Uma pesquisa realizada no programa de pós-graduação em Engenharia Mecânica da UFPR desenvolveu um sistema simples e eficiente para o reconhecimento de cores entre pessoas com deficiência visual. O trabalho da pesquisadora Sandra Marchi, intitulado “Design universal de código de cores tátil: contribuição de acessibilidade para pessoas com deficiência visual”, foi reconhecido e premiado no Viva Inclusão. Ela teve a orientação dos professores Ramón Sigifredo Paredes e Maria Lúcia Okimoto.
Segundo Sandra, a possibilidade do reconhecimento de cores entre as pessoas com deficiência visual eleva a auto-estima e melhora a qualidade de vida. “O nosso mundo é colorido. Mesmo a pessoa tendo uma deficiência visual, ela vive nesse mundo e ela usa cores”. Roupas, sapatos, objetos e jogos, por exemplo, usam essa informação de forma predominante. “Elas nunca têm acesso a essa informação tão comum no nosso dia”, justifica.
A identificação das cores também dá mais autonomia à pessoa com deficiência, especialmente porque o sistema é simples e de fácil aprendizado. O código foi baseado no braile e na teoria da cor, utilizando as cores primárias, as secundárias e o preto e branco. Pontos e linhas em relevo permitem que se reconheça as cores.
O sistema passou por um experimento com pessoas cegas congênitas, adquiridas, pessoas daltônicas e pessoas apenas usando venda. A média de tempo para que aprendessem o código foi de 20 minutos. “Ali constatamos que ele é super eficiente”, destaca a pesquisadora, que atesta que a inovação está justamente na facilidade para que as pessoas aprendam e usem o código.
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