Neiva Furlin e Tailine Hijaz são pesquisadoras na UFPR. Fotos: Acervo Pessoal

Autoras finalistas do Jabuti Acadêmico basearam obras em pesquisas desenvolvidas na UFPR

05 agosto, 2024
09:50
Por Camille Bropp
UFPR

Cerimônia de entrega do prêmio de livros científicos da Câmara Brasileira do Livro ocorrerá nesta terça (6) na capital paulista

Além das obras acadêmicas assinadas por professores, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) está representada entre os finalistas do Jabuti Acadêmico pelos livros baseados em pesquisas desenvolvidas na instituição. Esse é o caso de duas obras que chegaram à final do prêmio da Câmara Brasileira do Livro (CBL) cujos vencedores serão conhecidos nesta terça-feira (6), em cerimônia na capital paulista.

Um deles é o livro Quanto vale a liberdade?: o problema da desinformação entre os diferentes fundamentos da liberdade de expressão, resultado da dissertação de mestrado defendida por Tailine Hijaz no Programa de Pós-Graduação em Direito (PPGD) da UFPR, sob orientação do professor Ilton Robl Filho. A obra é finalista do Jabuti na categoria Direito.

Na dissertação Hijaz reúne pontos de vista teóricos para refletir sobre em que grau uma ameaça representada pela desinformação justifica a limitação da liberdade de expressão. Segundo a pesquisadora, as conclusões são pelo entendimento de que a concepção constitutiva, especialmente a defendida pelo estadunidense Ronald Dworkin, seria a mais garantidora de direitos individuais e coletivos.

“Na visão de Dworkin, o direito à expressão individual deve ter prioridade sobre políticas gerais e apenas argumentos de princípio podem justificar a restrição da liberdade de expressão de um indivíduo. Considero que essa abordagem é mais coerente e abrangente, permitindo restrições a discursos falsos apenas em casos excepcionais, como quando há um dano claro e direto”, avalia.

O incentivo para reeditar a dissertação como livro surgiu na banca de defesa, do qual também participaram os professores Estefânia Barboza, do PPGD, e Gilmar Mendes, do Instituto de Direito Público (IDP) e ministro do Supremo Tribunal Federal. Para Hijaz, o prêmio da CBL tem o mérito de reconhecer que a produção científica brasileira pode ter um público leitor mais amplo.

“Já ouvi que as únicas pessoas que vão ler a sua dissertação são os membros da banca examinadora, o que me parece um tanto injusto, considerando o esforço e dedicação da pesquisadora e do pesquisador e, por vezes, os recursos públicos envolvidos, como bolsas de estudo que são concedidas aos estudantes.”

Hoje a procuradora do Estado do Paraná faz doutorado em Filosofia, orientada pela professora Cristina Foroni. Continua no assunto liberdade de expressão, que abordou já na graduação, com monografia sobre discurso de ódio nas letras de bandas de supremacia branca brasileiras. Na tese, desafia as teorias tradicionais, anteriores à internet, por meio da investigação dos ambientes digitais. Está na Alemanha para fazer parte da pesquisa.

Reconhecimento

A pesquisadora Neiva Furlin reeditou a sua tese de doutorado defendida no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFPR em dois livros, entre eles Teologia Feminista: insurgência e subjetividades, finalista do Jabuti Acadêmico em Ciências da Religião e Teologia. Formada em Ciências Sociais pela UFPR, Furlin é professora na Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), em Joaçaba.

“Não é um livro de teologia, e sim, sobre a teologia, escrito a partir do horizonte das ciências sociais, orientado por proposições analíticas sustentadas pela categoria de gênero”, explica ela, que participa do Núcleo de Estudos de Gênero (NEG) da UFPR. Furlin foi orientada no doutorado pela professora Marlene Tamanini, uma das fundadoras do núcleo que completou 30 anos em 2024.

A Teologia Feminista é um movimento que constrói discursos para resgatar as mulheres da subalternidade no interior das religiões. “É uma voz dissonante que, embora marginal, consegue produzir rachaduras nas narrativas dominantes, que historicamente inferiorizaram e desqualificaram as mulheres para as atividades intelectuais e de liderança eclesial”, diz.

Furlin conta ter ficado feliz com a indicação ao Jabuti porque isso significa reconhecimento não só da obra, mas da temática. “É importante para a emancipação das mulheres no cenário religioso, lugar onde temas assim ainda encontram resistência”.

A premiação está marcada para às 20 horas no Teatro Sérgio Cardoso. É a primeira edição do prêmio acadêmico, enquanto o Jabuti literário é realizado desde 1959.

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