Uma tese de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFPR recebeu o Prêmio Maria Cecília Puntel de Almeida durante o 70º Congresso Brasileiro de Enfermagem, que aconteceu em Curitiba, paralelamente ao 6º Seminário Nacional de Diretrizes de Enfermagem na Atenção Básica em Saúde e ao 5º Colóquio Latino-Americano de História da Enfermagem.
Intitulado “Violência contra mulheres: análise de um programa e uma rede local de atenção”, o trabalho é de autoria de Terezinha Maria Mafioletti, sob orientação da professora Aida Maris Peres e coorientação da professora Maria Otília Zangão.
A tese foi premiada na categoria de resultado de tese de doutorado cujo objeto de pesquisa está vinculado à Atenção Primária à Saude/Atenção Básica à Saúde. As autoras receberam um diploma de honra ao mérito, uma placa e um livro.
O estudo consiste na análise de um programa e uma rede de atenção a mulheres de Curitiba e região metropolitana, acima de 18 anos, que sofrem violência doméstica e sexual. A rede e o programa foram implantados em 2002 e permanecem em funcionamento.
A pesquisa avaliativa, com abordagem quali-quantitativa, tem como referencial metodológico a Triangulação de Métodos, estratégia de investigação que integra a análise das estruturas, dos processos e dos resultados. O referencial metodológico permitiu o diálogo entre as diferentes etapas e fontes de pesquisa.
Foram analisados os dados de notificação referentes a violência contra mulheres do período de 2002 a 2015, por meio de estatísticas simples; análise documental de 149 fontes do período de 1997-2014 por meio de análise de conteúdo; e de informantes chave com entrevista de 49 agentes que fizeram e ainda fazem parte da rede e do programa.
A pesquisa concluiu que experiência intersetorial e interinstitucional do programa “mostrou-se exitosa, referência de política pública nacional e local, contando com enfermeiras para promover articulação de estratégias gerais de enfrentamento à violência contra mulheres, no acolhimento e assistência às mulheres em risco para a violência de gênero”.
De acordo com as autoras, o estudo contribuiu para refletir acerca das múltiplas possibilidades de articulação utilizadas para o enfrentamento da violência contra mulheres. “Acredita-se que esse estudo seja um importante instrumento para o campo da enfermagem, categoria majoritariamente feminina que atua diretamente na atenção básica, porta de entrada das mulheres que sofrem violências de gênero”, afirmam nas considerações finais do trabalho.