Logo UFPR

UNIVERSIDADE
FEDERAL DO PARANÁ

Excelência UFPR: Sebastião do Amaral Machado, da vida no campo ao reconhecimento na pesquisa florestal

A Universidade Federal do Paraná tem muitas áreas de excelência espalhadas por seus setores e campi. Entre elas estão laboratórios e grupos de pesquisa liderados por pesquisadores que alcançaram o topo da carreira no Brasil. São pesquisadores que, segundo os critérios estabelecidos pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), se destacam entre seus pares, alcançando o nível 1A, o mais alto na modalidade de bolsas Produtividade em Pesquisa. O portal da UFPR está publicando uma série de reportagens sobre os pesquisadores 1A da universidade e o trabalho científico que desenvolvem.

Quem vê o professor Sebastião do Amaral Machado pelos corredores do Departamento de Engenharia Florestal, em passos lentos, mas vigorosos, pode não imaginar o quanto ele trabalha. Docente aposentado, já em regime de colaborador sênior, esse filho de agricultores dá expediente diário, em horário integral, e coordena dezenas de pesquisas. Prestes a completar 78 anos, o professor é um dos Pesquisadores 1A no CNPq na Universidade Federal do Paraná. O reconhecimento, em forma de verbas para pesquisa, é concedido aos pesquisadores com alto índice de produtividade.

Prestes a completar 78 anos, Sebastião do Amaral classifica a pesquisa científica como “um vício”. Foto: Samira Chami Neves/Sucom-UFPR

A produção científica do professor Sebastião realmente impressiona. Até agora foram 425 trabalhos publicados em revistas científicas, anais de congressos e seminários nacionais e estrangeiros, livros e capítulos de livros. Além disso, atuou como orientador ou co-orientador de 238 estudantes de pós-graduação e participou de 193 bancas de mestrado, doutorado e concursos públicos.

O foco principal das pesquisas do professor Sebastião nos últimos 20 anos é a bracatinga, espécie nativa na Região Metropolitana de Curitiba, onde a maioria das propriedades é de pequenos produtores. Por meio de trabalhos em parcerias com estudantes de pós-graduação, ele busca conhecimentos sobre como melhorar o manejo da espécie. As glebas podem ser cortadas a cada sete anos, produzindo lenha, escoras para construção civil e para plantações de legumes.

Para pequenos agricultores, possuir glebas dessa árvore funciona como uma “poupança verde”, que pode ser acionada para complementar a renda da família. O correto manejo, o aumento da produtividade e o combate a pragas são parte das pesquisas realizadas ao longo de muitos anos pelo professor e seus alunos. Isso inclui aspectos quantitativos, equações de volume e de filamento, biomassa e carbono, tópicos que já renderam dez  trabalhos de mestrado e doutorado e mais de 40 artigos publicados no Brasil e no exterior.

Incansável, o professor Sebastião diz que a pesquisa científica é “um vício”.  Sobre fatos marcantes da sua carreira, destaca quando foi escolhido pesquisador 1 A do CNPq – um feito para quem foi a primeira pessoa da família com curso superior. “Mudei meu destino. Meu irmão até hoje é agricultor, como meus pais”, revela.

Mineiro de nascimento, o professor Sebastião começou o curso de Engenharia Florestal em Viçosa (MG). No meio da graduação, por questões políticas, a Escola de Florestas foi transferida para Curitiba, sendo incorporada à UFPR. Assim, o diploma de graduação acabou saindo pela Federal do Paraná, em 1965. A carreira como docente começou logo depois, em 1967, na própria instituição. Como professor, teve a oportunidade de cursar mestrado, doutorado e pós-doutorado.  Casado há 46 anos com Daniela e pai de três filhas, o professor não pensa em parar, sendo um exemplo de dedicação científica: “Quero continuar nesse ritmo enquanto a saúde permitir”.

Por Simone Meirelles

Leia os perfis anteriores:

Antonio Mangrich: a natureza como inspiração para a ciência

Lineu Werneck: 45 anos dedicados à pesquisa de doenças neuromusculares

Paulo Lana: o pesquisador que ajudou a consolidar o Centro de Estudos do Mar

Olaf Mielke: uma vida dedicada ao estudo das borboletas

Sugestões

Centro de Medicina Veterinária do Coletivo comemora segundo aniversário com ação de adoção de cães
O Centro de Medicina Veterinária do Coletivo (CMVC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) comemora...
Pesquisadores relatam primeira evidência de poluição por biomídias plásticas no litoral do Paraná
As biomídias plásticas (termo usado pela indústria de saneamento) são pequenas peças plásticas perfuradas...
A revista AtoZ: novas práticas em informação e conhecimento passa a integrar o Scimago Journal Rank
A revista AtoZ: novas práticas em informação e conhecimento é o periódico científico interdisciplinar...
Ações de divulgação científica da UFPR são apresentadas em encontro internacional na Espanha
As atividades de divulgação científica da Universidade Federal do Paraná (UFPR) foram apresentadas, esta...