A descoberta foi feita pelo coordenador do projeto “Biodiversidade, Toxinas e Aplicação Biotecnológica” professor Silvio Sanches Veiga, do Setor de Biologia. O projeto tem por objetivo desenvolver novos medicamentos a partir do veneno da aranha marrom e os trabalhos realizados já resultaram na identificação de 98 toxinas.
O Veneno – O veneno é estudado sob vários aspectos, incluindo ensaios “in vitro” para melhor conhecimento da natureza de seus constituintes e a inoculação experimental em animais de laboratório como ratos, camundongos e coelhos. Nessas cobaias, os efeitos do veneno são estudados em órgãos-alvo como a pele e os rins, visando identificar e entender a complexidade dos mecanismos de ação das toxinas do aracnídeo.
Outros estudos, mais avançados, incluem técnicas de Biologia Molecular. Para isso, o material genético das glândulas produtoras das toxinas do veneno é retirado do aracnídeo e incorporado ao material genético de uma bactéria. A bactéria passa então a produzir suas proteínas e mais as da aranha. As proteínas produzidas pela bactéria são então purificadas para isolar a toxina expressa pelo microorganismo a partir da informação genética da aranha.
Uma das toxinas obtidas pela técnica de clonagem molecular e já bem estudada pelo grupo de pesquisadores, tem o efeito de desorganizar a formação de coágulos. “Esse achado pode abrir condições para pesquisas que possam desenvolver um fármaco que imite essa toxina e, desde que devidamente purificado, possa ser útil para tratamentos de trombose e diferentes obstruções nos vasos sanguíneos”, comentam Veiga.
O Laboratório de Matriz Extra-Celular e Biotecnologia de Venenos da UFPR é o primeiro laboratório do estado do Paraná a introduzir técnicas de clonagem molecular do veneno da aranha marrom e a produção de toxinas recombinantes.
O projeto é realizado por Veiga em parceria com o também professor da UFPR Oldemir Carlos Mangili, e conta com a gestão a Fundação da Universidade Federal do Paraná (FUNPAR) e o financiamento da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI), cujos recursos, no valor de R$ 200 mil, são provenientes do Fundo Paraná para o desenvolvimento da ciência e tecnologia.
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Fonte: Lucas Gandin
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