Imagem Padrão

Onze Pinguins-de-Magalhães voltam ao mar após reabilitação

12 dezembro, 2022
16:51
Por Simone Meirelles
Ciência e Tecnologia

Pinguins no momento da soltura. Foto: Divulgação LEC-UFPR/PMP-BS

Esse é o terceiro grupo de pinguins soltos este ano pela equipe do LEC-UFPR, via Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS).

Pela primeira vez no litoral paranaense em sete anos de Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) três grupos de Pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) voltam à natureza num mesmo ano. Ao todo, as três solturas somam 29 pinguins resgatados e devolvidos ao mar em 2022.

A terceira soltura aconteceu na manhã da última quinta-feira, 08. Foram onze pinguins que compuseram o grupo solto na praia de Pontal do Sul, no município de Pontal do Paraná, após dois meses e meio em reabilitação.

Esse trabalho é realizado pela equipe do Laboratório de Ecologia e Conservação (LEC) da UFPR, responsável pelo trecho paranaense do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), desenvolvido para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental das atividades da Petrobras.

A soltura é um momento de consolidação do trabalho de atendimento à fauna marinha executado por toda equipe PMP-BS, segundo o médico veterinário Fábio Henrique de Lima. “Soltar esses animais pela terceira vez é reafirmar os votos do trabalho de conservação que nós estamos realizando constantemente”, afirma.

REABILITAÇÃO

As aves marinhas foram resgatadas nas praias do litoral paranaense, via monitoramento do projeto e acionamento da comunidade. A maioria apresentava quadro de desnutrição e debilitação.

A equipe multidisciplinar PMP-BS/UFPR formada por veterinários, biólogos, oceanógrafos, tratadores e outros profissionais, fez os procedimentos e tratamentos necessários para que os animais recuperassem a saúde e estarem aptos para voltar ao mar.

Segundo o médico veterinário Fábio Henrique de Lima, a reabilitação foi mais desafiadora devido ao calor desta época do ano, porém a equipe conseguiu a reversão do quadro de debilidade dos animais.

Além das dificuldades com as altas temperaturas, houve a preocupação da equipe com as mudanças das correntes marinhas que acontecem nesta época do ano. Essas correntes são importantes para a migração dos pinguins para suas colônias reprodutivas. “Mas a soltura aconteceu com tempo hábil para os pinguins se adaptarem e voltarem à natureza”, comenta Lima.

MIGRAÇÃO

Essa espécie de pinguim vive na região do Estreito de Magalhães, na Patagônia Argentina e Chilena. Durante o inverno, eles deixam suas colônias reprodutivas e nadam numa viagem de cerca de 4.000 km até o litoral brasileiros, em busca de alimento. No final da primavera, essas aves marinhas precisam regressar ao sul.

Esse deslocamento consome muita energia dos animais, fazendo com que alguns fiquem debilitados e encalhem nas praias da região, principalmente os mais jovens, que são menos experientes e têm menor reserva energética para realizar esta jornada.

Com o resgate e tratamento dos animais, a equipe PMP-BS/LEC-UFPR forma grupos de pinguins saudáveis para devolvê-los ao mar, já que essa espécie tem comportamento natural de conviver em bandos. A formação de grupos para soltura contribui para a garantia da sobrevivência e de melhores condições de migração para os animais reabilitados na volta à Patagônia.

SOBRE O PMP-BS

O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.

Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos.

O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. O LEC/UFPR monitora o Trecho 6 (Paraná), compreendido entre os municípios de Guaratuba e Guaraqueçaba.

Ao encontrar animais marinhos debilitados ou mortos nas praias paranaenses é possível acionar a equipe do PMP-BS/Laboratório de Ecologia e Conservação (LEC) do Centro de Estudos do Mar (CEM) da UFPR pelo 0800 642 33 41 ou pelo whatsapp (41) 9 92138746.

(por Ana Istschuk, Laboratório de Ecologia e Conservação UFPR)

Sugestões

06 junho, 2025

Marcado para os dias 16 e 17 de junho, no Campus Reitoria, o evento de extensão “Interfaces de […]

06 junho, 2025

Por NC/UFPR Estão abertas as inscrições para seis modalidades do Programa de Ocupação de Vagas Remanescentes, o Provar, […]

05 junho, 2025

A Universidade Federal do Paraná recebe até sexta-feira (6) centenas de profissionais de educação de todo o Brasil […]

05 junho, 2025

Com prática realista, curso do ICMBio capacitou profissionais do Laboratório de Ecologia e Conservação para desencalhar grandes cetáceos […]