A UFPR é uma das 19 instituições brasileiras que, desde o ano passado, oferece o Programa de Mestrado Profissional em Ensino de Biologia em Rede Nacional (ProfBio).
O curso tem duração de dois anos, é semipresencial e direcionado a professores de ensino médio da rede pública. Além das aulas à distância, os alunos têm encontros presenciais no Setor de Ciências Biológicas, sempre aos sábados.
As características que unem estes alunos são bem diferentes das dos estudantes dos mestrados acadêmicos. A maioria são pais e mães de família que conciliam a atividade profissional com as do mestrado. Dos 30 alunos, 25 são de cidades fora da Região Metropolitana de Curitiba, que enfrentam a estrada antes e depois das aulas.
Porém, a troca de conhecimento propiciada pela interação entre os professores das escolas públicas e os da Universidade supera qualquer dificuldade. “É possível por em prática (em sala de aula) aquilo que a gente vê por aqui. É um aprendizado com os colegas. É uma coisa que em um mestrado acadêmico é mais complicado”, opina a mestranda Beatriz do Rocio Zanetti.
A coordenadora do ProfBio, Sandra Maria Alvarenga Gomes, confirma esta impressão. “Eles sabem bem o que querem. E, por trazerem uma grande experiência prévia, acabam ajudando na construção do Curso. Expõem suas demandas, expectativas e ideias de forma muito mais clara, aberta e segura que os mestrandos do mestrado acadêmico”.
Rede pública
A proposta de melhoria do ensino na rede pública também é um diferencial importante neste curso. Prova disso é a constatação, entre os discentes, de que os livros didáticos estão desatualizados em relação aos novos conhecimentos de Biologia. “Os livros trocam de capa, mas não são atualizados há anos. Como a gente se apoia neles, passávamos conceitos que hoje estão errados. Muitas vezes, o conteúdo do mestrado não chega tão rápido (às escolas)”, relata o mestrando Paulo Henrique Mueller. Sua colega, Rosana Flenik, tem a mesma opinião. “Praticamente tudo já mudou em relação ao que aprendemos durante a faculdade. Muitos conceitos foram reformulados”, confirma.
A coordenadora Sandra explica que, como ainda não houve uma turma formada, não há como medir o desempenho em biologia nas escolas antes e depois do ProfBio. Porém, uma atividade realizada em dezembro mostrou que os resultados já começam a aparecer. Sandra relata que cada mestrando escolheu um assunto estudado naquele semestre, planejou uma aula e aplicou em sua própria sala de aula, para alunos do ensino médio. “Os mestrandos utilizaram diferentes estratégias (aulas práticas, jogos, entrevistas, bingos, debates) para abordar vários assuntos de Biologia junto a seus próprios alunos. Os relatos foram muito animadores e os mestrandos contam que têm alterado forma de ensinar após as aulas que têm recebido aqui na Universidade”.
O ProfBio também atende a uma carência na formação dos profissionais. De acordo com o INEP, até o ano passado 88,5% dos professores de Biologia do Ensino Médio no Brasil não possuem pós-graduação stricto sensu. A mestranda Carolina Lino ressalta a importância desta formação para os docentes. “A maioria de nós está há mais de cinco anos no mercado. Revisitar os conceitos e propor melhoria do ensino na rede pública no mínimo nos tira da zona de conforto”, sintetiza.
Texto – João Cubas
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