O Complexo da Reitoria da Universidade Federal do Paraná abre as portas, nesta sexta-feira (12), para o lançamento da nova tradução da obra “A honra perdida de Katharina Blum”, de Heinrich Böll, vencedor do prêmio Nobel de Literatura em 1972. O evento ocorre às 19 horas, no hall de entrada do prédio Dom Pedro I, e integra uma série de atividades ligadas à Semana da Língua Alemã 2019, que acontecem em todo o País.
Participam do lançamento a tradutora Sibele Paulino e o professor da UFPR, especialista da trajetória de Böll e docente de língua e literatura alemãs, Paulo Astor Soethe, que posfaciou a obra.
A narrativa conhecida mundialmente foi escrita em 1974 e gira em torno do assassinato de um jornalista pela jovem Katharina Blum. A obra ganha novas dimensões com o atual domínio dos meios de comunicação digitais, em particular o fenômeno das fake news.
Semana da Língua Alemã 2019
A 4ª edição da Semana da Língua Alemã acontece entre os dias 05 e 14 de abril. A iniciativa surgiu das Embaixadas da Alemanha, Áustria, Bélgica, Luxemburgo e Suíça, em cooperação com seus consulados e parceiros culturais no Brasil, por meio da ideia de que uma língua abre portas para entender melhor a cultura de outros países.
A semana reúne mais de 800 eventos em todo o Brasil, incluindo exibição de filmes, aulas demonstrativas de alemão, workshops, oficinas de teatro, atividades para crianças e apresentações musicais.
Um dos objetivos da Semana da Língua Alemã é despertar o interesse dos brasileiros para o idioma alemão – língua mais falada na Europa.
Sinopse do Livro
Breve e extraordinariamente contundente, “A honra perdida de Katharina Blum”, trata dos mecanismos de difamação e violência psicológica a que estão submetidos cidadãos comuns mesmo em democracias estabelecidas como a Alemanha Ocidental dos anos 1970. Escrito nessa época (1974), é um relato seco que, se nunca perdeu fôlego, ganha novas dimensões com o atual domínio dos meios de comunicação digitais, em particular o fenômeno das fake news. Sua atualidade e precisão são um desdobramento coerente da obra do autor, Heinrich Böll (1917-1985), prêmio Nobel de Literatura de 1972 e dono de uma percepção crítica e impiedosa de seu tempo.
Katharina Blum é uma jovem que vive de serviços domésticos, numa rotina organizada e sem sobressaltos. Conhece um homem numa festa de carnaval e passa a noite com ele em sua casa. A polícia a procura no dia seguinte para interrogá-la, uma vez que o recém-conhecido, chamado Ludwig Götten, é suspeito de vários crimes. O caso adquire notoriedade e passa a ser um filão rentável para um diário sensacionalista identificado no livro como O JORNAL, disposto a “provar” que Katharina é cúmplice de Götten. Sua vida é escrutinada e virada ao avesso para o deleite de uma parte da opinião pública. Suspeitas, depoimentos mal-intencionados e mentiras servem para construir (ou destruir) uma personalidade tida como culpada. Katharina é acusada de abandonar seus pais idosos, ser sexualmente promíscua, ter simpatias esquerdistas, esconder uma riqueza de origem obscura e fazer “estranhos” passeios noturnos de carro. A pressão sobre Katharina leva a um desenlace trágico, revelado já nas primeiras páginas do livro.
A trama tem relação direta com um episódio da vida do autor, que havia sustentado uma polêmica com o jornal sensacionalista Bild, o mais lido do país. Na abertura do livro, Böll subverte ironicamente a tradicional declaração de que o enredo e os personagens são fictícios acrescentando: “Se, em descrições de certas práticas jornalísticas, surgirem semelhanças com as do jornal Bild, isso não se deu por acaso ou premeditação; foi, isso sim, inevitável.” O escritor, que pautou sua vida pela defesa dos direitos humanos e por uma análise quase clínica do passado da Alemanha, havia se engajado por um julgamento justo – isto é, que obedecesse às garantias fundamentais do estado de direito – dos líderes da organização terrorista Fração do Exército Vermelho (conhecida como Grupo Baader- Meinhof) diante de acusações sem provas publicadas na imprensa. Uma campanha difamatória foi lançada pelo Bild contra Böll, qualificado de defensor de terroristas – e seguiu-se uma revolta de leitores que incluiu ameaças de morte.
A honra perdida de Katharina Blum foi publicado originalmente pela revista Der Spiegel, a mais conceituada da Alemanha, não sem algum desentendimento com o autor. No ano seguinte, foi lançada a versão cinematográfica do livro, dirigida por Margarethe von Trotta e Volker Schlöndorff, que mais tarde realizaria a versão de O tambor, de Günter Grass. Böll era um dos escritores mais lidos do país, e tanto o livro como o filme alcançaram ampla repercussão dentro e fora da Alemanha.
(Com informações da Editora Carambaia)
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