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Saiba por que o coronavírus pode não desaparecer e o que fazer para mudar esse quadro

Recentemente a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou não haver previsão para que o novo coronavírus (Sars-CoV-2), causador da covid-19, desapareça e, ainda, que há possibilidade de que ele se torne endêmico, como é o caso do HIV, responsável pela Aids. Até o momento (27/05/2020), o Brasil possui 394.507 casos confirmados da doença e 24.600 óbitos, tendo se tornado o segundo país no mundo com maior número de casos confirmados, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.

Mas o que é um vírus endêmico? O presidente da Comissão de Enfrentamento e Prevenção à covid-19 da UFPR e professor do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular, Emanuel Maltempi de Souza, explica que é quando o agente infeccioso de determinada doença não desaparece, sempre havendo casos na população.

“O número de casos pode aumentar ou diminuir, dependendo das condições. Isso deve ocorrer até que tenhamos a maioria da população mundial imunizada por já ter tido a doença ou por ter sido vacinada”.

Professor explica diferença entre surto, endemia, epidemia e pandemia.

Essa situação, no caso da covid-19, deve atingir as maiores populações mundiais, pois considerando o mundo atual, a maioria das populações, de diversas partes do planeta, tem grande interação. “Assim, mesmo que uma determinada cidade ou região consiga reduzir a zero o número de casos, é bastante provável que um visitante reintroduza o vírus na comunidade”, esclarece o pesquisador.

Vacina

No entanto, a descoberta de uma vacina eficiente contra o vírus não seria suficiente para mudar esse quadro.  São muitos fatores envolvidos como a eficácia da vacina e sua cobertura, que está relacionada com a aceitação pela população e com a disponibilidade. “Quando a maioria das pessoas estiver imunizada, a doença não será capaz de se propagar na comunidade. No caso da covid-19, os estudos estimam que pelo menos 70% da população deve estar efetivamente imunizada para que seja controlada”, afirma Souza.

Um fator ainda desconhecido e que pode atrapalhar o controle é o aparecimento de variantes do vírus. “Essas variantes escapam dos anticorpos induzidos pela vacina. No caso da gripe, por exemplo, é necessário vacinar a população anualmente para os principais variantes circulando naquele período”.

Para o cientista, no que diz respeito à covid-19, seria necessário vacinar praticamente toda a população rapidamente e em escala global. Porém um aspecto limitante para isso é a capacidade mundial de produzir e distribuir a vacina. “O grande desafio hoje, de uma forma simplificada, é obter uma vacina eficaz e segura, demonstrada em um número grande de voluntários (milhares); submeter os dados coletados para autoridades sanitárias autorizarem; produzir e administrar a vacina. Todas essas etapas levam meses ou anos e a situação atual requer que esse processo seja realizado em um período menor do que um ano”.

Apenas uma vacina extremamente eficaz e administrada em grande parte da população impediria que o vírus fosse transmitindo, levando à eliminação da doença. “Imagine que tenhamos 80% da população de uma cidade imunizada. Se um visitante vier de fora com o vírus, a chance de interagir com uma pessoa suscetível à doença é de uma em cinco. Isso faz com que a doença não se propague”, conclui Souza.

Saiba tudo sobre as ações da UFPR relacionadas ao novo coronavírus

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