O Portal da UFPR apresenta, durante os quatro dias do evento, oportunidades profissionais por área de interesse ofertadas pela UFPR, universidade pública, gratuita e de qualidade. Hoje é dia das profissões (e possibilidades!) da área de exatas. Para acompanhar a série, clique aqui
Falar em ciências exatas é se referir ao campo do conhecimento no qual números, matemática e lógica são a base das atividades. É importante notar, porém, que a multidisciplinaridade hoje garante diferencial no mercado de trabalho e toca a pesquisa em muitos aspectos.
Isso revela por que as formações oferecidas pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) têm se adaptado para pensar as ciências exatas como um caminho onde se entrelaçam outros interesses estratégicos — design, arte, geografia e tecnologia, por exemplo.
Ou seja: quem está à procura de uma carreira dinâmica e multifacetada também encontra espaço nas graduações de Exatas, uma dúvida que pode ser tirada por conhecê-las melhor. Abaixo, alguns exemplos.
A principal dúvida de quem chegava ao estande deste curso na Universo UFPR era sobre no que ele se difere da Engenharia de Software e da Engenharia da Computação. A resposta, conta a estudante Giovanna Fioravante Dalledone, está no caráter abrangente com que a formação permite enxergar a computação.
“Nosso curso tem muitos aspectos da computação na grade curricular. Uma linha de matérias é de hardware, outra de programação, outra de software, e além de tudo, tem teoria. É ela que ensina a definir e a analisar um algoritmo de forma consciente, pensando em custos, por exemplo”, explica.
O bacharelado em Ciência da Computação faz parte do Departamento de Informática da UFPR, um dos mais antigos do Brasil, fundado em 1971. A grade curricular do curso, porém, busca acompanhar o avanço da área, com reformulações recentes, em 2019 e em 2023. A última, para incluir no currículo as atividades de extensão universitária — a relação entre universidade e sociedade cuja força é um diferencial das instituições federais.
Na esteira do aumento do interesse geral por computação, o bacharelado tem diversificado o perfil do seu estudante, o que inclui um maior número de mulheres, que são 25 dos 90 ingressantes deste ano.
“Quando uma menina nos aborda no estande tratamos com mais carinho”, brinca a aluna Isadora Rodrigues.
O fato de a área estar em alta faz com que estudantes já cheguem ao curso sabendo programar, mas conhecimento prévio não deve ser empecilho para interessados, avalia o docente Eduardo Todt. “Temos alunos que nunca tiveram contato com a área. O professor tem que ter a sensibilidade de fazer essa inclusão”, diz.
O bacharelado projeta a formação de três perfis profissionais que se interconectam: empreendedor, desenvolvedor e acadêmico. No estande o público encontra exemplos dessa interligação em projetos que desenvolvem leitores de Língua Brasileira de Sinais (Libras) e robôs — resultado da participação do grupo Yapira de Robótica, que reúne diversos cursos, incluindo engenharias, e atualmente está sob coordenação da aluna Bianca Francisco, da Ciências da Computação.
No ensino médio Fernanda de Figueiredo tinha uma série de interesses diferentes. Gostava de escrever, mas também curtia desenhar e montar objetos, um passatempo que começou na infância. “Sabe aqueles blocos de madeira para montar casinhas? Eu amava aquilo”, lembra. Foi uma conversa com uma amiga que a convenceu a experimentar o curso de Expressão Gráfica, onde se encantou pela chance de criar maquetes para arquitetura, objetos em impressora 3D e peças para a indústria automotiva.
“Somos uma boa opção para os criativos”, explica a professora Andrea Andrade.
Em outras palavras, trata-se de um bacharelado de Exatas, mas que tem os dois pés no desenho (até na arte) e nas soluções inventivas para projetos. É a partir do conhecimento adquirido nessa graduação, que começa com disciplinas que vão fundo na geometria, que se forma o profissional que resolve os problemas de linguagem gráfica (animação, modelagem e representação gráfica) e de projeto de produto no interior de empresas de diversos ramos produtivos.
“Uma vez formado o profissional tem muitas saídas profissionais. Pode ser designer visual, de interiores, mobiliário, e o que eu chamo de designer industrial do século XXI. É aquele que ajuda engenheiros e arquitetos a desenvolver os projetos, resolvendo problemas geométricos, fazendo a prototipagem e validando os projetos”, enumera o professor José Ernesto Bueno Wills.
No seu caminho mais artístico, o curso apresenta o eixo e as ferramentas necessárias para animadores em 2D e 3D e para desenvolvedores de games.
O estudante de Expressão Gráfica envolve-se cedo com laboratórios que aprimoram frentes da formação. São três: o Laboratório de Modelagem, Prototipagem e Inovação (Lampi); o Laboratório de Inclusão (Labinc), que desenvolve disciplinas de acessibilidade; e o Laboratório de Metaverso (Labmeta), que levou ao estande óculos de realidade virtual. Há também uma empresa júnior, a Polygon.
Vinda de um curso técnico em biotecnologia, Giovanna Solewski tinha certeza de que trabalharia um dia na área de Biológicas, provavelmente com estatísticas de saúde. Isso foi até conhecer programação em uma aula do curso de Matemática Industrial da UFPR e abraçar a chance de sair da graduação com bagagem para se aprimorar como desenvolvedora de sistemas.
“No primeiro semestre tivemos programação e eu nunca tinha tido contato. E eu me apaixonei. É diferente e tem alta demanda no mercado. Tanto que terminamos o semestre programando em Python em nível júnior e uma startup pediu indicações para vaga com salário de R$ 3,5 mil, mais auxílio e home office”.
É o fundamento lógico que ajuda estudantes da graduação em Matemática Industrial a se encontrarem em profissões de tecnologia. A ideia do curso é enfatizar a compreensão de conceitos matemáticos e computacionais para resolver problemas complexos em engenharia, medicina, negócios, finanças e até ciências humanas. O bacharelado se apresenta como um curso que conecta teoria, pesquisa aplicada, inovação e projetos com instituições tecnológicas.
Ter “matemática” no nome pode tirar essa graduação das opções de quem empacava com a matéria no ensino médio. Ainda que não tenha sido o caso da estudante Maria Clara Kobay, ela garante, porém, que isso é contornável. “Dedicando um pouco mais de atenção, não é o fim do mundo. Ninguém nasce sabendo”, diz. “Precisa captar a lógica da matemática”.
O curso se preparou para apresentar na Universo UFPR o uso de aplicações de ciência de dados e da dinâmica de fluidos computacionais, que são simulações computacionais úteis para o planejamento de qualquer indústria.
Uma dessas demonstrações é por meio de uma atividade interativa: um jogo de tabuleiro que visa determinar uma rota na qual a quilometragem é fixa. Explicando melhor, o teste é tentar conectar todos os pontos do tabuleiro usando um barbante de tamanho pré-determinado. A intenção do teste é mostrar a lógica de otimização de percurso, que é uma aplicação da matemática em processos produtivos.
Sempre que se depara com um prédio alto, já vem à cabeça de João Gabriel de Araújo Chagas a avaliação sobre o quanto o edifício exigiu do trabalho de topografia — a análise e o mapeamento da superfície terrestre sobre o qual foi construído.
O curso de Engenharia Cartográfica e de Agrimensura, no qual o estudante se formará em breve, trata de uma atividade essencial para setores produtivos relevantes, especialmente no Brasil, como regularização fundiária (de terrenos) e construção civil. Portanto, com um mercado de trabalho de demanda constante.
“Da fundação até o 30º andar é apaixonante esse negócio. E áreas rurais também. Locação [localização] de divisas. Já entrei em muita briga de de vizinhos na área rural”, conta.
O bacharelado da UFPR expande a formação para além da topografia, área na qual o estudante já atua, para abarcar a técnica e a reflexão por trás da representação da superfície terrestre. Esse é o diferencial do engenheiro que terá responsabilidade técnica sobre o trabalho.
“O nosso curso envolve desde o desenvolvimento, a tecnologia, até os métodos para trabalhar com mapas. Análise ambiental, projeto de edificações, construção de estradas, tudo vai precisar de um mapa. Um plano diretor precisa de um mapa para ajudar no planejamento. Em qualquer informação geospacial o engenheiro cartógrafo atua direta ou indiretamente”, explica o professor Daniel Arana.
Engenheiros da área também têm espaço no setor público, de prefeituras até em órgãos especializados, como o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Apesar de fazer parte do Setor de Ciências da Terra, o pilar do bacharelado está nas ciências exatas. “Eu já alerto os alunos. Temos matemática, cálculo, física, é uma engenharia”, diz Arana. Mas uma característica marcante da graduação são as aulas aulas práticas, no campo e em laboratórios, bem como as oportunidades de estágio e as atividades extracurriculares.
Um exemplo prático das atividades do curso é o projeto UFPR Campus Map, por meio do qual a própria universidade foi mapeada, prestando um serviço tanto aos estudantes que precisam localizar uma sala de aula até aos gestores que devem garantir o ensalamento das turmas.
A equipe do bacharelado em Estatísticas e Ciência de Dados da UFPR optou por destacar no estande na Universo UFPR duas informações que estavam fazendo sucesso entre os interessados: a matriz curricular (leia-se, as disciplinas cobradas na graduação) e a previsão salarial dos formados na área. “O nosso objetivo foi dar o máximo possível de informação para que pudessem conhecer o curso e fazer uma escolha que fosse bem avalizada”, explica o professor Cesar Augusto Taconeli.
Criada no ano passado, a graduação é uma atualização do antigo curso de Estatística por meio da qual foram integrados os conhecimentos relacionados aos grandes bancos de dados (big data), como mineração e visualização de dados, computação e programação. Ao que tudo indica, está dando certo. Recentemente uma equipe do curso se destacou em uma competição internacional de pôsteres para visualização de dados, com final prevista para outubro na Holanda.
Além da carreira acadêmica, a graduação projeta para seus formados o trabalho profissional da estatística atualizada, em estudos nas áreas de bioestatística, estatística experimental, qualidade e confiabilidade, marketing, estatística nas ciências sociais, econometria e ciências atuariais (análise de riscos e expectativas).
Para a feira, o curso apresenta a formação de forma lúdica, por meio de jogos com cartas, jogos de tabuleiro e dinâmicas com programas no notebook.
Um desses programas permite visualizar dados criados por uma aprendizagem de máquina que revela um pouco do funcionamento básico dos algoritmos de sugestão de plataformas de streaming — a forma como classificam os filmes e monitoram o comportamento dos usuários para adiantar os gostos deles.
Foto de destaque: Marcos Solivan/Sucom UFPR
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