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Professora Astrid Avila assume a direção da APUFPR

18 maio, 2009
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Professora do Departamento de Educação Física e do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFPR, Astrid Avila foi eleita no último dia 6 de maio pela chapa ‘APUFPR Verdadeiramente Autônoma e Democrática’, que obteve 51,3% dos votos válidos.

‘Queremos ir ao encontro dos professores, ouvir suas reclamações e realimentar nosso quadro de metas’, afirmou Astrid em seu discurso de posse. ‘Nossa gestão será de muito diálogo, mas também de muita proposta ao governo.’

A posse foi realizada no auditório da APUFPR. A transmissão do cargo foi feita pela professora Arislete Dantas de Aquino, que presidiu a associação durante os últimos dois anos.

‘Nossa gestão não foi profícua em obras, mas tivemos um superávit de R$ 608 mil em 2008’, afirmou Arislete. ‘Desejo sucesso à nova gestão e conclamo aos professores uma participação mais efetiva nas assembleias.’

O reitor em exercício Rogério Mulinari afirmou que espera ter uma relação de parceria com a APUFPR. ‘Uma política de qualidade precisa de múltiplos atores, por isso esperamos que a administração da universidade e a associação dos professores atuem como parceiros.’

A pró-reitora Lúcia Montanhini (Planejamento) fez a leitura de cartas da Reitoria da UFPR endereçadas às professoras Arislete Aquino e Astrid Avila. A primeira teve o reconhecimento por ter exercido o cargo de presidente da APUFPR ‘com dedicação’ e cumprido um papel ‘necessário à estabilidade institucional’. A segunda recebeu os parabéns pela vitória nas eleições e o compromisso de uma relação de ‘diálogo permanente’.

A posse foi acompanhada por mais de cem professores da UFPR, além de dirigentes do Sinditest, do DCE e do SindUTFPR, entre outras entidades. O deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR) também esteve presente.

Leia abaixo a entrevista concedida pela nova presidente da APUFPR, Astrid Avila, momentos antes de sua posse.

Qual é a sua avaliação a respeito do processo eleitoral? Os professores se envolveram na eleição da APUFPR, apesar do curto período de campanha?

Astrid Avila – O tempo foi curto, mas aqueles que souberam aproveitar mostraram sua proposta com antecedência, foram até os professores, debateram com eles. A campanha serviu para a gente começar a sensibilizar os professores sobre a importância da participação deles na construção da nossa gestão.

Aproveitamos esse momento para começar o primeiro trabalho de aproximação com os professores, ir aos seus locais de trabalho, ouvir suas inquietações. Apresentamos uma proposta, uma carta-manifesto e algumas metas programáticas que agora vão ser melhor definidas, juntamente com os professores.

Dentre todas as propostas da chapa, quais são as prioridades para os próximos dois anos?

Astrid – Nós dividimos as nossas propostas em quatro pontos: categoria docente, universidade, APUFPR Seção Sindical e debate político. Dentro da categoria docente, a gente vai trabalhar a questão da política salarial e da carreira docente, as questões relativas às condições de trabalho, que são questões importantes para nós.

Também pretendemos desenvolver uma política cultural e social. A gente acredita que a entidade também é um espaço de formação, não só sindical mas também de um propósito de universidade. Queremos reativar o projeto do cinema, reabrir do bar, um espaço de happy-hour, e uma série de outras coisas que nós estamos criando. Nós temos a criação da Expoarte, cultura no encontro dos aposentados, além da criação de um happy-hour social cultural, que será temático.

Teremos um forte eixo que é a questão dos aposentados, que ao longo dos últimos anos têm sido talvez a parte da nossa categoria docente mais prejudicada pelas políticas governamentais. A gente quer dar uma especial atenção à situação da aposentadoria dos nossos professores.

Quanto à política de comunicação, vamos reativar a comunicação sindical da APUFPR, reestruturar o nosso site, o boletim eletrônico, reativar os boletins impressos quinzenais que informam a categoria, revitalizar os murais da APUFPR que existem em todos os departamentos, com a criação de um jornal mural.

Também vamos ter algumas atividades relacionadas à esfera do lazer. Porque um pouco dessa precarização do trabalho docente passa também pelas nossas oportunidades de lazer. A gente quer ampliar os convênios, realizar encontros de confraternização, e revitalizar os espaços que a APUFPR já possui hoje, que são a nossa chácara, o salão de festas, entre outros.

Na questão mesmo da APUFPR a gente quer retomar o debate sindical. Mas como é que a gente vai fazer isso? A primeira coisa e mais importante é como é que a gente garante um espaço de ligação com a comunidade docente. Para isso, nós temos os GTs (grupos de trabalho), que tratam dos diversos temas, como carreira, formação sindical, ciência e tecnologia, política educacional. Nós temos vários GTs hoje em andamento a nível nacional. E nós queremos retomar, reanimar esses GTs dentro da APUFPR.

A pauta nacional de reivindicações já foi protocolada no final de abril, em Brasília. Qual é a expectativa da APUFPR para as negociações da campanha salarial deste ano?

Astrid – A gente sabe que toda vez que se fala em crise econômica, alguém paga por esta crise. A ameaça para os docentes, para os servidores públicos federais, é muito grande. Já houve algumas notícias veiculando que, em 2010, por exemplo, não há garantias de que o acordo —que não foi feito pelo Andes, mas por um outro grupo que buscou uma auto-representação sindical, que se diz sindicato—, na nossa percepção muito aquém das nossas necessidades, seja cumprido.

A principal meta da campanha é a incorporação de todas as gratificações ao vencimento básico, o que a gente está chamando de uma linha só no contra-cheque.

Dentro disso tem isonomia, paridade, integralidade. Rever os percentuais desse reajuste que causou uma grande distorção em nossa carreira. Mas a nossa principal meta é conseguir pautar com o governo uma política de carreira.

Uma das propostas da direção eleita diz respeito ao Observatório do Reuni. Como ele irá funcionar?

Astrid – Nossa maior preocupação é justamente ser favorável à expansão de vagas no ensino superior. Mas isso não pode significar perda de excelência no ensino, na pesquisa e na extensão. A ideia do observatório, como somos todos pesquisadores, é levantar os dados sobre como está acontecendo essa expansão dentro da UFPR.

Vamos conversar com as coordenações de cursos, com os estudantes, com os professores, para tentar montar um cenário. E, a partir disso, aí sim a gente vai propor uma assembleia para que a categoria tome posições, delibere frente ao quadro já mais concreto do que significa o Reuni em nossa universidade.

Que relação a APUFPR pretende estabecer com a Reitoria da UFPR?

Astrid – Acho que o nosso nome [da chapa] já indica um pouco as nossas pretensões. “Autônoma e Democrática” significa que nós temos autonomia em relação aos partidos políticos, em relação às administrações.

E significa que nós vamos ser parceiros naqueles projetos que forem bons para a instituição e também críticos naqueles que nós julgarmos, juntamente com a categoria, que não serão favoráveis, que não levarão ao crescimento da UFPR. Uma relação de transparência. Mas de diálogo, com toda a certeza.

O que os professores podem esperar da nova gestão da APUFPR?

Astrid – Transparência, democracia e a perspectiva de estar sempre incitando o debate sobre as políticas universitárias. Isso é uma coisa muito importante para nós, manter aceso o debate dentro da universidade e respeitá-los como os nossos principais interlocutores. A gente pretende fazer seminários, uma série de encontros com os professores para que isso seja possível.

Uma das questões que nós estamos pensando, que é uma inovação, é a recepção dos novos professores da universidade, assim como também a despedida daqueles que estão se aposentando, para que eles possam ingressar no nosso grupo de aposentados.

É preciso que a APUFPR se aproxime dos novos professores, que mostre a eles que nós estaremos ao seu lado.

Foto(s) relacionada(s):


A professora Astrid Avila, presidente da APUFPR, durante entrevista
Foto: Izabel Liviski


A direção eleita da APUFPR
Foto: Izabel Liviski


Mais de cem professores superlotaram o auditório da APUFPR
Foto: Izabel Liviski


Arislete Aquino entrega flores à Astrid Avila
Foto: Izabel Liviski

Fonte: Fernando César Oliveira

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