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UFPR coordena iniciativa de combate aos efeitos das mudanças climáticas no Paraná

No dia 6 de junho, às 10h, vai ser lançado em um evento online o Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação em Emergência Climática (Napi-EC). Coordenado pela Universidade Federal do Paraná e com financiamento da Fundação Araucária, a iniciativa reúne cerca de 50 pesquisadores distribuídos em mais de 10 instituições para discutir ações para lidar com os problemas causados pelas mudanças climáticas. O lançamento será transmitido via canal no Youtube.

Eventos extremos tem sido cada vez mais comuns como consequências das mudanças climáticas. Foto: J Lloa

Cada dia mais perceptíveis, as consequências das mudanças no clima vêm afetando diversas áreas como agricultura, economia e saúde e demandam contramedidas urgentes. Os eventos extremos, como os temporais que causam deslizamento e enchentes, as secas e ventanias, ondas de frio e calor, são os efeitos mais visíveis e demandam reação rápida e planejada.

O novo grupo de trabalho vai desenvolver pesquisas interdisciplinares, programas de educação e ferramentas tecnológicas e computacionais capazes de gerar e manter grandes volumes de dados a respeito dos eventos climáticos. Essas informações combinadas com os resultados das pesquisas que serão desenvolvidas vão ser utilizadas para embasar planos que atenuem e mitiguem os efeitos dessas mudanças no estado do Paraná.

O coordenador geral do Napi-EC, professor Francisco de Assis Mendonça, destacou a urgência de um trabalho sólido em relação ao tema.

“A emergência climática está mostrando, dia a dia, a intensificação dos eventos extremos e os graves impactos sobre a sociedade; as inundações em Recife, as fortes chuvas em Petrópolis e a fortíssima onda de calor na Índia são alguns dos fenômenos mais recentes que atestam as mudanças climáticas globais. A ciência tem muito a colaborar para o processo de mitigação e adaptação aos cenários presentes e futuros, e a UFPR terá, através do NAPI, reforçada a possibilidade de contribuir enormemente para um melhor conhecimento do processo, bem como atuar no sentido de minimizar os impactos e sua prevenção no Estado do Paraná”, explicou Mendonça.

O objetivo é desenvolver pesquisas interdisciplinares, programas de educação e ferramentas tecnológicas e computacionais capazes de gerar e manter grandes volumes de dados a respeito dos eventos climáticos que vêm gerando instabilidades observadas pelos cientistas em todo planeta.

Além da UFPR, que reúne a maior parte dos pesquisadores envolvidos, participam do projeto a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), a Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO), a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), a Universidade Estadual de Londrina (UEL), a Universidade Estadual de Maringá (UEM), o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e o Sistema Meteorológico do Paraná (SIMEPAR).

Sobre o projeto

Com um plano de trabalho aprovado para os próximos 3 anos, a proposta conta com um orçamento de 3,2 milhões de reais. As ações principais envolvem duas dimensões, a primeira avaliar formas para que o Paraná possa contribuir para mitigar as mudanças climáticas, como, por exemplo, estratégias para diminuir a emissão de gases de efeito estufa. A segunda é preparar o Estado para os efeitos dessas mudanças.

Para o desenvolvimento e planejamento de estratégias para mitigação e adaptação aos impactos das mudanças climáticas, é importante, por exemplo, medir estoques de carbono, instaurar o monitoramento efetivo de gases do efeito estufa, da poluição atmosférica, da temperatura do ar e dos excessos hídricos. Além disso, é necessário disponibilizar essas informações para os agentes envolvidos desenvolverem políticas públicas e privadas efetivas nesse sentido.

As propostas no interior do projeto estão divididas em cinco eixos temáticos:

  1. Diagnóstico e particularidades das mudanças climáticas no estado do Paraná;

  2. Impactos das mudanças climáticas na biodiversidade e nas bases ecológicas do território paranaense;

  3. Mitigação das emissões dos gases de efeito estufa e poluentes climáticos de vida curta no estado do Paraná;

  4. Adaptabilidade e resiliência humana às mudanças climáticas: avaliação de riscos evulnerabilidades; e

  5. Ações e perspectivas educacionais no processo de sensibilização e conscientização para o enfrentamento das emergências climáticas no Paraná.

Esses eixos abarcam áreas prioritárias para o investimento de ciência e tecnologia no Paraná, baseadas nas condicionantes chaves de transformação digital e desenvolvimento sustentável.

Atuação em diversas áreas

Na área de Biotecnologia e Saúde serão investigados os impactos das mudanças climáticas na saúde populacional, possibilitando a elaboração de políticas públicas voltadas ao conforto térmico, à qualidade do ar e às inundações urbanas.

Dentro da área de Agricultura e Agronegócio serão utilizadas diferentes ferramentas digitais e aplicações computacionais para avaliar os efeitos de eventos extremos na agricultura, aptidão agrícola de diferentes espécies cultivadas e efeitos na condição individual de organismos frente às mudanças climáticas, assim como a identificação de refúgios climáticos que são importantes áreas para conservação futura da biodiversidade paranaense.

O conhecimento gerado pelos diferentes grupos de trabalhos também tem aplicação para o planejamento urbano, considerando a importância dos espaços verdes e do uso do solo nos centros urbanos do Paraná como medida mitigadora dos impactos das mudanças climáticas. Nesse ponto também será feito o mapeamento de situação de risco e vulnerabilidade das cidades em face a poluição do ar, temperatura, umidade e saúde.

A proposta também vai abordar temas como tecnologias de baixo carbono e a conservação da biodiversidade e de recursos hídricos, envolvendo a questão da energia. Já no campo da educação, a iniciativa terá ações de conscientização e sensibilização sobre essas questões, além de investigar as melhores estratégias para a comunicação de riscos.

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