institucional da UFPR consolida o protagonismo da universidade no campo da Educação Ambiental e representa um avanço estratégico na ampliação das oportunidades de pesquisa e cooperação internacional, especialmente com países e comunidades de língua portuguesa.

A Rede Lusófona de Educação Ambiental (REDELUSO), responsável pela organização do congresso, é integrada por representantes de nove países (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste), além de diversas comunidades historicamente ligadas à Língua Portuguesa. Para a Profa. Marília Andrade Torales Campos (UFPR), coordenadora adjunta da REDELUSO, “o VIII Congresso se soma a uma trajetória de 20 anos de construção coletiva, marcada pelo compromisso com a Educação Ambiental crítica e pela busca de alternativas diante da atual crise socioambiental global, cujos impactos já são cientificamente comprovados”.

Ao longo do evento, foram realizadas diversas reuniões técnicas e políticas entre representantes dos Ministérios do Meio Ambiente e da Educação de todos os países membros da REDELUSO. Essas articulações visaram definir metas conjuntas para a construção e atualização das Estratégias Nacionais de Educação Ambiental, contribuindo para a promoção de uma governança climática global mais justa e integrada.

Como resultado concreto, foi apresentada a Carta de Manaus – Grito da Amazônia por todos os povos do mundo, documento coletivo que sintetiza os compromissos firmados e propõe diretrizes futuras para o fortalecimento da Educação Ambiental nos países lusófonos.

O congresso contou ainda com o apoio do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), do Ministério da Educação (MEC), do Governo do Estado do Amazonas e da Fundação Matias Machline. A cerimônia de abertura contou com a participação da ministra Marina Silva. Além dela, estiveram presentes o Ministro de Ciência e Tecnologia do Timor Leste, Sr. José Honório da Costa Pereira Jerónimo e a Ministra do Meio Ambiente de Angola, Sra. Ana Paula de Carvalho Pereira, além de outras autoridades em representação aos demais países.

Segundo Joaquim Ramos Pinto (ASPEA/Portugal), coordenador da REDELUSO, o encontro foi fundamental para alinhar esforços entre os países da CPLP e ampliar o diálogo com povos e comunidades da Amazônia. “Países como Guiné-Bissau, Guiné Equatorial e Timor Leste assumiram o compromisso de construir suas Estratégias Nacionais de Educação Ambiental, enquanto os demais se comprometeram com a atualização das existentes. A meta é que até 2027 todas estejam em plena implementação”, afirmou.

Durante o evento, também foram definidas as próximas sedes dos congressos: o IX Congresso ocorrerá no Timor Leste (2027) e o X Congresso em Angola (2029).

A participação ativa da UFPR e de seus pesquisadores neste espaço internacional fortalece a presença institucional da universidade em redes de cooperação sul-sul, amplia significativamente as possibilidades de desenvolvimento de projetos conjuntos de pesquisa, formação e extensão, e abre novas frentes de atuação acadêmica no enfrentamento das mudanças climáticas e na defesa da justiça ambiental em contextos multiculturais.

Momento do anúncio das sedes do congresso em 2027 (Timor Leste) e 2029 (Angola).

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