O Núcleo de Estudos em Economia Social e Demografia Econômica (NESDE) está divulgando mapas com informações relativas aos casos confirmados de COVID-19 no Paraná. Os dados, obtidos a partir da Secretaria Estadual de Saúde do Paraná, podem contribuir com a tomada de decisões por meio de informações qualificadas e gratuitas, além de aproximar a universidade da sociedade. O trabalho é feito pelo pesquisador Junior Garcia, professor do Departamento de Economia, coordenador do Grupo de Estudos em MacroEconomia Ecológica e membro do NESDE, e aponta, entre outras coisas, um rápido espalhamento da doença pelo estado.
Os mapas e gráficos são disponibilizados no site do NESDE e na página de Facebook. A atividade está vinculada ao projeto de extensão “Economia, Universidade e Sociedade: uma oportunidade de aproximação via redes sociais”, coordenado por Garcia, com a vice-coordenação da professora Angela Welters.
De acordo com o professor, o início da atividade ocorreu a partir de discussões realizadas em um grupo de economistas no Whats App. O pesquisador Eron José Maranho passou a disponibilizar bases de dados atualizadas diariamente com os registros de casos confirmados por COVID-19 no estado do Paraná, por município. Como forma de melhorar a visualização das informações, o professor da UFPR decidiu realizar a apresentação em formato espacial.
Os dados são apresentados em dois formatos: mapas com o número absoluto de casos confirmados por COVID-19, por município, e índice de incidência de casos confirmados por COVID-19, por 100 mil pessoas e por município. O índice de incidência é a padronização dos casos confirmados por COVID-19 por 100 pessoas.
Conforme o pesquisador, a utilização de mapas facilita a visualização de determinado evento, especialmente sua distribuição no espaço. “O avanço dos casos confirmados de COVID-19 no Paraná, por exemplo, se apresentamos em formato de tabela, dificilmente conseguimos ter um panorama da sua distribuição espacial. Como o Paraná tem 399 municípios, a tabela é enorme, com várias páginas. Assim, o uso da informação para uma tomada de decisão fica comprometido“, exemplifica.
Imagens ajudam a demonstrar evolução dos casos nas cidades
O professor justifica a importância dos mapas a partir de dois exemplos. Na imagem abaixo, há o número de casos confirmados acumulados por COVID-19, por município paranaense, até o dia 01 de abril. De acordo com Garcia, é possível verificar que o vírus está presente em todo o território do Estado, mas não em todos os municípios. “Com base neste mapa, o governo pode, por exemplo, melhor avaliar como organizar o sistema logístico para levar a cada região os equipamentos necessários para atender as populações afetadas e quais municípios ou grupo de municípios precisam ter ações mais efetivas para conter o contágio de outras pessoas“, pontua.
Além disso, essa apresentação permite que, na legenda, seja possível observar o intervalo do número de casos confirmados acumulados por COVID-19 até a data. Lá, destaca-se a informação que, no dia 03 de abril de 2020, inúmeras cidades tinham registrados de 1 a 5 casos da doença.
Segundo Garcia, como a visualização está mais adequada à quantidade de informação, é possível analisar rapidamente o avanço da COVID-19 no espaço e no tempo ao comparar os mapas. Na imagem abaixo, por exemplo, é possível verificar o número de casos confirmados acumulados por COVID-19 por município do estado do Paraná até o dia 19 de abril de 2020. “Uma rápida comparação entre os mapas já permite visualizar que ocorreu um grande aumento no número de casos confirmados acumulados por COVID-19. Vários municípios já têm mais de 50 casos confirmados e distribuídos em várias regiões do Paraná”, explica.
Os mapas também apresentam as principais rodovias federais e estaduais pavimentadas. De acordo com o pesquisador, o governo poderia usá-los para definir as estratégias de ações relacionadas a quem transita por essas rodovias, identificando pontos de maior atenção nas ações de contenção do avanço do COVID-19.
Análises sobre economia
No site do NESDE também é possível verificar análises econômicas sobre a pandemia, em artigos de opinião assinados pela professora Angela Welters. No texto intitulado “Crise do capitalismo e a pandemia do Covid-19”, ela aponta que a América Latina e o Caribe se tornaram a região mais desigual do planeta, superando em 2018, inclusive o Continente Africano, o que também ampliou as brechas de gênero, étnicas e raciais na região.
No texto, Welters assinala ainda que o mundo está diante “de uma nova etapa do capitalismo, que deve produzir impactos na geopolítica internacional, assim como, nas relações de supremacia econômica a nível global”.
Veja edição do programa Informa, da UFPR TV, sobre o tema:
Confira iniciativas e projetos da UFPR no combate ao novo coronavírus
Resultados preliminares do Laboratório de Fisioterapia Cardiovascular e Respiratória (Laficar) da UFPR, ligado ao Departamento de Fisioterapia, mostram alto grau de dependência entre usuários.
Dois dos editores de “Insetos do Brasil”, professores da UFPR estimam que há mais espécies para serem descobertas do que as mapeadas até agora.
A Universidade Federal do Paraná (UFPR) publicou nesta terça-feira (05) a relação de candidatos convocados para a segunda […]
A partir do dia 11 de novembro, a linha Intercampi Noturno começará a circular para atender os estudantes […]