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Pesquisadores da UFPR monitoram qualidade de ostras cultivadas no litoral do Paraná

Casal de aquicultores (à frente) auxilia estagiários do Laboratório de Sanidade Aquícola na coleta de ostras - Foto: Luciene Lima
Casal de aquicultores (à frente) auxilia estagiários do Laboratório de Sanidade Aquícola na coleta de ostras - Foto: Luciene Lima

Com a expansão da maricultura no litoral do Paraná, cresce também a preocupação com a qualidade dos peixes, crustáceos e moluscos destinados ao consumo. Com essa inquietação, pesquisadores do Centro de Estudos do Mar (CEM) da UFPR passaram a se dedicar, em 2012, ao monitoramento da saúde bacteriológica das ostras cultivadas na região.

Em parceria com as comunidades de aquicultores locais, os pesquisadores coletam quinzenalmente três dúzias de ostras de diferentes pontos de uma mesma criação, além de amostras de água da área do criadouro. Os pesquisadores estão atrás dos chamados vibriões, bactérias do gênero Vibrio, que têm potencial de desencadear gastroenterites severas em humanos, podendo levar o indivíduo infectado à morte. A espécie mais conhecida é o vibrião colérico (V. cholerae), causador da cólera.

“Alimentos de origem marinha têm sido apontados como fontes potenciais de contaminação por certos vibriões”, explica a médica veterinária Luciene Lima, coordenadora do Laboratório de Sanidade Aquícola do CEM e idealizadora do Projeto Vibrios. A pesquisadora lembra que na última década houve surtos de vibriões causadores de enfermidades, como V. parahaemolyticus e V. vulnificus. Com a colaboração de estudantes do curso de Aquicultura e de Oceanografia, Luciene monitora a presença das bactérias em águas de Pontal do Sul e em ostras produzidas na região do complexo estuarino de Paranaguá.

Estagiária do Laboratório de Sanidade Aquícola prepara material para análise bacteriológica de ostra - Foto: Luciene Lima
Estagiária do Laboratório de Sanidade Aquícola prepara material para análise bacteriológica de ostra - Foto: Luciene Lima

Várias espécies marinhas são susceptíveis a vibrioses. No caso dos bivalves (classe de moluscos a que pertencem ostras e mexilhões), o processo de alimentação, que consiste na filtragem da água circundante, facilita a contaminação. A pesquisadora do CEM explica que não é possível diagnosticar a presença das bactérias a olho nu. “Moluscos contaminados por vibriões não apresentam modificações na aparência, sabor ou odor”, diz. “A vibriose não representa uma ameaça direta ao molusco, mas sim a quem o consome.”

O Projeto Vibrios não tem prazo para ser concluído. Até agora, os resultados do monitoramento podem ser considerados positivos, uma vez que não foram encontrados vibriões patogênicos. Ainda assim, Luciene faz recomenda que os consumidores de moluscos bivalves cultivados na região informem-se sobre a procedência do produto, evitem consumir ostras e mexilhões crus e conservem os frutos do mar sob refrigeração. “O molusco em boas condições para consumo estará com as conchas fechadas e com líquido interno incolor e sem cheiro.”

Célio Yano

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