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Um pouco da história do curso de Pós-Graduação em Entomologia

28 setembro, 2009
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A Coordenação do Curso de Pós-Graduação em Entomologia pediu-me que fizesse um histórico sobre o curso, principalmente de sua fundação, pois juntamente com os colegas Vinalto Graf, Albino Morimasa Sakakibara, Olaf Herman Hendrik Mielke tive o privilégio de ser, ao mesmo tempo, aluno e, – por que não? – fundador deste curso, que agora comemora 40 anos de existência.

Muito do aqui relatado está eivado de minhas experiências
pessoais; da minha história, com alguma pitada de saudosismo; de lembranças que, graças às vicissitudes da mente, melhor seria dizer da alma humana, com o passar dos tempos fixam-se quase que exclusivamente nas que nos são agradáveis, restando muito pouco daquelas que possam nos ter causado preocupações ou tristezas.

Para que melhor se compreenda em quais bases se constituiu o curso convém darmos uma passada pela vida da Zoologia nos anos que antecederam à sua criação, que ora festejamos.

Hoje, creio não estar fugindo à verdade se disser que um dos elementos fundamentais no desenvolvimento da nossa entomologia, pelo incentivo e apoio que prestou ao Padre Jesus Santiago Moure, Catedrático de Zoologia, foi o Dr. Charles D. Michener. Primeiramente pesquisando as abelhas sul-americanas depositadas em Curitiba, e posteriormente levando-o para um período de pesquisas e estudos em sua instituição, a Universidade de Kansas em Lawrence, Estados Unidos, com alto conceito internacional na Entomologia. A ida do Padre Moure aos Estados Unidos resultou em uma série de visitas de estudos a outras universidades e museus não só dos Estados Unidos, mas também da Europa. Foi esta sua visão das universidades dos países desenvolvidos que o impulsionou para transformar a sua cátedra em um Departamento (quando ainda não se falava em reforma universitária), envolvendo as demais áreas afins da zoologia e entomologia das então diferentes faculdades que formavam a Universidade Federal do Paraná. Tanto era grande o seu desejo de tornar a Cátedra um Departamento que assim o denominava em todos os documentos que emitia após o seu retorno.

Mas, enquanto não se apresentavam os meios para que fosse criado o Departamento, e se desenvolvesse dentro de estrutura mais ágil e moderna, o Padre Moure procurava desenvolver o ensino e a pesquisa dentro da Cátedra de Zoologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Além do estudo taxonômico e morfológico dos diferentes filos animais, a Cadeira era responsável pelo ensino de Fisiologia Animal.

Desde meados da década de 50, a Cadeira, além do Padre Moure, contava com os professores Hans Jakobi, Jayme de Loyola e Silva, Bernadete Lucas de Oliveira e Danúncia Urban. Estava instalada em um prédio da Rua Coronel Dulcídio (hoje Departamento de Música e Artes Visuais) passando posteriormente, no ano de 1958, para o 9º andar do hoje chamado Edifício D. Pedro I, na Rua General Carneiro, junto à Reitoria da Universidade, onde o curso foi gestado.

Padre Moure desenvolvia suas pesquisas em Apoidea; Jakobi em Copepoda, Crustacea; Jayme em Isopoda, Crustacea; Bernadete e Danúncia em Apoidea. Em seu esforço para o desenvolvimento da pesquisa zoológica, o Padre Moure obtinha recursos de instituições nacionais e estrangeiras, que propiciavam condições para a melhoria do equipamento e da biblioteca, naquela época um patrimônio fundamentalmente pertencente à Cátedra.

De instituições como a CAPES e CNPq vieram o apoio para o aumento do quadro de professores e pagamento do chamado tempo integral, que começou com a admissão, em 1963, do então ainda aluno da Licenciatura em História Natural, mas já Bacharel, Vinalto Graf, que iniciava suas pesquisas em Apoidea. Além do CNPq, foi fundamental para o aumento do quadro de pesquisadores, o Conselho de Pesquisas da Universidade Federal do Paraná, à época dirigido pelo eminente Prof. Dr. Brasil Pinheiro Machado.

Foi através de recursos dessas instituições que passei, em 1962, a participar da Cátedra de Zoologia, realizando pesquisas em Harpacticoidea, Copepoda (Crustacea) sob a orientação do Prof. Dr. Hans Jakobi, tendo passado ao estudo de Cerambycidae (Coleoptera, Insecta) pelos meados de 1965.

Em 1966, através da CADIFF (Coordenação de Apoio ao Desenvolvimento Institucional das Faculdades de Filosofia), constituída pelo governo federal para promover a formação de cursos de licenciatura de curta duração, abriu-se a oportunidade para que passasse para o corpo docente, na condição de Auxiliar de Ensino. Na mesma ocasião, o Albino Sakakibara foi também admitido, passando a pertencer oficialmente aos quadros da Zoologia, pois aproveitando a sua exímia capacidade de desenhista vinha sendo orientado pelo Padre Moure a se introduzir no estudo dos Membracidae, este bicho antediluviano, todo complicado, que só por desenho se pode explicar. Em 1970, Olaf Mielke começou a trabalhar na Zoologia, continuando os seus estudos em Hesperiidae, Lepidoptera, iniciados no Museu Nacional, no Rio de Janeiro.

O aumento de pesquisadores na área de entomologia fazia parte do projeto para criar condições ao desenvolvimento de estudos pós-graduados, que havia começado com os esforços para a implantação do Centro de Treinamento de Entomologistas. Dentro desta perspectiva de desenvolvimento eram solicitados recursos à CAPES, ao CNPq, ao Conselho de Pesquisas da UFPR e a fundações estrangeiras, como a Rockefeller Foundation. Com o aporte de recursos dessas instituições realizaram-se os primeiros cursos de extensão, já com nível pós-graduado, em entomologia. Um deles em janeiro e fevereiro de 1965, sobre Dípteros de Interesse Agrícola, Médico e Veterinário, ministrado por Paulo Iide; o outro, sobre Técnicas de Coleta e Métodos de Captura de Insetos, ministrado pelo Coronel Moacir Alvarenga, em janeiro de 1966; e em janeiro de 1967, por Abraham Willink, da Universidade de Tucumán, Argentina, ministrou um curso sobre Hymenoptera Parasitica.

Desta época tenho algumas lembranças muito agradáveis como as excursões de coletas que fazíamos na companhia de vários colegas. Como aquela ao Pico do Marumbi, dentro do curso de dípteros ou aquela a Foz do Iguaçu, sem contar as inúmeras em que acompanhava o Padre Moure, em que além de coletarmos nas localidades de Vila Velha, Rio dos Papagaios, Mananciais da Serra, Serra da Graciosa, Alexandra, Posto Alpino (na então BR-2), Vossoroca, coletávamos também nas coleções de H. Schneider, em Guarapuava; de Anton Maller, em Corupá; de Fritz Plaumann, em Nova Teutônia.

É importante lembrar que, além dos professores e pesquisadores já citados, houve um grande número de pesquisadores de renome internacional que aqui permaneceram para estudos por diferentes períodos de tempo, e que ministraram pequenos cursos ou palestras sobre as suas áreas de trabalho. Sem preocupação de data, mas na época que antecedeu e logo após o início do curso, vale lembrar os nomes de Shoichi Francisco Sakagami, da Universidade de Hokkaido, no Japão, que orientou o Sebastião Laroca nos estudos sobre ecologia de abelhas; Theodore B. Mitchell, da North Caroline University; Haroldo Toro, da Universidad de Valparaiso, no Chile; Paul D. Hurd, da California University; Henry e Margareth Townes, American Institute of Entomology; Owain Westmacott Richards, do Imperial College, de Londres; C. H. Dodson, da Miami University e R. Dresden, da Smithsonian Institution; H. S. Telford; K. L. S. Harley, da CSIRO, da Austrália; Jerome G. Rozen, do American Museum de Nova Iorque; P. H. Sheppard, da Universidade de Liverpool, Inglaterra; da mesma Inglaterra, Victor F. Eastop, que ministrou um curso sobre Aphididae; D. G. Harcourt, do National Research Council, do Canadá, curso sobre Dinâmica de Populações.

Mas, voltemos à origem do Curso. Com o aumento do número de professores e pesquisadores; com o intercâmbio que era mantido com instituições e pesquisadores nacionais e internacionais; e com o aumento crescente das publicações científicas (a Cadeira editava o Boletim da Universidade Federal do Paraná, série Zoologia), a Zoologia considerava-se em condições de promover a criação de um curso de Pós-Graduação em Entomologia. Como decorrência de decretos presidenciais de 1967 e 1968, instituí-se a pós-graduação nas universidades brasileiras, normatizado pelo Parecer 977/65, do Conselho Federal de Educação, através da formação de cursos que deveriam ser reconhecidos pelo Ministério da Educação, por parecer do Conselho Federal de Educação, que seria o órgão que concederia o credenciamento para funcionamento. O modelo básico estava pautado no sistema norte-americano de ensino pós-graduado. E as regras foram então publicadas na DOCUMENTA, editada pelo Conselho Federal de Educação. O Reitor da Universidade Federal do Paraná, em 14 de outubro de 1968, solicitou então aos grupos de pesquisas que apresentassem suas propostas de criação de cursos.

O Departamento, em 12 de novembro de 1968, mandava um documento à Reitoria apresentando-se como possuidor de condições para se responsabilizar por cursos de pós-graduação em Entomologia e em Zoologia. Em dezembro de 1968, foi criada uma Comissão de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (COPOCIB) com membros das Cátedras de Zoologia, de Botânica, de Biologia Geral, do Curso de História Natural da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, liderados respectivamente pelos professores Padre Jesus S. Moure, Ralph Hertel e Newton Freire Maia. Reuniam-se para que as diferentes áreas pudessem em conjunto constituir um núcleo que com massa crítica docente, tradição de pesquisa, equipamento e bibliografia adequada viessem a demonstrar condições de obter o reconhecimento oficial do curso e reformularam os processos para se adaptar às exigências do Conselho Nacional de Pesquisas que havia criado normas para reconhecimento das áreas de excelência nas universidades, onde então poderiam ser implantados os curso de pós-graduação. Em janeiro de 1969, o processo foi enviado ao CNPq e no mês seguinte, 20 de fevereiro, aquele órgão mandou parecer limitando ao campo da Entomologia a possibilidade de abertura de curso pelo Departamento de Zoologia, visando a formação ao nível de Mestrado em Ciências Biológicas. Em julho de 1969, pelo Parecer 703/69 da Comissão de Pós-Graduação do CNPQ é aprovado o Curso de Mestrado em Entomologia e recebe autorização da Universidade para o início das atividades. Em outubro de 1969, com o curso já funcionando é enviado um processo ao CFE pedindo o Credenciamento do Curso (protocolo 1761/69). Em 1969 o Curso de Mestrado em Entomologia era considerado pelo Parecer 730/69, da Comissão de Pós-Graduação do Conselho Nacional de Pesquisas, como ‘Centro de Excelência’. A Reitoria autorizou o início do Curso em princípios de agosto, e a Entomologia começou com 10 estudantes regularmente matriculados e com o corpo de Professores designado pela Portaria 5760/69, da Reitoria. Em 1974 foi autorizado o Curso de Doutorado.

E assim se deu.

Na primeira turma, inscritos ‘ex-officio’, ou em palavras menos latinas e mais do povo, ‘na marra’, estávamos, Vinalto, Albino, Mielke e eu. Eram nossos colegas, os já também professores da Universidade: Bonifácio José Galotti e Álvaro José Gonçalves (da Farmácia), Antonio Mário Borba (Parasitologia da Medicina), Sakiko Krygierowicz e Irene Silva (Biologia da Filosofia) e Lolita Ritzmann.

As atividades do curso transcorreram normalmente com os mestrandos devendo obter 45 créditos em disciplinas e mais 15 com a defesa da tese. Tivemos, como primeiros professores, Padre Moure, Jakobi, Bernadete, Danúncia, Jayme, Sylvio Pellico, Sieg Odebrecht, Ennio Luz. Além dos Professores Permanentes do Curso, foi professor do curso o David Galley, do Imperial College, de Londres, que graças a um convênio firmado com o British Council, ministrou aulas de Fisiologia de Insetos e Controle Químico e Biológico de Insetos, durante o ano de 1970, tendo sido substituído por Judith Smith, pelo mesmo convênio, para os anos seguintes até 1974.

Em outubro de 1971, Albino, Mielke e eu, apresentávamos as teses de Mestrado para defesa. Logo em seguida, no começo de 1972, aproveitando a estada do Dr. Owain W. Richards, para participar como membro da banca, deu-se a defesa de Mestrado pelo Vinalto.

Mas, enquanto o curso tinha o seu transcurso normal, a Universidade vivia uma época conturbada, política e administrativamente. Rearranjavam-se as áreas de ensino e pesquisa. Grupos formados pelas antigas faculdades profissionais procuravam manter suas áreas de influência, e conseqüente poder, na estrutura universitária. Os docentes das áreas chamadas básicas de cada uma destas faculdades profissionais procuravam obstaculizar o processo de integração com os núcleos das demais faculdades onde o espírito de cátedra estava fortemente arraigado. A reforma universitária era contestada tanto pelos rotulados conservadores como pelos progressistas. Aqueles não querendo perder o poder da cátedra, que era o núcleo do sistema universitário, pautado fundamentalmente na universidade francesa; e estes, os progressistas, que mesmo condenando o absolutismo da cátedra, não queiram o sistema que vinha ancorado no estilo americano, de quem viam o dedo do governo americano, como não poderia deixar de ser. Some-se a tudo isso a chamada ciumeira, e a tradicional lei do menor esforço: puxar para baixo, pelo pé, para não ter que fazer o esforço de acompanhar na subida.

Foi uma época de intensa atividade burocrática. Mais e mais projetos e planos, de ensino, de pesquisa. Em 1971/1972 surgiu um Plano de Desenvolvimento Global (PGD). Era simplesmente uma monstruosidade de dados, relatórios, tabelas, etc.

Neste cenário, o nosso processo de reconhecimento, que corria pelo Conselho Federal de Educação do Ministério de Educação e Cultura foi retirado desse órgão, e levado em mãos por pessoa da qual nunca se teve a identificação. Simplesmente sumiu. A retirada do processo teria tido por argumento a adaptação do mesmo às novas normas impostas pelo Parecer (decreto 77/69), que não havia sido seguida pelo pedido original de credenciamento do curso. O fato é que disto só se tomou conhecimento em 1972. E, obviamente, para o sumiço não se deu explicação.

O Departamento então, independente das outras áreas de pesquisa, resolveu refazer o pedido de credenciamento de acordo com as novas normas. Foi gerado um enorme Volume Preto, que levado ao Conselho Federal de Educação, em maio de 1973, foi protocolado com o número 3479/73. Aqui estiveram como membros da Comissão Verificadora, os Prof. Dr. José Cândido de Mello Carvalho e Prof. Dr. Cincinato Rory Gonçalves. Com o parecer favorável da Comissão, os Cursos de Mestrado e Doutorado em Entomologia foram credenciados pelo Conselho Federal de Educação, em agosto de 1974, de acordo com o Parecer 2272/74.

O interessante no processo, é que se resolveu, aproveitando a situação de já existir um processo protocolado no CFE e que havia sido retirado para remodelação, levar uma cópia diretamente a este órgão, para seguir a tramitação do processo anterior. Este procedimento deu-se por várias razões, mas as principais foram: 1) se o processo já fora aprovado pela Universidade, a sua simples adaptação a novas normas burocráticas não seria empecilho para que a tramitação tivesse continuidade onde havia parado, ou seja, no CFE; 2) mesmo não tendo havido mudança da estrutura técnico-administrativa do processo corria-se o risco de serem interpostos entraves, se não de forma a impedir o encaminhamento do processo, pelo menos para retardá-lo; 3) poderia desaparecer no caminho. Deste modo, foi obtido um ofício de encaminhamento pelo Reitor, Dr. Eduardo Correia Lima, em 2 de maio de 1973, e o processo levado diretamente ao Ministério.

Enquanto isso, na Universidade transitava uma segunda cópia para seguir a tramitação normal, como se um processo novo fosse. E este processo levou um ano em tramitação dentro da Universidade. Em Maio de 1974, foi aprovado pelo Conselho Universitário e encaminhado ao Ministério para aprovação pelo CFE. Mas, o processo que déramos entrada em 1973, estava em fase final de tramitação, tendo já ocorrido a visita da Comissão Verificadora. Este fato gerou uma necessária ida a Brasília para reter o processo enviado pela Universidade Federal do Paraná nos seus primeiros passos dentro do Ministério, antes de chegar ao CFE.

Como fato concreto dessa situação é que o Curso de Entomologia foi credenciado nos dois níveis, de Mestrado e Doutorado, em agosto de 1974, este último sendo o primeiro da Universidade Federal do Paraná a ser reconhecido pelo MEC.

Outro detalhe curioso é o nome do Curso – Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, área de Entomologia. Este nome não consta do processo de credenciamento de 1974, em que era denominado de CURSO DE PÓSGRADUAÇÃO EM ENTOMOLOGIA em todos os documentos, desde aqueles emitidos pelo Departamento, passando pelo Reitor, Comissão Verificadora e Parecer do Conselho Federal de Educação.

Desde então, decorreram mais 35 anos e o curso foi sendo sucessivamente recredenciado a cada 5 anos, graças às gestões dos Coordenadores Albino Morimasa Sakakibara, Zundir Buzzi, Lúcia Massutti de Almeida, Sonia Maria Noemberg Lazzari, Cláudio José Barros de Carvalho, Mário Antonio Navarro da Silva, Gabriel Augusto Rodrigues de Melo, Luciane Marinoni. O processo que anteriormente era realizado pelo CFE passou para os cuidados da CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior, e os critérios de avaliação indubitavelmente não são perfeitos, mas vêm sendo melhorados.

Nestes últimos 25 anos, o curso teve muitos orientadores e professores. Alunos que se tornaram professores e orientadores. Professores que vieram de outras cidades e países, e não posso deixar de citar o nome do Professor Armando Antunes Almeida, responsável pela formação de um grande número de mestres e doutores na área da entomologia agrícola. Muitos também foram os pesquisadores nacionais e estrangeiros que aqui vieram colaborar ministrando cursos de modo concentrado. Infelizmente não preservamos adequadamente a memória do Curso para que hoje pudéssemos estar prestando um tributo de homenagem a todos eles. Por isso me refiro, para finalizar, àqueles que me foi possível participar das suas vindas a este Departamento, seja para ministrar cursos, seja para realizar pesquisas e que colaboraram na orientação e formação de alunos e hoje colegas nossos. Assim, como uma forma pessoal de agradecimento, lembro além dos já citados, os nomes de Robert Gordon, que orientou a Lúcia Massutti de Almeida, nos estudos de Coccinellidae; John Kingsolver, que orientou a Cibele Stramare Ribeiro-Costa, nos estudos de Bruchidae; e Lloyd Knutson que orientou a Luciane Marinoni, nos estudos de Sciomyzidae. Além deles tivemos ministrando cursos durante vários anos, os Professores Ubirajara Ribeiro Martins de Souza, Nelson Papavero, Sérgio Vanin, Cleide Costa, José Roberto Parra, José Henrique Guimarães, Carlos H. W. Flechtmann, Antonio Pannizi, Rubens Alves da Cunha, Nelson Bernardi, Dalton Amorim.

Sei que o julgamento da importância de terminados projetos para o Departamento, e mais especificamente para o Curso de Pós-Graduação, cabe àqueles que no futuro se propuserem a avaliar o quanto eles foram úteis ao desenvolvimento da pesquisa e da ciência. Como um dos responsáveis por estes projetos, cabe-me apenas relatá-los. Em 1981, Nelson Papavero, então presidente da Sociedade Brasileira de Zoologia e Coordenador do Programa Nacional de Zoologia, instava o Departamento a assumir a criação de um organismo que se propusesse a realizar a identificação de insetos fitófagos para membros da comunidade científica ou não. Reconhecia que era o Departamento que contava com o maior número de taxônomos no Brasil, em diferentes grupos de insetos, capaz de suprir a demanda por tal atividade. Depois de várias conversações, com o apoio do CNPq e da FINEP, em 1984 foi criado o Centro de Identificação de Insetos Fitófagos. Foi possível, como decorrência dos recursos advindos, agregar aos serviços do Centro vários entomólogos mestres recém formados pelo Curso, como Lúcia Massutti de Almeida, Maria Christina de Almeida, Rodney R. Cavichioli e Alice F. Yamamoto. Os três primeiros posteriormente ingressaram no quadro de Professores do Departamento e a última na Universidade Federal de Minas Gerais. Substituindo a estes, ainda participaram das atividades do Centro, José Ricardo Cure Hakim, Keti Maria Rocha Zanol. Também importante foi implantar uma grande reforma nas instalações da coleção de insetos, com a aquisição de mais de 4000 gavetas entomológicas e respectivos armários, junto a vários equipamentos para manutenção de baixa umidade no ambiente. Em 1985, ainda decorrente das atividades do Centro, foi desenvolvido o Projeto Levantamento da Fauna Entomológica do Estado do Paraná (PROFAUPAR), que atuando em oito localidades coletou cerca de cinco milhões de insetos, disponibilizados para a comunidade científica para estudos taxonômicos e ecológicos. Abrigou, então, para as suas atividades, os entomólogos Renato Roxo Coutinho Dutra, Rosina Djunko Miyazaki, Nise do Carmo Costacurta, João Baptista Mattos Pacheco.

Ingressaram no Departamento como professores e atuantes na Entomologia, tendo participado das atividades do Curso, os seguintes membros, além dos já referidos: Sebastião Laroca (1971); Dilma Solange Napp (1972); Zundir Buzzi (1972); Graci Maria Fernandes; Germano Henrique Rosado Neto (1975); Luis Amilton Foerster (1975); Fioravante Giacomel; Mirna Martins Casagrande (1979); Sonia Maria Noemberg Lazzari (1980); Cláudio José Barros de Carvalho (1983); Maria Christina de Almeida (1987); Rodney Ramiro Cavichioli (1990); Lúcia Massutti de Almeida (1990); Keti Maria Rocha Zanol (1990); Cibele Stramare Ribeiro-Costa (1992); Luciane Marinoni (1994); Mário Antonio Navarro da Silva (1996); Gabriel Augusto Rodrigues de Melo (2000); Márcio Pie (2008); Maurício Osvaldo Moura (2009).

Fonte: Renato C. Marinoni (professor do Programa de Pós-Graduação em Entomologia)

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