A adoção de sensores eletroquímicos, por serem sensíveis às modificações no líquido circulante e no metal, em substituição ao hipoclorito de cálcio, normalmente utilizado na limpeza de sistemas de resfriamento de usinas hidrelétricas. Esta foi a proposta apresentada pelo aluno Paulo Marangoni em sua tese de doutorado, defendida no Programa de Pós-Graduação em Microbiologia, Parasitologia e Patologia Básica do Setor de Ciências Biológicas da UFPR.
Durante a pesquisa, realizada na Usina Hidrelétrica de Tucuruí, no Pará, o engenheiro químico identificou os efeitos de biofilmes e bioincrustação que são formados sobre superfícies e equipamentos metálicos submersos ou expostos à influência de águas naturais ou matéria orgânica. Observou que os biofilmes são resistentes aos biocidas, agentes estes que controlam o desenvolvimento de fungos e bactérias, que podem contaminar a água e inutilizar os equipamentos utilizados. Além do problema da saúde, afeta diretamente diversos setores da indústria, explica Marangoni.
Áreas de Aplicação
Segundo a professora Ida Chapaval Pimental, que orientou o estudo, a aplicabilidade da pesquisa é diversa (setor de petróleo e gás; alimentos, saúde humana e anima). A pesquisa desenvolvida permitirá a apresentação de subsídios para o desenvolvimento de novos agentes de controle microbiológicos; para novas formas de aplicação de produtos para controle de biofilmes em usinas hidrelétricas; além do monitoramento dos biofilmes quando expostos a águas sem tratamento.
Paulo Marangoni destaca que foram muitas as dificuldades enfrentadas pois a pesquisa trata de um assunto multidisciplinar. A ligação de áreas distantes, como eletroquímica, microbiologia e ciência dos materiais, “é um desafio a mais para o entendimento completo do assunto, no entanto, é também uma oportunidade para uma discussão bastante valiosa, visando a solução de futuras demandas”, ressalta ele.