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Universidade e o Estado lançam residência técnica nas áreas de Engenharia e Arquitetura

28 setembro, 2005
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Numa iniciativa inédita no País, a Universidade Federal do Paraná e o Governo do Estado estão lançando o projeto de Residência Técnica para alunos dos cursos de Engenharia e Arquitetura, a exemplo do que já é feito com sucesso na área da Medicina.

A partir de outubro, a primeira turma – composta por 60 alunos selecionados entre 200 inscritos numa acirrada seleção – começa a participar de um curso de especialização lato sensu cujas partes teórica e técnica serão ministradas pela universidade e a parte prática será feita no grande canteiro da Secretaria de Obras do Paraná.

“Estamos criando o que já existe na Medicina para a área de construção civil de obras públicas”, esclarece o professor Mauro Lacerda, coordenador do projeto na UFPR e diretor do Setor de Tecnologia. “Assim como o residente de Medicina trabalha no Hospital de Clínicas, os estudantes de Engenharia e Arquitetura trabalharão nas obras do Estado.”

O curso será gratuito e os alunos receberão uma bolsa paga pelo governo equivalente à de doutorado, além de um seguro médico, uma vez que viajarão por todo o Paraná. Para que isso pudesse ser feito, o projeto conseguiu a aprovação de uma Lei Estadual – número 14.830 – estabelecendo a nova residência técnica. A idéia, segundo Lacerda, é testar o funcionamento aqui para depois apresentar o projeto também ao Governo Federal.

“Nós estudamos dois anos para fazer um projeto pedagógico diferenciado, envolvendo o ensino técnico a distância”, comenta o coordenador. “Isso porque o nosso ‘hospital’, diferentemente do que acontece com o HC, é do tamanho do Paraná.”

As aulas, explica o professor, serão transmitidas por videoconferência para outras instituições de ensino que já estão recebendo equipamentos doados pela UFPR em Ponta Grossa, Maringá, Londrina, Pato Branco, Cascavel e Guarapuava. O dinheiro para o investimento – cerca de R$ 400 mil só nessa primeira etapa – vem do Fundo Paraná.

O curso terá duração de 24 meses, ao final dos quais o aluno receberá, além do certificado de especialização, um certificado de acervo técnico do CREA-PR – Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura.

“Sob esse prisma, o curso é na realidade um programa de primeiro emprego para alunos recém-formados que não tenham trabalhado regularmente na profissão durante os três primeiros anos após a conclusão da graduação”, diz Lacerda. “Nós – universidade – ganhamos, oferecendo uma oportunidade de trabalho aos nossos egressos e o Estado ganha, além da contribuição acadêmica, um excelente programa de primeiro emprego numa área extremamente carente. Se esse nosso ‘protótipo’ realmente funcionar, já temos pedidos das secretarias de Agricultura, Fazenda e de departamentos como o DER para implantar residências técnicas também em suas áreas.”

Obras de qualidade – “Nós sabemos que na obra pública sempre é detectada uma série de inconformidades técnicas, tanto na questão de materiais quanto de serviços. Isso acontece porque o Estado nem sempre teve condições de oferecer possibilidades de atualização para seus profissionais”, acrescenta o secretário de Obras Públicas Luiz Caron. “Quando pensamos em resolver a situação, vimos que havia uma quantidade grande de matérias que precisavam ser trabalhadas e que seria impossível fazermos isso sozinhos. Assim, chamamos a UFPR e decidimos montar a pós-graduação – contemplando desde questões como a legislação até o comportamento e a atualização técnica – para atender aos nossos atuais e também aos futuros fornecedores.”

Uma das principais vantagens do novo curso, segundo o secretário, é a condição em que esse jovem irá se apresentar ao mercado de trabalho. “Ele poderá se candidatar a qualquer órgão público por já saber como funciona o processo. Nossa intenção é acompanhar esse aluno depois da conclusão do curso para ver como está sendo o desenvolvimento dele no mercado. Vamos oferecer uma bolsa e a pós-graduação, numa soma superior ao piso da categoria, para não qualificar os estudantes como uma mão-de-obra barata. Queremos ter pelo menos três profissionais residentes para cada um de nossos profissionais”, conclui.

Foto(s) relacionada(s):


ALunos em atividades acadêmicas no Centro Politécnico
Foto: Liz Wood

Fonte: Vivian de Albuquerque

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