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FEDERAL DO PARANÁ

UFPR sai à frente no projeto RedeIFES

Pesquisado desde 2003, um projeto desafiador da Universidade Federal do Paraná – com o objetivo de formar uma rede para permuta de programas de Rádio e TV, interligando as instituições públicas de ensino superior do Brasil – deverá revolucionar a realidade das TVs universitárias.

“Com exceção das universidades de Recife e Natal – com mais de trinta anos de atividade em TV – a grande maioria das TVs universitárias sofre de um mesmo problema que é o déficit na grade de programação”, comenta o professor do DECOM – Departamento de Comunicação da UFPR e coordenador do projeto Carlos Rocha. “Em 2003, participamos em Ouro Preto do I Encontro das TVs Universitárias das IFES e pudemos perceber que tínhamos realidades muito próximas, ou seja, um déficit de programação ou uma programação de má qualidade em pelo menos 80% das instituições e falta de recursos para ter um canal – de TV ou rádio – ou para conseguir mantê-lo. Era uma rotina perversa que precisava ser quebrada. E uma solução poderia ser justamente a troca de programas.”

Rocha explica que na antiga versão analógica para troca de programas este processo aconteceria de duas formas distintas e inviáveis para a maioria das instituições públicas de ensino superior: na primeira, em um sistema via satélite, o tempo de transmissão seria de 28 minutos – o tempo do programa, mas teria um alto custo de implantação, manutenção e mão-de-obra especializada, fora a realidade das instituições públicas; na segunda hipótese, a possibilidade “arcaica e medieval” seria feita por fitas via correio, inviável pelo custo de postagem e também pelo tempo dispensado, entre outras desvantagens inclusive de logística, de pessoal e de manutenção.

“No encontro em Ouro Preto, sugerimos dois formatos diferentes”, lembra Rocha. “Formatos que conseguiam comprimir a imagem sem perda significativa da qualidade e com ganho de tempo e custos. Recebemos o apoio da UFMG, UFRGS, UFRN e da UNB e começamos a pesquisar”.

No ano seguinte – 2004 – no segundo encontro das TVs em Niterói foi realizada uma mesa-redonda para a apresentação dos primeiros resultados obtidos com a experiência da UFPR. “Voltamos de lá e já passamos a fazer os testes com as universidades interessadas em receber a nossa programação. É um download comum, não para ser visto na Internet, mas para ser gravado em DVD ou CD e exibido normalmente na central de exibição das TVs. Estamos inclusive projetando e desenvolvendo em parceria com o Departamento de Informática da UFPR ferramentas inteligentes para o usuário deste novo modelo de rede. Conseguimos transferir um programa-piloto de 28 minutos de duração para a UFGM em apenas 19 minutos, o que nos comprovou a hipótese de viabilidade dos processos escolhidos e também surpreendeu sendo ainda mais rápido que via satélite”, explica.

A etapa atual, além de complementar os testes com o Rio Grande do Norte e Brasília, também já disponibilizou os programas de TV do acervo de 2006 – produzidos pela UFPR TV – para todas as IFES interessadas no projeto. Ainda, disponibilizará um programa de rádio piloto – para testes na rede – oferecido pela UFRGS.

Outra possibilidade será a integração com as demais universidades públicas estaduais. O início dos testes de permuta com universidades dentro do Estado do Paraná já está previsto para alcançar, em curto espaço de tempo, as cidades de Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Cascavel e Guarapuava, integrantes de uma outra rede estadual de transmissão semelhante à RNP.

“Agora em março o que faremos é disponibilizar nossos programas de 2006 para quem já passou pelos primeiros testes. As instruções para o download poderão ser acessadas no site http://www.redeifes.ufpr.br. O objetivo é trocar programas não apenas com as universidades federais, mas com todas as demais interessadas e até mesmo com usuários domésticos. Mas sempre fazendo um passo de cada vez, num projeto de longo prazo e que já tem agendados testes inclusive para alcançar e se integrar com instituições de outros países”, diz Rocha.

Vale ressaltar que o custo de implementação para uma universidade que não tenha a mínima estrutura – só para baixar e gravar o programa – gira em torno dos R$ 4 mil, valor de um computador e um gravador. Para aquelas que quiserem receber e enviar programas, o custo sobe para R$ 15 ou 20 mil, uma vez que são necessários no mínimo dois computadores. “Com R$ 20 mil, a universidade passa a ter uma boa estrutura, com um servidor próprio para isso”, garante Rocha. “O custo de manutenção de todo este sistema é infinitamente inferior a qualquer outra proposta em sistema analógico e o gasto de implantação, que é tido uma só vez, garantirá uma economia considerável para todas as instituições envolvidas e também incentivará o surgimento de novas Rádios e TVs universitárias no Brasil. Este projeto foi sempre elaborado pensando em atender as demandas das instituições públicas, com parcos recursos e muita criatividade, disposição e comprometimento com a autonomia, o desenvolvimento e a soberania nacional”, conclui.

A pesquisa do Projeto RedeIFES é idealizada e coordenada pelo professor Carlos Rocha, com a colaboração do pesquisador assistente João Somma Neto, professor adjunto do DECOM e diretor da UFPR TV. Conta ainda, com a participação do professor Luciano Silva do Departamento de Informática.

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Prof. Carlos Rocha, do DECOM
Foto: Izabel Liviski

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Fonte: Vivian de Albuquerque