A ação, batizada REBIMAR – Recuperação da Biodiversidade Marinha – visa preservar a biodiversidade marinha no litoral paranaense, além de criar obstáculos para a pesca de arrasto. O início dos trabalhos está previsto para o dia 19 de outubro. O financiamento é da SETI – Secretaria de Estado de Ensino, Ciência e Tecnologia.
DEZ ANOS – Os primeiros assentamentos de recifes artificiais, também envolvendo a ação da UFPR, foram feitos ainda em 1998, através do PADCT – Programa de Apoio e Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Ministério da Ciência e Tecnologia. Na época conhecido como Projeto RAM – Recifes Artificiais Marinhos, o trabalho concorreu com outras 20 propostas, recebendo o primeiro lugar no Brasil e se tornando pioneiro nacionalmente também pela sua escala e envergadura logística. Entre 1998 e 2002 foram assentadas 2,7 mil estruturas em meio a uma extensa divulgação pela mídia e com resultados bastante positivos na exclusão da área para a pesca industrial e para pescadores, pesca esportiva e segmentos do turismo e lazer náutico.
“Pelos resultados alcançados, temos hoje o amparo legal do IBAMA, que emitiu a licença de instalação – a primeira do Brasil – no final do mês de junho”, comemora o professor do CEM – Centro de Estudos do Mar da UFPR, Frederico Brandini, coordenador do projeto. “Ela vale por três anos e abre as portas para projetos desta natureza em toda a costa brasileira. Nosso principal objetivo é ampliar a oferta de habitat marinho no mar paranaense, agregando biomassa pesqueira e contribuindo para o recrutamento de espécies importantes para a biodiversidade”, explica.
MÃOS À OBRA – O CEM, responsável pelo desenvolvimento do projeto, além do financiamento da SETI, conta também com várias instituições parceiras para conseguir executar o trabalho. Entre elas, as associações de pescadores das localidades envolvidas, as prefeituras e a ONG Associação MarBrasil de Pontal do Sul.
“Dividimos os locais de lançamento das estruturas em cinco setores”, conta Brandini. “Matinhos, Pontal do Paraná, Guaratuba, Guaraqueçaba e Paranaguá – Ilha do Mel. “Os recifes que lançaremos no Paraná – com o uso de balsas – são cubos quadriláteros de concreto com uma cavidade interna na forma de um trevo de quatro folhas. Serão 60 mil unidades em 50 grupos de 120 espalhados principalmente no setor intermediário da costa paranaense, ao largo do município de Matinhos.”
EXTINÇÃO – O professor da UFPR explica que o projeto é uma ferramenta poderosa de conservação da biodiversidade marinha ao criar, artificialmente, áreas protegidas, ação esta recomendada pelas agências internacionais de conservação da natureza e outros órgãos governamentais mundiais.
Um dos melhores exemplos dos resultados alcançados pelo projeto diz respeito à preservação do Mero, peixe conhecido como O Senhor das Pedras. Ameaçado de extinção e presente na chamada “lista vermelha” ele é atualmente protegido pelo IBAMA.
No próximo dia 19 de outubro, quando terão início os trabalhos, serão feitos assentamentos preliminares ao largo de Matinhos, entre as Ilhas Currais e Praia de Leste. Neste primeiro estágio, serão lançadas 1 mil unidades, em grupos de 120.
SOBRE O MERO
O Mero (Epinephelus itajara) é uma das maiores espécies de peixe e a que corre o maior risco de extinção. Pertence à família dos Serranídeos, mesma das garoupas, chernes e badejos. Pode alcançar até 2,7 metros de comprimento e pesar mais de 400 kg.
Solitário e territorialista, vive em regiões de recifes, ilhas rochosas, lajes, estuários e manguezais, mas também pode ser encontradas em naufrágios , estruturas submersas e até mesmo plataformas de petróleo.
Os filhotes têm crescimento lento e só atingem a primeira maturação com seis anos em média.
Foto(s) relacionada(s):
Fonte: Vivian de Albuquerque
Estudantes de graduação poderão ministrar oficinas e receber bolsas; comunidade também pode participar de modo voluntário. Inscrições até […]
Com profundo pesar, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) comunica o falecimento do professor aposentado Luiz Vamberto de […]
Qual a visão que os paranaenses têm sobre ciência e tecnologia? Este foi o tema da Pesquisa de […]
Caminhabilidade marca cidades com boa qualidade de vida e norteou o projeto Caminhar Curitiba para avaliar trajeto de […]