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Transmissão comunitária do Coronavírus: o que é e por que preocupa

Um dos termos mais ouvidos quando se fala sobre o Coronavírus e sua rápida evolução no Brasil é o de transmissão comunitária. Na prática, o conceito diz respeito à incapacidade de rastrear de onde veio o vírus que contaminou alguém, o que indica que ele já está espalhado em um determinado lugar e pode se disseminar com velocidade.

A explicação é do professor Emanuel Maltempi de Souza, do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular, que preside a comissão de especialistas da UFPR constituída para orientar e propor medidas práticas de enfrentamento ao Coronavírus, além de acompanhar o contexto local e global da doença. Além dele, o grupo também é formado por infectologistas, especialistas em saúde comunitária e ocupacional e em comunicação.

O argumento da possibilidade de transmissão comunitária foi importante para definir a suspensão das aulas na UFPR, já que, embora os órgãos públicos reconheçam oficialmente que ela esteja ocorrendo somente em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, há fortes indícios de já tenha acontecido também em outras regiões. “O Paraná é o terceiro estado com maior número de casos, vemos a proximidade com São Paulo como um indício”, afirma.

De acordo com o professor, quando um indivíduo chega ao sistema de saúde e testa positivo para o Coronavírus, as autoridades de saúde o questionam com relação ao contato com outros doentes, para rastrear de onde surgiu o vírus. Quando ocorre transmissão comunitária, esse rastreamento já não é mais possível, o que indica que se espalhou. 

“Nos demais países ocorreu dessa forma, por isso consideramos que se está havendo transmissão comunitária em outros estados, a probabilidade de ter chegado até aqui é alta”, explica. Para o professor, a Itália, por exemplo, que se encontra em uma situação bastante crítica, demorou para avaliar os riscos da pandemia. “É um país que recebe muitos turistas, mas quando não se identifica mais quem transmitiu para quem significa que a transmissão já ocorre de forma livre numa comunidade”.

A possibilidade de transmissão comunitária, embora não confirmada oficialmente, reforça a importância de se pensar no distanciamento social como uma possibilidade preventiva. Segundo Maltempi, a medida pode contribuir com o autocuidado individual e atingir positivamente grupos de risco, que estarão menos expostos ao vírus. 

De acordo com o professor, a suspensão das atividades na UFPR é uma forma de incentivar o distanciamento social e contribuir com a saúde da comunidade. Por isso, a instituição orienta que seus alunos e funcionários previnam-se circulando somente em lugares estritamente necessários e mantendo uma distância de pelo menos 1,5 metros das pessoas ao seu redor.

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