A Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) decidiram suspender as atividades letivas acadêmicas presenciais pelo prazo de 14 dias, a partir desta segunda-feira (16), em razão da pandemia do Coronavírus. A decisão (leia nota) foi tomada em reunião do quadrilátero das universidades de Curitiba, formado ainda pela PUC e pela Universidade Positivo, mas também contou com a adesão de outras instituições de ensino da região.
O reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca, lembrou a responsabilidade de estar a frente da instituição, que é um lugar de encontro e de aglomeração. Além disso, destacou a importância dos restaurantes universitários para a vida estudantil e a recomendação de que permaneçam fechados. Também pontuou razões práticas, como a dificuldade de aquisição de materiais preventivos, como álcool em gel, por exemplo, neste momento virtualmente ausentes do mercado. A ideia de suspender as atividades para depois reavaliar também ocorre para que as universidades se preparem com materiais de prevenção e se organizem para o combate à pandemia.
As recomendações quanto às atividades administrativas da UFPR serão divulgadas em um próximo momento, de forma a manter segurança e qualidade da saúde do servidor docente, técnico administrativo e terceirizado. Inicialmente, a medida foi tomada também para que a instituição se prepare para enfrentar a crise.
Antes da deliberação, as instituições presentes na reunião ouviram as recomendações das secretarias municipal e estadual do Paraná, que compartilharam análises sobre o tema. Apesar do consenso quanto à preocupação da continuidade das atividades letivas, as demais IES irão decidir ao longo da semana sobre uma eventual paralisação, obedecendo seus trâmites institucionais específicos.
A comissão especial formada pela UFPR para atuar durante a pandemia recomendou, por meio de argumentos técnicos, que a administração considerasse na decisão a possibilidade de transmissão comunitária – oficialmente reconhecida somente nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Isso seria um indicativo de que o vírus já circula entre a população.
O presidente da comissão, professor do departamento de Bioquímica e Biologia Molecular, Emanuel Maltempi de Souza, lembrou que o Paraná é o terceiro estado em número de casos confirmados e que a proximidade de regiões como São Paulo e Rio de Janeiro permite que se estime a transmissão comunitária na região. “Provavelmente já está acontecendo”, argumentou. Apesar de não haver evidências científicas que comprovem o fato, a dúvida existe pois nem todas as cepas estão passando por análises.
O presidente da comissão lembrou que o isolamento social em cenários como esses é uma medida importante, e que, o quanto antes ocorrer, menores os riscos. Por isso, também é importante que os acadêmicos permaneçam em estado de atenção, evitem aglomerações e previnam-se seguindo as recomendações dos órgãos de saúde pública.
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