Com a presença de lideranças populares, intelectuais e representantes da sociedade civil, seminário promoveu uma reflexão sobre desafios impostos pelo atual modelo de desenvolvimento econômico
A Universidade Federal do Paraná (UFPR) reafirmou seu papel como agente de transformação social ao sediar mais uma vez a Jornada de Agroecologia. Na manhã do último sábado (9), o Centro Politécnico foi palco do seminário “Projeto Popular para o Brasil e a Casa Comum”, um dos momentos centrais da 22ª edição do evento, que neste ano aprofundou os debates sobre justiça socioambiental e o enfrentamento à crise climática.
Com o auditório lotado e a presença de lideranças populares, intelectuais e representantes da sociedade civil, o seminário promoveu uma reflexão crítica sobre os desafios impostos pelo atual modelo de desenvolvimento e as alternativas que podem emergir a partir das lutas populares. A abertura foi marcada por muita música com apresentações de canções sertanejas e o emocionante show da Orquestra Popular Camponesa, projeto do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que promove formação musical em acampamentos e assentamentos do Paraná.
Compuseram a mesa nomes como o teólogo e escritor Leonardo Boff, a líder religiosa Makota Celinha, o dirigente nacional do MST João Pedro Stédile e a vice-reitora da UFPR, Camila Fachin. A mediação do encontro contou com um olhar atento à diversidade de vozes e experiências, buscando caminhos coletivos para superar a crise ambiental e social que atinge o país e o planeta.
Makota Celinha trouxe para o centro do debate a necessidade de combater o racismo religioso e de garantir o respeito às diferentes formas de espiritualidade e organização social. “A casa comum é um lugar onde caibam todas as diferenças, mas sem desigualdades. Direito à diferença também é um direito fundamental”, defendeu.
Leonardo Boff, por sua vez, chamou atenção para a gravidade da crise climática em curso. “Já estamos vivendo o aquecimento global. Não é algo que está por vir”, alertou. Segundo ele, mesmo diante do cenário preocupante, há esperança nas mobilizações que vêm das bases. “Toda mudança começa de baixo. Os movimentos populares, as experiências de economia solidária, de agroecologia, são sementes de um novo mundo possível”.
A vice-reitora Camila Fachin destacou a importância do engajamento da universidade pública com os desafios reais da sociedade. “A UFPR precisa estar junto com o povo. A universidade pública também é um espaço da comunidade, e a Jornada é um exemplo concreto de como esse diálogo pode acontecer na prática”, afirmou.
A presença da UFPR na 22ª Jornada de Agroecologia é fruto de um compromisso institucional consolidado ao longo dos anos. Esta é a sexta edição consecutiva em que a universidade cede seus espaços para a realização do evento.
Além da UFPR, a 22ª Jornada conta com o apoio da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), e o patrocínio de instituições como Sebrae, Itaipu Binacional, Fundação Banco do Brasil e Governo Federal.
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