Produção traz temática contemporânea que vai abordar o papel da mulher em uma sociedade marcada pelo avanço da Inteligência Artificial
A Téssera Companhia de Dança da UFPR estreia na próxima semana o espetáculo ‘A Criada’. As apresentações acontecem nos dias 11, 12 e 13 de dezembro, no Teatro da Reitoria da UFPR, em Curitiba, com sessões gratuitas e classificação livre.
‘A Criada’ terá 18 artistas em cena e vai tratar de um problema contemporâneo: a Inteligência Artificial (IA), a Mulher e a Humanidade. O espetáculo se baseia em reflexões geradas pela seguinte questão: servir o ser humano ainda é papel só da mulher?
A obra tem concepção e coreografia assinada por Juliana Virtuoso. De acordo com a coreógrafa, ‘A Criada’, a ideia do espetáculo surgiu a partir de uma inquietação: por que as IAs, em sua maioria, são retratadas em filmes, séries, literatura e assistentes virtuais com corpo e vozes femininas? E por que, quando há um ‘despertar’ desses sistemas mulheres, elas são retratadas como agressivas e assassinas?
“A partir dessas questões eu comecei a voltar um pouco no tempo. Pensando nesse padrão de percepção de homens (os principais criadores desses sistemas) sobre as mulheres, eu retorno em teorias, conceitos e simbolismos no contexto sociocultural e histórico de onde são estabelecidas as repetições de padrões, abusos de poder e misoginia estrutural”, conta Juliana. “Busco argumento na ciência, na origem do universo e teoria da evolução de Darwin, no primeiro fóssil bípede encontrado, a quem deram o nome de Lucy. Retorno aos textos bíblicos, em Gênesis, que descreve a criação de Adão e Eva e o que é instituído a partir da visão religiosa da origem da humanidade”.
A coreógrafa afirma que o espetáculo foi construído em um processo progressivo, não linear e com o envolvimento de todos os bailarinos.
“A partir da ideia apresentada, são conversas diárias, leituras de textos preparados especificamente para cada parte da coreografia, criação das células de movimento, entendimento do sentido de cada gesto, composição das cenas que darão a narrativa do espetáculo, a repetição nos ensaios que servem para transformar um conjunto de movimentos e gestos em dados sensíveis para o nosso público, por meio da energia e da emoção que reverberam do corpo. E nesse ‘durante’ também vai acontecendo a construção da trilha sonora, da iluminação, do figurino, do cenário e tudo isso são partes preciosas que vão se somando ao processo coreográfico e agregando informação sobre o ‘clima’ de cada parte do espetáculo e dele como um todo”.
Mais informações sobre a Téssera Companhia de Dança da UFPR estão disponíveis no site www.tessera.ufpr.br e nos perfis oficiais no Facebook (www.facebook.com/tesseraufpr) e no Instagram (@tesseraciadedancaufpr).

A Criada
Data: 11, 12 e 13 de dezembro de 2025
Horário: 20h30
Local: Teatro da Reitoria da UFPR
Rua XV de Novembro, 1299 – Centro – Curitiba/PR
Entrada gratuita – Classificação livre
Ficha técnica:
Concepção e coreografia: Juliana Virtuoso
Direção: Rafael Pacheco
Trilha sonora: Cesar Sarti
Iluminação: Luiz Tschannerl
Assistência de iluminação: Joyce Miranda Hespanha
Cenografia: Flávia Gama Rosa
Figurino: Cisléa Maria dos Santos
Produção: Juliana Virtuoso e Helen de Aguiar
Design gráfico: Wilson Voitena
Fotografia: Christian Alves
Seção Grupos Artísticos: Melissa Reichen
Equipe Teatro da Reitoria
Elenco: Alessandra Lahis Tejeira, Ana Beatriz Pucci, Ana Pellegrini Costa, Ana Saldanha, Arthur Talevi, Bruna Póvoa, Flávia Gama Rosa, Heitor Hornhardt Arcanjo, Helena Kviatkovski, Laura Glowacki Ferreira, Letícia Lira, Maicon Oliveira, Manuella Carvalho Gonçalves, Micahel dos Santos, Pietro Ernesto Tarachuque, Ray Roch, Rouglas Fernandes, Viviane da Luz.
Sinopse:
A Criada’ é uma obra coreográfica vivenciada por 18 artistas que carregam energia e intenção no corpo, no tempo e no espaço, para explorar um problema urgente do mundo contemporâneo: a Inteligência Artificial, a Mulher e a Humanidade. O espetáculo busca tensionar os espaços entre ciência e religião; tecnologia e simbolismo; inovação e estereótipo manifestando fenômenos como concepção distorcida de mundo, abuso de poder e repetição de padrões, baseado nas reflexões geradas pela seguinte questão:
Servir o ser humano ainda é papel só da mulher?
A obra, com concepção e coreografia de Juliana Virtuoso, apresenta uma proposta artística que se estrutura mediante um processo criativo complexo baseado em conceito, visão de mundo, contexto sociocultural e histórico. Pesquisa, experimentação e composição conferem singularidade estética ao tema. As diferentes camadas de discurso reverberam e transpassam aspectos como intuição, intenção e percepção. Elementos como movimento (que confere sentido), expressividade/energia (que confere discursividade ao gesto) e técnica (que confere liberdade na ação de dançar), ressignificados e potencializados pelas bailarinas e pelos bailarinos, se transformam em dados sensíveis para o espectador.
O olhar incisivo sobre a realidade é uma constante dos trabalhos da Téssera, que cria obras coreográficas a partir de uma matriz atualizada de Dança Moderna que se traduz técnica e esteticamente em suas produções. O atravessamento contínuo de elementos teatrais em seus espetáculos marca a identidade cênica da companhia, permeada por um padrão coreográfico simbólico, ritualístico e de alta carga dramática, acentuado por um gesto performático carregado de intenção e emoção.
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