 
							            					Os livros que serviram de fundamento para a exposição “Terra Incógnita: 60 anos”, que esteve em cartaz no Museu de Arte da Universidade Federal do Paraná (MusA-UFPR) de dezembro de 2023 a abril de 2024, foram integrados ao acervo da Biblioteca de Artes, Comunicação e Design da universidade. A coleção esteve à disposição do público durante o período da mostra, na ocasião da efeméride dos 60 anos do golpe militar no Brasil.
A exposição integrou o evento intersetorial “60 anos do Golpe: memórias, lutas e resistências”, organizado pelos Setores de Arte, Comunicação e Design, de Ciências Humanas e de Ciências Jurídicas da UFPR. A coleção de livros relaciona-se com o site homônimo, lançado como um desdobramento e continuidade da exposição física realizada no MusA.
A lista de obras pode ser conferida neste link. Os títulos já estão disponíveis no acervo.

Os livros faziam parte da biblioteca pessoal de Tânia Bloomfield, docente do Departamento de Artes da UFPR e curadora da mostra. A professora conta que começou a coleção há muitos anos, quando adquiriu o livro “Nunca mais. Informe da Comissão Nacional sobre o desaparecimento de pessoas na Argentina, presidida por Ernesto Sábato”, em uma banca no hall do prédio D. Pedro I, na Reitoria da UFPR.
“Naquela época, eu não sabia ainda o que faria com este livro, mas se tratava de um tema que me incomodava há muito tempo, ainda mais porque eu nasci em Brasília e vivi até chegar à idade adulta, sob a ditadura militar no Brasil”, afirma.
Em 2019, motivada pela então conjuntura política no Brasil, Tânia começou uma pesquisa sobre o tema, e a coleção de livros que tratavam do golpe civil-militar foi aumentando.
“Ela é composta por livros de história, jornalismo, sociologia, história da arte, filosofia, literatura e história em quadrinhos, principalmente sobre a ditadura no Brasil, mas também sobre a da Argentina (1976-1983) e sobre a do Chile (1973-1990), países onde estive, em mais de uma oportunidade, onde fiz buscas por lugares de memória e tomei conhecimento de fatos ocorridos sob os regimes ditatoriais nesses países”.
A ideia de doar os livros para a biblioteca do Departamento de Artes surgiu durante o trabalho na sala da exposição.
“Um dos grandes objetivos da exposição era ampliar, para além das diferentes ativações e eventos presenciais da exposição no museu que foram planejados, a informação e o acesso do público sobre o tema, como um programa educativo/ extensionista/ artivista (arte+ativismo) que estendesse o projeto para além de sua apresentação física”, diz.
Tânia Bloomfield acredita que a coleção pode contribuir para o ensino, a pesquisa e a extensão dos cursos abrigados pelo Departamento de Artes, e também interessar a pesquisadores de diferentes campos. Além disso, a docente defende a divulgação da informação sobre este período da história do país.
“No contexto geopolítico mundial, há a tomada de poder e um crescimento de apoiadores de regimes ditatoriais e/ou de extrema-direita. Penso que a luta pela democracia não pode cessar, porque, como vimos recentemente no Brasil, nos EUA e em outros lugares do mundo, ela não está garantida. É preciso levar informação abalizada às novas gerações que não experimentaram e ignoram o que significa viver sob um regime de exceção, que acarreta ameaça aos direitos humanos (trabalhistas, patrimoniais, etc.), à justiça, à liberdade e, no limite, à vida”.
Confira o site da exposição “Terra Incógnita: 60 anos”.
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