Espaço imersivo é fruto de trabalho em conjunto dos coletivos que compõem a jornada e projetos de extensão da UFPR
A 22ª Jornada de Agroecologia, que acontece até este domingo (10) no Centro Politécnico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), oferece uma ampla programação com oficinas, feiras e exposições. Entre as atrações que mais têm chamado a atenção do público está o Túnel do Tempo — uma instalação imersiva que propõe uma viagem crítica pela história da agroecologia e das lutas sociais no Brasil.
Montado cuidadosamente, como resultado de um trabalho em conjunto dos coletivos que compõem a jornada e projetos de extensão da UFPR, no hall do setor de Tecnologia, o espaço é dividido em quatro blocos temáticos, que conduzem os visitantes por diferentes períodos históricos, do Brasil pré-colonial aos dias atuais. As informações são organizadas por cores: os cartazes em verde tem assuntos ligados à devastação ambiental, os vermelhos mostram os movimentos de resistência popular durante toda a história e os banners em azul falam sobre as respostas capitalistas a esses movimentos.
No primeiro ambiente, o público é convidado a conhecer as formas de vida e o manejo sustentável da natureza praticado por povos indígenas antes da chegada dos colonizadores. Já o segundo espaço aborda o período da colonização, destacando os processos de escravização de indígenas e africanos e a exploração predatória da terra. “Então o que a gente mostra aqui é como desde as capitanias hereditárias a uma concentração de terras na mão de poucos. A nossa economia aqui era agroexportadora, mercantil e escravista. Tudo que se produzia era pra fora, enquanto colônia, tudo que tinha de lucro era para lá (Portugal),” explica a voluntária do Marmitas da Terra, Sibele Nunes, guia da 2ª seção do túnel.
O terceiro bloco, foi desenvolvido pelo Movimento de Assessoria Jurídica Universitária Popular (MAJUP) organizado por estudantes de direito da UFPR à convite da Jornada. Os guias Cássia da Silva e Gustavo Fantin, alunos da UFPR e integrantes do MAJUP, explicam aos visitantes sobre o intervalo entre a década de 1930 e os anos 1990, revelando as consequências ambientais e sociais do modelo de desenvolvimento baseado na monocultura e na concentração fundiária. Esse espaço também expõe as resistências populares, ilustradas por bandeiras e registros de movimentos sociais.
Por fim, o último setor propõe uma provocação direta: “Que Brasil você quer ter?”. A partir desse questionamento, o Túnel apresenta alternativas para um futuro mais justo e sustentável, com destaque para ações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do coletivo Marmitas da Terra, que atuam na linha de frente da produção agroecológica, segurança alimentar e educação popular.
A instalação deixa os visitantes maravilhados e orgulhosos da trajetória dos movimentos que fazem parte. “Para nós, ver toda a história retratada desde o começo até aqui, a visão do futuro que a gente está buscando para os nossos filhos, para as próximas gerações, é muito interessante” afirma Simone Castro, integrante do MST.
“Eu me senti representado aqui. Gostei muito, do começo ao fim. Aprendi muito aqui. Muito, muito legal mesmo. Parabéns”, comenta Daniel da Rocha, integrante do MST, ao sair do Túnel. Ao final do percurso, os visitantes são convidados a participar do Plebiscito Popular contra a escala de trabalho 6×1 e a favor da taxação dos super-ricos — pautas que vêm ganhando força no cenário político nacional desde o início do ano. O Túnel do Tempo está aberto para visitação de 09h às 19h, com entrada gratuita, os visitantes precisam se identificar na entrada.
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