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UFPR divulga números de pesquisas sobre o rendimento de alunos cotistas

27 abril, 2007
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Numa coletiva de imprensa no Gabinete da Reitoria, foram divulgados nessa quinta-feira, 26, os números de uma pesquisa sobre o aproveitamento dos alunos cotistas que entraram na Universidade Federal do Paraná. Os mesmos dados foram apresentados na manhã do mesmo dia à comunidade universitária, na reunião do Conselho Universitário.

O trabalho foi realizado pela PROGRAD – Pró-Reitoria de Graduação e pela Comissão de Acompanhamento de Cotistas na UFPR tendo por base os anos de 2005 e 2006.

Os números revelam que não há diferenças significativas – nos diversos pontos analisados – entre o aproveitamento dos alunos cotistas, sejam raciais ou sociais, e os alunos da concorrência geral. “Isso nos mostra que estamos no caminho certo em nossa política de inclusão social”, comentou o reitor Carlos Augusto Moreira Júnior.

“Ficamos satisfeitos com o resultado das pesquisas porque vimos que nosso plano de metas tem sentido e que os temores levantados na época de aprovação do Plano de Metas de que os alunos cotistas pudessem não acompanhar os cursos não se comprovaram”, disse a professora Rosana de Albuquerque Sá Brito, pró-reitora de Graduação. “Nos quesitos nota e IRA – índice de Rendimento Acadêmico, o cotista social se sai ainda melhor que o candidato aprovado na concorrência geral, o que para nós é até uma surpresa tendo em vista que o desempenho dele no vestibular fica um pouco abaixo”.

Validade do Programa de Inclusão – “Não está certo afirmar, como tem sido divulgado na mídia, que sobram vagas de cotas nas universidades por causa do fracasso do programa”, alertou a professora Liliana Porto, presidente da Comissão de Acompanhamento de Cotistas. Para ela o mais importante não é o preenchimento total das vagas que faz o sucesso do Programa de Inclussão, mas o que esse Programa tem modificado a realidade da instituição de ensino que o adota. “É preciso avaliar as mudanças ocorridas no perfil dos alunos que ingressam na universidade. Nós analisamos três categorias: inclusão econômica, inclusão racial e inclusão social e o que temos visto é que as categorias de renda mais baixa têm tido mais chances de entrar na universidade com o sistema de cotas. Quando sobram vagas nas cotas de escola pública, por exemplo, o problema geralmente está no momento do registro acadêmico relacionado à falta de documentação. O aluno não tem a documentação que comprove o estudo na escola pública. Nas cotas raciais, temos um grande percentual de negros que não optam pelo sistema de cotas. Isso porque ainda há muita desinformação sobre quem pode ou não concorrer. Quem puder concorrer por cotas deve concorrer. As políticas públicas de inclusão não devem ser vistas como uma forma de diminuição, mas como uma maneira de garantir um direito.”

Realidade – “Fizemos uma pesquisa informal no Colégio Estadual e vimos que apenas 20% dos alunos têm conhecimento sobre o sistema de cotas”, complementou o reitor da UFPR. “Por isso estamos fazendo um esforço pára divulgarmos as informações nas escolas públicas. O que vale ser lembrado é que mesmo com a desinformação conseguimos praticamente dobrar o número de negros na UFPR ingressando pelo sistema de cotas raciais.”

No processo do Vestibular, 20% do total de vagas são reservadas aos cotistas raciais e 20% para os estudantes de escolas públicas.

CONFIRA AQUI OS NÚMEROS LEVANTADOS NAS PESQUISAS:

•Conclusão das disciplinas obrigatórias no primeiro ano de curso:

Alunos não-cotistas = 77%

Cotistas sociais = 78%

Cotistas raciais = 70%

•Notas médias nas disciplinas obrigatórias no primeiro ano do curso:

Não-cotistas = média 61

Cotistas sociais = 63

Cotistas raciais = 56

•IRA – Índice de Rendimento Acadêmico (cumulativo dos anos de 2005 e 2006)

Não-cotistas = 62

Cotistas sociais = 63

Cotistas raciais = 53

•Periodização (conclusão dos períodos do curso dentro do prazo), ao final do 1º ano do curso:

Não-cotistas = 49%

Cotistas sociais = 52%

Cotistas raciais = 39%

•Evasão após dois anos de curso

Não-cotistas = 11,6%

Cotistas sociais = 6%

Cotistas raciais = 4%

•IRA dos sete cursos mais concorridos no vestibular (Administração, Arquitetura e Urbanismo, Direito Noturno, Direito Diurno, Medicina, Comunicação Social – Publicidade e Propaganda e Comunicação Social – Jornalismo)

Não-cotistas = 74

Cotistas sociais = 71

Cotistas raciais = 70

•IRA nos sete cursos menos concorridos no vestibular (Engenharia Cartográfica, Estatística, Filosofia, Física Bacharelado, Física Licenciatura, Gestão da Informação e Matemática Industrial)

Não-cotistas = 45

Cotistas sociais = 51

Cotistas raciais = 35

Para o reitor da UFPR os dados apresentados demonstram claramente que os alunos cotistas têm total ou melhor condição de desempenho nos cursos de graduação e que serão profissionais formados com a mais alta qualidade. ‘Não teremos, como muitos temiam ao serem aprovadas as cotas, engenheiros, médicos ou qualquer outro profissional que não tenha qualificação para atuar’, enfatiza. A pesquisa divulgada na coletiva ainda revelou uma inclusão significativa de alunos que precisam trabalhar em tempo integral ou parcial.

Foto(s) relacionada(s):


Coletiva para apresentação dos dados
Foto: Isabel Liviski

Fonte: Vivian de Albuquerque

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