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Pesquisa mostra que exames de raios x não afetam saúde de crianças e adolescentes

01 julho, 2005
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A radiação de exames de raios x sempre foi um assunto polêmico, não só no meio científico como também entre a população em geral, principalmente com relação aos possíveis efeitos danosos sobre a saúde das crianças. Agora uma pesquisa desenvolvida pelas Universidades Federal do Paraná, Federal de Pernambuco e Centro Federal de Educação Tecnológica comprovou que os efeitos da radiação – desde que não seja ultrapassado um determinado número de exames por ano – são muito pequenos e não trazem nenhum transtorno, nem a longo prazo, para a saúde de crianças e adolescentes. O estudo realizado em Curitiba observou menores que fizeram exames radiológicos rotineiros da face, cabeça e pescoço.

Efeitos – Esse tema sempre gerou muita discussão porque as normas de proteção radiológica brasileira são mais brandas do que as européias e temia-se que o efeito dos raios x, pela cumulatividade (o chamado efeito estocástico), poderia causar danos à saúde de seres em crescimento. Depois de cerca de dois anos de estudo, a conclusão mostrou que esse risco não é significativo, não havendo perigo. ‘Poderia ocorrer alguma espécie de dano se as pessoas fossem submetidas há pelo menos 30 exames radiológicos ao ano, o que é quase impossível de ocorrer na prática médica ou odontológica’, destaca o professor Gerson Köhler, que acaba de receber com essa pesquisa o título de mestre em Engenharia Biomédica pelo CEFET/PR.

‘O exame radiográfico sob estudo é indicado rotineiramente para avaliar problemas de crescimento e de desenvolvimento facial, tanto por dentistas nas áreas de Ortodontia e Ortopedia Facial quanto pelos médicos otorrinolaringologistas para diagnóstico de obstrução da respiração’, informa o professor, que atua na área clínica interdisciplinar de normalização do crescimento dentofacial.

Novos estudos – Os pesquisadores Gerson Köhler e Eros Petrelli da Pós-Graduação em Ortodontia e Ortopedia Facial da UFPR e Hugo Reuters Schelin do CEFET/PR e Universidade Federal de Pernambuco, quantificaram a dose de radiação absorvida pela face de crianças e adolescentes, que tem áreas de alta sensibilidade à radiação, como o cristalino dos olhos e as glândulas tireóide e salivares.

Apesar dos resultados tranqüilizadores, o que deixa médicos e odontólogos mais seguros para solicitar esse tipo de exame são os estudos que deverão continuar nos próximos anos, na área de Engenharia Biomédica do CEFET, que em breve será a primeira Universidade Tecnológica Federal do Brasil. As pesquisas deverão ter continuidade nos programas de mestrado e doutorado, com dosagem de exposições radiológicas em outras áreas do corpo humano. Crianças e adolescentes, pela alta sensibilidade que apresentam em relação ao organismo adulto, tem sido objeto de preocupação do mundo científico que estuda as radiações ionizantes.

Segundo Gerson Köhler, professor convidado de pós-graduação da UFPR, é necessário que os estudos da otimização de imagens radiográficas visando a redução da dose de exposição à radiação ionizante (raios x) prossigam. Ressalta ainda que, segundo dados da Universidade de São Paulo, os exames craniofaciais aparecem em segundo lugar entre os prescritos para crianças e adolescentes. Esse fato dá a exata dimensão da necessidade da continuidade de estudos, fazendo com que a comunidade científica possa gerar subsídios que tornem as normas de proteção radiológica do Brasil mais voltadas também à segurança principalmente de seres em crescimento, como são as crianças e adolescentes.

Fonte: ACS

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