Mesmo sem aval da Fasubra, servidores da UFPR mantêm greve

Os servidores técnico-administrativos da Universidade Federal do Paraná decidiram, por unanimidade, em assembleia realizada na manhã desta quarta-feira (28), manter a greve iniciada há dois dias.

Pouco mais de cem trabalhadores estiveram presentes. A paralisação deve continuar ao menos até a manhã da próxima sexta-feira (1º), quando uma nova assembleia será realizada, também no Restaurante Universitário (RU) Central, em Curitiba.

O Paraná é o único Estado do país onde foi decretada greve dos servidores das instituições federais de ensino superior.

No último sábado (26), a Fasubra (federação nacional da categoria) promoveu uma plenária nacional que, por 69 votos a 57, não referendou o início a paralisação. ‘A Fasubra irá reforçar a luta com uma comissão permanente em Brasília, para dar continuidade às negociações’, diz texto publicado no site da federação.

O Sinditest (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral do Paraná) irá apresentar, na manhã desta quinta-feira (31), duas moções ao Conselho Universitário (Coun).

Uma delas pedirá o apoio do consellho à retirada de pauta da Medida Provisória 520/2010, que cria a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. A outra moção buscará garantir que não ocorram retaliações ou punições contra os servidores que aderiram à paralisação.

A assembleia do Sinditest desta quarta-feira aprovou ainda o envio de um pedido para que a Fasubra promova uma nova plenária nacional de delegados logo após o próximo dia 14 de abril, quando está prevista uma reunião de negociação com o Ministério do Planejamento.

Entre os itens da pauta de reivindicações dos servidores ténico-administrativos estão a instituição de um piso salarial de três salários mínimos; o reajuste do ‘step’ (‘degrau’ em inglês, é o percentual de avanço salarial, pago a cada 18 meses), de 3,6% para 5%; e a isonomia de benefícios como o auxílio-alimentação.

A última paralisação dos servidores das instituições federais de ensino superior havia sido realizada em 2007.

Pauta ‘emergencial’ de reivindicações apresentada pela Fasubra ao governo

1. Lutar por inclusão no Orçamento de 2011 de recursos para:
– Reajuste Salarial: piso 3 SM e step 5%
– Racionalização de cargos;
– Reposicionamento dos aposentados;
– Mudança no Anexo IV (Incentivos de Qualificação);
– Devolução do VBC absorvido (mudança na lei 11.091);
– Isonomia salarial e de benefícios (auxílio-alimentação);
2. Lutar contra a Terceirização:
– Revogação da lei 9.632/98;
– Abertura imediata de concursos publico para substituição, no mínimo, da mão de obra terceirizada e precarizada em todos os níveis da carreira para as áreas administrativas e dos HUs;
3. Extensão das ações jurídicas transitadas e julgadas.