Algumas embalagens plásticas podem demorar mais de 100 anos para se degradarem. A desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) leva em torno de cinco meses. O Laboratório de Engenharia Bioquímica e de Biotecnologia (Lengebio) do Departamento de Engenharia Química (DEQ) atua no desenvolvimento de soluções tecnológicas e inovadoras para a sociedade. Desta vez, o estudo trabalhou com embalagens biodegradáveis.
A pesquisa intitulada “Produção de filmes biodegradáveis” é coordenada pela professora Michele Rigon Spier, do Departamento de Engenharia Química e do Programa de Pós-graduação em Engenharia de Alimentos (PPGEAL) da UFPR. Segundo ela, seu grande sonho é transferir o conhecimento desenvolvido para a sociedade. “Trabalhamos para que a sociedade produza novos produtos para a geração de emprego local e regional, além de contribuir com geração de renda e produtos eco-friendly. Além disso, existe uma grande preocupação com o meio ambiente, reduzindo quantidades de embalagens plásticas que o poluem”.
O produto trata-se de uma nova alternativa aos plásticos, pois usa matéria-prima renovável e não polui o meio ambiente. Este projeto de pesquisa teve início em 2018 e encontra-se em andamento com dissertações e teses sobre o tema. O estudo alcançou resultados interessantes do ponto de vista das propriedades mecânicas dessas novas embalagens. De acordo com Michele, algumas propriedades mecânicas são similares às propriedades de filmes plásticos de petróleo, tal como o polietileno de baixa densidade (PEBD). “Os filmes que produzimos poderiam ser aplicados em filmes para recobrimento de produtos, para a produção de sacolas plásticas e mesmo para produção de sacos de armazenamento de lixo. Variando algumas propriedades, podemos inclusive produzir copos, canudos e outros recipientes plásticos”.
Para a pesquisadora, é essencial que as pessoas parem de usar sacolas plásticas oriundas do petróleo. “É importante a utilização das sacolas e outras embalagens que são naturalmente degradadas em poucos meses (até cinco), sem poluir ou desequilibrar o ecossistema, como já é comum em lugares como Europa, Estados Unidos e Canadá”.
O projeto busca apoiadores para ser levado adiante. “Precisamos do suporte institucional governamental, estadual e municipal para tornar esse sonho realidade. Outra alternativa é a iniciativa privada”, diz a professora. Além dela, dois alunos de mestrado e uma aluna de doutorado estão trabalhando nesta linha de pesquisa. O laboratório situa-se no Centro Politécnico da UFPR e é laboratório satélite do Departamento de Engenharia Química e do PPGEAL.
Por Breno Antunes da Luz
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