A Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve seis projetos contemplados no Edital nº 5/2019 do Programa Universidade Sem Fronteiras (USF), promovido pela Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI) do estado do Paraná.
O Programa de Extensão Universidade Sem Fronteiras investe em uma política de extensão priorizando o financiamento de projetos que serão executados em áreas estratégicas, ou seja, aquelas que privilegiam os municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), bem como, as áreas de pobreza das periferias das cidades paranaenses. Das 300 propostas de projetos recebidas, 85 foram classificadas.
O projeto LabMóvel e GLOBE contra o Aedes aegypti no Litoral do Paraná, contemplado pelo segundo ano consecutivo, vai continuar o trabalho que já vem desenvolvendo. “Estamos trabalhando na conscientização da dengue utilizando o protocolo do Globe – programa educacional da NASA. Construímos um ônibus, o zikabus que também conta com o apoio de outras entidades, com uma exposição itinerante sobre a dengue e demais arboviroses. A ideia é, assim que a situação epidemiológica do país permitir, ampliar as ações do ônibus e da exposição da dengue, as visitações nas escolas e a coleta de dados usando o aplicativo do Globe”, explica Rodrigo Reis, coordenador do projeto e professor do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Territorial Sustentável da UFPR.

Também do Setor Litoral, o programa A atuação da Universidade Federal do Paraná – Setor Litoral e do Conselho da Comunidade da Comarca de Matinhos junto às Pessoas em conflito com a lei nos regimes fechado e aberto: perspectivas de retomada da vida social, familiar, educacional, comunitária e laboral foi outro aprovado. Em parceria com o Conselho da Comunidade da comarca de Matinhos, os cursos de Serviço Social, Administração Pública, Mestrado em Desenvolvimento Territorial Sustentável e Gestão e Empreendedorismo desenvolvem atividades de atendimento a pessoas em conflito com a lei.
“O projeto compreende o atendimento às pessoas em conflito com a lei em regime fechado e o acompanhamento social dessas pessoas em regime aberto na perspectiva da retomada da vida social, familiar, educacional, comunitária e laboral, bem como no combate à reincidência, à violência contra a mulher e à criminalização da pobreza. Entre as metas da iniciativa estão a de promover cursos de qualificação profissional destinados a essas pessoas e seus familiares; e oferecer uma formação complementar na área do empreendedorismo e da formação cidadã”, revela a coordenadora e professora de Serviço Social, Adriana Lucinda de Oliveira.
Ciência Cidadã: Uma ferramenta para levar a ciência para todos é uma iniciativa interdisciplinar do Departamento de Engenharia Elétrica, em parceria com os Departamentos de Engenharia Química e Engenharia Mecânica, que tem o objetivo de integrar alunos e professores de escolas públicas em atividades de pesquisa e inovação realizadas na UFPR.
“A UFPR aplicará a metodologia Startup Experience, desenvolvida desde 2016 pelo projeto de extensão Ciência para Todos, com alunos e professores de escolas públicas. Nosso foco é capacitar a sociedade a desenvolver soluções criativas e relevantes para os problemas enfrentados diariamente pela população. As ações propostas consistem na realização de curso de capacitação em criação de startups e empreendedorismo, oficinas em escolas, visitas de alunos ao Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Energia Autossustentável (Npdeas), Hackaton, produção de recursos educacionais abertos e divulgação científica”, conta André Bellin Mariano, coordenador do projeto e professor do Departamento de Engenharia Elétrica.

O projeto coordenado pela professora de Sociologia e Ciências Sociais Maria Tarcisa Silva Bega, Programa de Desenvolvimento Urbano e Regional: Direitos sociais, inovação e disseminação de memórias de lutas da Vila Zumbi dos Palmares – Colombo, PR, pretende adensar as relações entre teoria e prática na formação dos estudantes, dos agentes públicos e da sociedade civil visando à execução do direito à cidade.
“Para efetivar essa proposta, pretendemos realizar a recuperação da memória individual e coletiva do processo de ocupação e regularização do bairro Zumbi dos Palmares, em Colombo, e da efetivação de novas formas de pertencimento na comunidade e na cidade, por meio de cursos de formação de estudantes e moradores”, indica Maria. O objetivo final é trazer, para as novas gerações e para os novos moradores do espaço, a luta e a resistência dos movimentos de ocupação, da construção das habitações precárias, da luta pela regularização fundiária e a inserção destas famílias no circuito formal da habitação.
Já a iniciativa Geoprevenção, coordenada pela professora de Engenharia Civil Roberta Bomfim Boszczowski, busca promover a educação ambiental da comunidade externa acerca dos elementos deflagradores de desastres ambientais geotécnicos e como fazer para evitá-los ou mitigá-los. O projeto prevê a elaboração de materiais didáticos, com caráter lúdico e de fácil entendimento, acerca de riscos geotécnicos, podendo citar instabilidade de encostas, erosão de rios, inundações urbanas e as influências das intervenções humanas nestes mecanismos.
Também no mesmo edital foi aprovado o projeto Libras na escola: oportunidade de aprendizado e promoção da inclusão, coordenado pela professora de Licenciatura em Libras Lídia da Silva. A SETI investirá mais de seis milhões de reais para apoiar os 85 aprovados. Os coordenadores dos projetos classificados deverão aguardar comunicado da unidade sobre a necessidade de eventuais ajustes para prosseguir com a segunda fase do processo.