Evento abre comemorações de 20 anos do Museu de Arte da UFPR (MusA)

Nesta segunda (14/06) ocorreu a cerimônia de abertura das comemorações dos 20 anos do Museu de Arte da UFPR (MusA). Para celebrar a efeméride, o museu convidou  as duas idealizadoras e fundadoras do museu, as professoras Dulce Osinski e Maria José Justino, respectivamente Pró-reitora de Extensão e Cultura e Coordenadora de Cultura na época, para falar sobre o contexto que levou a fundação do museu. A mesa também recebeu o professor Fernando Bini, que foi coordenador de diversos projetos que ajudaram a encontrar e catalogar as obras de arte pertencentes à universidade. A mesa foi mediada pelo professor Paulo Reis.

20 anos Museu de Arte da UFPR (MusA), da esquerda para a direita professor Paulo Reis, professor Fernando Bini, professora Dulce Osinski e professora Maria José Justino.

A solenidade iniciou com uma saudação do coordenador da Rede de Coleções e Museus Universitários Brasileiros, Maurício Cândido da Silva, que destacou a importância do MusA no cenário de museus ligados a universidades, especialmente no Paraná em que os museus federais presentes no Estado são todos geridos por universidades – dos 5 museus federais no estado, 3 são geridos pela UFPR. Na sequência, para dar início às comemorações, ocorreu a solenidade de abertura, cuja mesa contou com a presença do reitor da UFPR, professor Ricardo Marcelo Fonseca, a vice-reitora da UFPR, professora Graciela Bólzon de Muniz, e o pró-reitor de Extensão e Cultura, Rodrigo Arantes Reis.

O desafio de construção do museu

Dulce Osinski e Maria José Justino assistem apresentação da Coro da UFPR em 1999. Foto:acervo histórico Sucom

A professora Maria José Justino abriu as falas do debate contando como foi o início do processo de formação do museu. Ela contou que havia a ideia de transformar o Prédio Histórico da UFPR, na praça Santos Andrade, em um centro de cultura que abrangesse diversas atividades abertas ao público, foi nesse contexto que surgiu a ideia do museu.

O projeto, que veio se efetivar ao longo dos anos, envolveu mais do que apenas a gestão do acervo e exposições, mas foi pensado para envolver também diversas atividades formativas, como a formação em artes visuais, atividades de curadoria, pesquisas sobre história da arte, além de atividades voltadas ao público em geral. “Pensamos em um museu diferente dos existentes, que fosse além da contemplação”, destacou a professora que também é artista plástica.

Osinski lembrou da trajetória para consolidar institucionalmente o museu e do apoio da gestão da época (1998-2002) para que fosse possível formar o acervo. O trabalho que Fernando Bini vinha fazendo no curso de Artes Visuais (nome atual) de catalogação das obras foi extremamente importante. Ao longo dos anos a universidade foi adquirindo diversas obras que estavam espalhadas por diversos locais, muitas vezes mal acondicionadas ou até mesmo esquecidas atrás de armários. Muitas obras tinham chegado à universidade por meio do prêmio “Universidade Federal do Paraná” no Salão Paranaense, financiado pela UFPR, as obras vencedoras eram adquiridas pela instituição.

O trabalho de catalogar e reunir essas obras foi o primeiro passo para a formação do acervo do museu, que foi complementado com muitas doações de artistas locais, como lembrou Osinski. A professora lembrou da falta de políticas públicas para que se financie a aquisição de obras de artes neste tipo de iniciativa e agradeceu todos os artistas, muitos deles nomes de destaque nacional e internacional, que doaram suas obras para o museu, lembrando do importante papel de Justino no convencimento para que essas doações acontecessem.

Bini, que destacou a importância tanto histórica como artística de muitas das obras que fazem parte do acervo do MusA, explicou que a ideia de catalogar o acervo da universidade veio sendo pensada desde o final dos anos 80, pensando em compor uma coleção que pudesse ser visitada, especialmente para a formação dos estudantes. “Era vital que a gente pudesse ter a possibilidade de visitar um acervo e ter o contato com as obras, para que pudéssemos nos referir às características plásticas das obras, até mesmo independente de sua qualidade”, contou. O professor destacou ainda o trabalho da museóloga Lidiane do Nascimento Silva, hoje responsável pelo acervo do museu, como um passo importante para maior profissionalização da gestão do MusA.

Os presentes homenagearam o servidor da UFPR, Ronaldo Santos Carlos, que faleceu no início desse ano. Ronaldo trabalhou por muitos anos no museu, sendo sempre um apoio essencial em todas as atividades de iniciativa do MusA.

Documentário

As comemorações vão continuar ao longo do ano com diversas atividades. Nesta terça(15/06) foi disponibilizado um documentário que conta parte da história da criação do MusA a partir das suas idealizadoras, Maria José Justino e Dulce Osinski, com a participação da artista plástica Estela Sandrini, que participou da primeira comissão que reuniu e selecionou o acervo entre 1998-2002. O vídeo faz parte do Projeto “Memórias MusA” e está disponível para acesso no Youtube.