A equipe do Laboratório de Ecologia e Conservação (LEC) da Universidade Federal do Paraná acompanhou, neste final de semana, o deslocamento de uma baleia Jubarte no litoral paranaense. Como parte do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP/BS), o grupo também atendeu o caso de uma baleia encalhada em frente ao Centro de Estudos do Mar (CEM) e fez a proteção de um lobo-marinho-do-sul que descansava na praia.
No sábado (20), os pesquisadores receberam a primeira informação sobre a presença da baleia Jubarte. O grupo do Laboratório de Ecologia e Conservação do CEM, que atua em parceria com o Centro de Mamíferos Aquáticos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), foi até a região entre a Ilha do Mel e Pontal do Sul, e avistou o animal no canal de navegação da baía de Paranaguá. A baleia Jubarte (Megaptera novaeangliae) é juvenil, mede menos de dez metros de comprimento, e estava ativa, expondo com frequência as nadadeiras peitorais, a cabeça e fazendo saltos. Tais comportamentos, de acordo com a equipe da UFPR, podem ser vistos quando o animal não é molestado, pois quando estressado o animal pode bater muitas vezes a cauda na superfície ou mesmo passar mais tempo submerso.
A espécie está na categoria de “quase ameaçada” quanto ao risco de extinção e tem hábitos migratórios – anualmente, vêm de regiões frias como a Antártida, onde se alimentam, para se reproduzir em águas quentes do litoral brasileiro. Ocorrências semelhantes foram registradas durante os últimos anos de monitoramento no Paraná, mas esta é a primeira vez que o animal é avistado em área interna da baía.
Orientações
Segundo a portaria n° 24 de 08 de fevereiro de 2002, “Art. 2° – É vedado a embarcações que operem em águas jurisdicionais brasileiras: aproximar-se de qualquer espécie de baleia com motor engrenado a menos de 100 metros de distância do animal mais próximo, devendo o motor ser obrigatoriamente mantido em neutro, quando se tratar de baleia Jubarte Megaptera novaeangliae”.
Os pesquisadores ressaltam que tais requisitos são essenciais para garantir a proteção do animal, assim como para a segurança das embarcações. “Pedimos a ajuda de todos para aproveitarem este momento maravilhoso de ocorrência de uma baleia em nossas águas paranaenses, com respeito ao animal e com os cuidados à segurança de todos”, afirma a pesquisadora Camila Domit, coordenadora do Laboratório e de ações de pesquisa e conservação de baleias e golfinhos no litoral do Paraná.
A orientação caso alguém aviste uma baleia, tartaruga, golfinho, lobo-marinho ou ave marinha morta ou debilitada, é entrar em contato com a equipe pelo telefone 0800 642 3341 (Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos), ou diretamente no Centro de Estudos do Mar pelo número (41) 3511 8685.
Lobo-marinho-do-sul e baleia Minke
Além da ocorrência de baleia Jubarte, via Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos, o grupo da UFPR também foi acionado no final do dia de sábado (20) para atender o encalhe de uma baleia registrada morta, e no domingo (21), sobre a chegada de um lobo-marinho-do-sul (Arctocephalus australis) vivo no município de Matinhos.
O lobo-marinho-do-sul encontrado descansando na faixa de areia no Balneário Ipacaraí, é um juvenil, e possivelmente o mesmo animal que as demais bases do PMP-BS acompanham desde o estado de Santa Catarina. A espécie possui o hábito migratório e na época do inverno se desloca do sul da Argentina e do Uruguai ao longo da costa brasileira, em busca de alimento. É comum que ao longo do trajeto a espécie pare na faixa de areia para descanso e, com frequência, é avistada nas praias dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo.
Equipe em atendimento no mar. Divulgação: Laboratório de Ecologia e Conservação/UFPR
Os pesquisadores, em parceria com a Guarda Municipal de Matinhos, realizaram o isolamento da área e orientaram os moradores e turistas que estavam no local sobre a ocorrência e ações de proteção ao animal ao encontrá-lo na praia. Como o animal estava com boa condição de saúde, os médicos veterinários do PMP-BS o mantiveram na praia apenas sob supervisão.
Conforme informações da equipe, caso o animal demonstrasse um quadro de debilitação, seria manejado e deslocado para o Centro de Reabilitação e Despetrolização de Fauna Marinha da UFPR. “Foi um final de semana bastante intenso de monitoramento de fauna marinha, possivelmente pela entrada de ventos fortes, que puderam ser observados em nosso litoral durante estes dias”, avalia a bióloga Camila Domit.
Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS)
O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama. Com o objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, o projeto realiza o monitoramento das praias, o atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos.
O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. O Centro de Estudos do Mar monitora o Trecho 6, compreendido entre os municípios de Guaratuba e Guaraqueçaba.
Desde 2008, o Laboratório de Ecologia e Conservação do CEM executa e apoia as ações estaduais e nacionais de proteção à fauna, contribuindo com o conhecimento sobre os animais marinhos do litoral e medidas de proteção a estes associada ao desenvolvimento sustentável da zona costeira brasileira.
Assista aos vídeos dos atendimentos na página do Laboratório no Facebook.
Assista à matéria produzida pela UFPR TV.
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