Mielke tem 84 anos e dedica-se à docência e à pesquisa há cerca de 60 anos. Foto: Marcos Solivan/Sucom/UFPR

Professor Olaf Mielke recebe título de docente emérito da UFPR

18 junho, 2025
14:41
Por Camille Bropp

Por Aspec/SCB/UFPR

Em 17 de junho, o professor Olaf Hermann Hendrik Mielke recebeu o título de docente emérito da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em uma solenidade realizada no Anfiteatro 10 do prédio central do Setor de Ciências Biológicas, em Curitiba. A mesa foi composta pelo professor Marcos Sunye, reitor da Universidade, e pelos professores Thales Ricardo Cipriani e Marcelo de Meira Santos Lima, diretor e vice-diretor do Setor. As falas foram mediadas pela chefe de gabinete da Direção, Claudia Vanessa Cavalheiro. Também estiveram presentes colegas, alunos e familiares de Mielke.

O emérito foi conduzido à mesa pelo professor Eduardo Carneiro dos Santos, vice-coordenador do Programa de Pós-Graduação em Entomologia da UFPR. A professora Mirna Martins Casagrande, do Departamento de Zoologia, apresentou a trajetória do docente. “O currículo dele tem mais de 400 páginas. Fizemos um esforço grande para resumir”, disse.

Nascido na Alemanha, Mielke chegou ao Brasil ainda na infância, acompanhando o pai, que era taxidermista e veio trabalhar no Museu Nacional do Rio de Janeiro, fugindo dos percalços da Segunda Guerra Mundial. O pesquisador formou-se em História Natural pela Universidade do Estado da Guanabara, atual Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), começou a estagiar no Museu Nacional e foi convidado pelo padre Jesus Santiago Moure para assumir um cargo técnico na UFPR. Em seguida, tornou-se professor e segue atuando na pesquisa, no ensino e na extensão, sendo um dos responsáveis pelo acervo de lepidópteros da Universidade, considerado um dos maiores da América Latina. Além de produzir ciência, Mielke teve importante atuação na luta pelo financiamento do ensino e da pesquisa científica.

Após a entrega do título pelo reitor, Mielke agradeceu a diversas pessoas que fizeram parte de sua trajetória, a começar pelo pai, que o aproximou das ciências biológicas. Outro nome lembrado foi o do padre Moure. “Eu não sei até hoje por que me convidou. Alguém deve ter dito alguma coisa para ele a meu respeito. Quando me chamou no Museu Nacional, vim para Curitiba, olhei o ambiente e gostei. Aproveitei, obviamente, para coletar umas borboletas e, só por aí, já valeu a pena a visita. Voltei ao Rio, onde era estagiário, pedi demissão e estou aqui até hoje”, disse. O docente também agradeceu a estudantes, citando alguns, como o professor Mário Pederneiras, ex-diretor do Setor de Ciências Biológicas, que estava na plateia e foi seu aluno em 1967. “Olha só que tradição”, disse Mielke.

O diretor do Setor iniciou sua fala, mas pediu uma quebra de protocolo, convidando o professor Ângelo Parise Pinto, do Departamento de Zoologia, para presentear Mielke com uma caneta. Em um momento descontraído, o emérito perguntou como ela funcionava. “Vai dar para escrever mais um monte de trabalhos”. Ao retomar a palavra, Cipriani mencionou não apenas as competências técnicas de Mielke, mas também as pessoais. “Ele tem muito bom papo. Tive o privilégio de ter muitas conversas com ele. Em uma delas, descobri que até minha cidade natal tem exemplares de borboletas na coleção entomológica da UFPR. Pelas suas contribuições, o senhor já está eternizado. Mas, agora, como emérito, figurará entre distintos colegas do Setor de Ciências Biológicas, que representam muito bem esta casa. Parabéns e todo o nosso reconhecimento.”

A sessão foi finalizada com a fala do reitor, que destacou a importância de valorizar a memória de quem constrói a Universidade. “Os setores têm uma alma, e a maneira como o Biológicas dá importância à sua memória é evidente. Vendo a sua carreira, a gente entende por que o Setor é o que é hoje.” Após a solenidade, os convidados participaram de um coquetel preparado pelo Departamento de Zoologia em homenagem a Mielke.

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