Professores, pedagogos e outros profissionais da área de educação participaram, na última semana, do seminário Cibercultura e Animação Sociocultural. O tema foi desenvolvido pelo professor-doutor Mario Vichè González, da Universidade de Valência (Espanha), que esteve em Curitiba a convite do Núcleo de Pedagogia Social (NEPS) da Universidade Federal do Paraná.
Ainda pouco difundida no Brasil, a animação sociocultural está presente em Portugal e na Espanha, além de outros países europeus. Pode ser definida como um conjunto de atividades para incentivo à autonomia, à discussão e à análise crítica de indivíduos e coletivos. Como resultado espera-se a promoção do bem-estar subjetivo, da cidadania, da inclusão social e da solidariedade, não só por meio da educação, como também de ações culturais, abrangendo desde crianças até idosos.
“É uma prática pedagógica para promover a educação integral e a criação de redes de cidadania ativa”, afirma Viché. Discordando dos autores que a definem como metodologia, o pesquisador explica que não existe método para a participação: “As pessoas participam porque querem exercer seu direito”.
Referência em animação sociocultural e ciberanimação na Europa, Vichè atua como professor universitário e também na rede básica de ensino, com alunos de 8 anos. No seminário, ele compartilhou algumas experiências com crianças, na Escola Juan Carlos I.
Referência em animação sociocultural e ciberanimação na Europa, Vichè atua como professor universitário e também na rede básica de ensino. (Fotos cedidas por participantes do seminário)
Por meio de um blog, resultado da construção coletiva, ele estimula a autonomia, a interatividade, a ruptura de tempos e lugares (a criança publica quando quiser) e a apropriação da palavra pelo aluno na condição de sujeito do próprio mundo.
Cerca de 30 pessoas participaram do seminário que, além da conferência de abertura, incluiu aulas expositivas para conceitos e panoramas histórico-culturais, dinâmicas em grupo e troca de experiências. Para o professor da Unespar/FAP e doutorando em Artes Visuais, Luciano Parreira Buchmann, a iniciativa superou as expectativas.
“Ele (Vichè) vive o que ensina. As ideias da Pedagogia Social e os ensinamentos de Paulo Freire se percebem no modo como o professor conduziu todo o seminário: a escuta, a disposição na troca, o lugar do professor que é mais um, como todos”, destaca Buchmann. Essa atitude tornou-se nítida também “na hora em que, com o grupo, arrumou a sala alinhando as carteiras em círculo para que sentássemos; no interesse em nos ouvir, na valorização das experiências em nosso contexto”.
O seminário reuniu professores, pedagogos e outros profissionais da área de educação.
Ciberanimação
Com o avanço da tecnologia e a interconexão de mídias digitais e redes sociais, a animação sociocultural encontrou na cibernanimação um dos principais eixos de atuação. Realizada em ambientes digitais e cibercomunidades estimula a interpretação crítica e dialógica por meio da participação coletiva e de atores sociais.
Está presente nas narrativas transmídia e em espaços digitais para confrontação da informação, e também para o debate social e empoderamento diante da tomada de decisão em espaços reais de interação social. Apesar de promover a interação no mundo virtual, a ciberanimação não se distancia do mundo real. “O ciberespaço nada mais é do que uma projeção do que aquilo que passa na vida cotidiana”, finaliza.
NEPS/UFPR
O Núcleo de Pedagogia Social da UFPR é coordenado pelas professoras-doutoras Araci Asinelli-Luz, Evelcy Monteiro Machado e Sonia Haracemiv. Aberto à participação de professores, outros profissionais e voluntários da área, o núcleo configura-se como um grupo de estudos das principais referências de Pedagogia Social, Animação Sociocultural e Educação Social e também da promoção do debate sobre educação em espaços escolares e não-escolares. O NEPS/UFPR atua ainda na consolidação da Pedagogia Social no Brasil, no intercâmbio de conhecimentos entre pesquisadores, e na articulação de demandas socioeducativas e culturais comunitárias em todas as etapas do desenvolvimento humano.
Texto: Érica B. Teixeira
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