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FEDERAL DO PARANÁ

Pesquisadores da UFPR investigam a diversidade de espécies de formigas no Brasil

O Laboratório de Sistemática e Biologia de Formigas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) publicou, recentemente, duas pesquisas em revistas científicas internacionais. “Formigas do Brasil: um panorama com base em 50 anos de estudos de diversidade”, publicado na Taylor & Francis, e “Da descrição das espécies aos padrões de diversidade: a validação de dados taxonômicos como base fundamental para a reprodutibilidade e precisão de estudos sobre diversidade de formigas”, publicado na Royal Society, simbolizam um marco para o estudo de formigas no Brasil e no mundo.

A pesquisa publicada na Taylor & Francis corresponde a um levantamento de dados taxonômicos – que se referem às descrições científicas e classificações dos seres vivos – em Mirmecologia (campo de estudo especializado em formigas) liderado pelo grupo de taxonomistas de formigas do Laboratório de Sistemática e Biologia de Formigas e do Laboratório de Sistemática, Evolução e Biologia de Hymenoptera do Museu de Zoologia da USP. Para isso, foram utilizadas como base 500 publicações formais sobre formigas em todos os biomas brasileiros.

De acordo com a pesquisa, nos últimos 50 anos, os estudos sobre formigas no país revelaram cerca de 1130 espécies do inseto, o que corresponde a aproximadamente 70% das espécies conhecidas de ocorrência no país. Os biomas brasileiros com o maior número de espécies descritas registradas foram, respectivamente, a Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pantanal e Pampa. Entretanto, a pesquisa aponta que o conhecimento acerca da distribuição de formigas no Brasil é limitado, uma vez que os estudos de Mirmecologia estão alocados próximos a grandes centros urbanos e instituições de pesquisa. As regiões mais isoladas, por sua vez, são pouco estudadas e o potencial científico para a descoberta de novas espécies não é tão bem explorado. 

As pesquisas foram publicadas em julho de 2022 e janeiro de 2023. Foto: Antweb

O segundo estudo, publicado na Royal Society, analisou 470 publicações sobre a diversidade de formigas brasileiras nos últimos 50 anos. Os objetivos foram quantificar a proporção de estudos que fornecem dados suficientes para validar a identificação taxonômica e explorar a frequência de estudos que reconhecem adequadamente o trabalho e o esforço de taxonomistas responsáveis pelas descrições das espécies coletadas. O estudo ainda investigou quais são os principais recursos para identificação de formigas no Brasil. 

Os pesquisadores concluíram que 73,6% das pesquisas declaram explicitamente quais foram os métodos usados para identificar seus espécimes. Porém, a proporção de artigos que fornecem dados completos das instituições onde os espécimes coletados foram depositados é de apenas 5,8%. Outro dado apontado pelo estudo é de que 40% dos trabalhos apresentaram consistentemente os autores taxonomistas responsáveis pelas descrições das espécies encontradas, raramente citando essas referências. 

De acordo com Rodrigo Feitosa, coordenador do Laboratório de Sistemática e Biologia de Formigas, os avanços científicos obtidos com as pesquisas ultrapassam limites políticos e geográficos, uma vez que o Brasil possui uma das maiores biodiversidades do planeta. O professor ainda destaca a possibilidade dos trabalhos colaborarem para outras pesquisas ao redor do mundo: “Nosso estudo pode potencialmente estimular pesquisas abrangentes e semelhantes em outros locais do mundo, o que ampliará ainda mais o nosso conhecimento sobre a vida no planeta, sua importância ecológica, médica e sanitária e seu estado de conservação”, destaca”.

O Laboratório de Sistemática e Biologia de Formigas da UFPR foi criado em 2013. A principal linha de pesquisa que o laboratório segue é sistemática e diversidade de formigas, o que se refere à coleta, processamento e estudos de diversidade de formigas com base em sua anatomia. Com isso, é possível entender padrões de diversidade, oferecer classificações e compreender a evolução desses insetos.

Em 2023, o laboratório completa dez anos. Durante esse período, mais de 200 trabalhos já foram realizados, como publicações de livros, iniciações científicas concluídas, trabalhos de conclusão de graduação, trabalhos científicos apresentados em eventos nacionais e internacionais, artigos publicados e capítulos de livros, além de dissertações de mestrado e teses de doutorado. Ao todo, 30 novas espécies de formigas foram descritas pelos pesquisadores.

Por Thiago Fedacz, sob supervisão de Jéssica Tokarski

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