Homofobia nas escolas é detectada em pesquisa

Seis em cada dez alunos que participaram do Exame Naacional do Ensino Médio (Enem), em particular meninos, dizem ter sofrido discriminação por serem ou por parecerem homossexuais. É o que revela a pesquisa realizada pelos professores Josafá Moreira da Cunha e Araci Asinelli da Luz, ambos do programa de pós-graduação em Educação da UFPR.

A pesquisa foi feita a partir de respostas colhidas no questionário socioeconômico entre 2004 a 2008. ‘O Enem nos oferece uma gama de dados, além das notas e dos resultados acadêmicos dos alunos, é preciso aproveitar isso’, explica a professora Araci.

Analisando estudantes de 16 a 25 anos de todo o Brasil, a pesquisa sugere maior intolerância em relação à homossexualidade masculina e também à interpretação dos estudantes que prestaram o Exame, que podem ter relacionado o termo ‘homossexual’ como específico da homossexualidade masculina.

O artigo abrange três aspectos associados à homofobia. O sofrer, presenciar e admitir homofobia. Foi notado que o percentual de meninos que admitem manter-se longe de homossexuais é três vezes maior que o de meninas, significando uma tolerância maior por parte do sexo feminino.

A porcentagem de alunos que haviam presenciado cenas de discriminação homofóbica variou de 45,8% a 78% ao longo dos anos de Exame analisados. ‘Através destes dados foi possível traçar um perfil da homofobia nas escolas, pois existe certo desconhecimento da manifestação dela nesses lugares’, conta Araci.

Estes e outros dados referentes ao assunto foram publicados na ‘Educar em Revista’, periódico editado pelo Setor de Educação da UFPR, juntamente com pesquisas de outros professores, constituindo um dossiê temático denominado ‘Processos formativos e saberes para a Escola sem homofobia’. O artigo completo ‘Percepções sobre a discriminação homofóbica entre concluintes do Ensino Médio no Brasil entre 2004 e 2008’, dos professores Araci e Cunha podem ser encontrados no http://www.ser.ufpr.br/